NOÇÕES DE ACONSELHAMENTO CRISTÃO
INTRODUÇÃO
Aconselhamento, é arte de ajudar a alguém encontrar, paz com Deus, consigo mesmo e com o próximo.
Algumas grandes verdades sobre o ministério do aconselhamento cristão:
§ Ao redor de nós, há uma grande porcentagem de pessoas com problemas psicológicos e espirituais dando sinais de que estão precisando de uma palavra, de um sorriso, um aperto de mão. Em outras palavras estão dizendo: “Ei preste atenção em mim, por favor me ajude”.
§ Que nós ajudamos mais as pessoas quando falamos com elas individualmente. Terapia em grupo tem seu valor, porém, a terapia individual é mais eficiente;
§ Lembrar em todo tempo, que Deus está extremamente interessado em cada pessoa com seus problemas ( sejam eles quais forem), e que o cristão é o representante de Deus na terra para ministrar solução de Deus para elas.
§ Algumas pessoas podem ser ajudadas por conselheiros leigos outras, porém, precisam de ajuda profissional, isto é, de ajuda clínicas, psicológicas etc.
1 - BASES BÍBLICA PARA O ACONSELHAMENTO
Sem dúvida, a Bíblia é a fonte e o limite para o conselheiro, aliás a Bíblia é o maior manual de aconselhamento, principalmente o livro de Provérbios....Na multidão de conselhos há segurança Pv 11.14.
No Novo Testamento, As Escrituras se referem ao aconselhamento pelo termo grego “Nouthesia” ou “Confrontação Noutética” que implica em mudança pela confrontação (Gl 6.1; Rm 15.14;
Cl 3.16).
Nouthésia, incorpora três princípios ou premissas:
§ Há algo errado no cliente (algo que precisa ser mudado);
§ O conselheiro procura efetuar aquela mudança por confrontação verbal apropriada dentro do ensino Bíblico;
§ A mudança é efetuada para o bem do cliente e para glória de Deus.
Jesus Cristo é o modelo padrão no aconselhamento (Lc 4. 18,19); e o Espírito Santo é nosso guia (conselheiro) por excelência Jo 16.13, do grego; Parácleto que significa: “Aquele que fica ao lado de outrem para ajudar”.
Por isso o tratamento cristão é diferente de uma terapia psicológica usual (apesar que alguns pressupostos desta área são bem-vindos, como a confidencialidade, a frequência dos encontros, a real preocupação em auxiliar o outro...). É bom frisar que existe a CPPC - Corpo de Psicólogos e Psiquiatras Cristãos, provando que é possível unir aconselhamento baseado na Bíblia e na experiência cristã e a psicologia.
O entendimento do ser humano a partir da Bíblia mantém o conselheiro voltado para o propósito bíblico apesar de utilizar outros recursos não pode abrir mão da palavra de Deus.
O homem e a mulher são seres relacionais, uma vez que foram criados à imagem e semelhança de um Deus relacional (as pessoas da Trindade se relacionam). Podemos delimitar os relacionamentos humanos brevemente da seguinte maneira:
O entendimento do ser humano a partir da Bíblia mantém o conselheiro voltado para o propósito bíblico apesar de utilizar outros recursos não pode abrir mão da palavra de Deus.
O homem e a mulher são seres relacionais, uma vez que foram criados à imagem e semelhança de um Deus relacional (as pessoas da Trindade se relacionam). Podemos delimitar os relacionamentos humanos brevemente da seguinte maneira:
§ relacionamento com Deus
§ relacionamento com o próximo
§ relacionamento consigo mesmo
§ relacionamento com a natureza
A Queda promoveu a ruptura nestes relacionamentos, o que ocasionou uma série de problemas ao ser humano:
§ separação de Deus: problemas espirituais
§ separação do próximo: problemas sociais
§ separação de si mesmo: problemas psicológicos
§ separação da natureza: problemas ecológicos
A Redenção restaurou estes relacionamentos. Todos eles, é bom destacar, e não somente a esfera espiritual. O ser humano é um ser integral e somente quando tem saúde em todos os seus relacionamentos está em paz. Quem deve aconselhar?
Ao contrário do que se possa imaginar a princípio, o aconselhamento não é função exclusiva do pastor. Qualquer membro que tenha sensibilidade, conhecimento da Palavra e amor pelo próximo pode e deve ser instruído em como ser um conselheiro cristão eficaz.
Ao contrário do que se possa imaginar a princípio, o aconselhamento não é função exclusiva do pastor. Qualquer membro que tenha sensibilidade, conhecimento da Palavra e amor pelo próximo pode e deve ser instruído em como ser um conselheiro cristão eficaz.
2- ACONSELHAMENTO NO CONTEXTO HISTÓRICO
Começou em 1920 com o ministro do evangelho e escritor Norte Americano Anton T. Boisen. Depois de muitas controvérsias entre conselheiros professionais (Psicológos, Psicanalistas, Psicoterapeutas,etc.) e leigos, o pastor Boisen com a ajuda do governo começou a implantar um programa de treinamento para seminaristas no Hospital Estadual Woucester Massachussetes. Mas foi só apartir de 1940 que o aconselhamento passou a fazer parte dos currículos das faculdades evangélicas teológicas com o nome de CPE (Clínica Pastoral de Educação)
3 - O ALVO DO ACONSELHAMENTO
A razão da vinda de Jesus a terra foi dar-nos vida em abundancia e toda sua plenitude: O ladrão não vem se não para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e em abundancia.
(João 10:10). Jesus tinha dois alvos para os indivíduos: Vida abundante na terra e vida eterna no céu.
O Conselheiro que é um seguidor de Jesus Cristo tem o mesmo alvo.
(O conselheiro precisa mostar as pessoas como ter vida abundante e apontar aos indivíduos a vida eterna prometida aos crentes).
(João 10:10). Jesus tinha dois alvos para os indivíduos: Vida abundante na terra e vida eterna no céu.
O Conselheiro que é um seguidor de Jesus Cristo tem o mesmo alvo.
(O conselheiro precisa mostar as pessoas como ter vida abundante e apontar aos indivíduos a vida eterna prometida aos crentes).
4 – QUALIDADES DO CONSELHEIRO EFICAZ
A pessoa mais importante no trabalho de aconselhar é o próprio conselheiro. Antes de entrar neste importante ministério, e enquanto está no processo de aconselhar ele tem que constantemente se diagnosticar, ou seja conhecer a si mesmo. Quase sempre também precisa fazer reajustes pessoais e espirituais em seu modo de pensar e agir . Muitas vezes, antes de ser útil, ele precisa se preparar, enfim, precisa de maturidade mental e espiritual para entender que o problema mais importante no momento é o do cliente, e não o dele.
Uma pessoa pode ser bem treinada teológica e academicamente, porém, lhe faltar as qualificações pessoais necessárias para saber lidar numa entrevista com pessoas problemáticas. Pode até amar o seu cliente, sentir compaixão e forte vontade de ajudá-lo, e no entanto não saber comunicar isto, ou aplicar ao seu cliente.
Surge então a pergunta: Qualquer pessoa pode ser um conselheiro cristão? E quais as qualidades necessárias para ser um bom conselheiro?
§ O conselheiro cristão tem que conhecer a Deus pessoalmente, através de uma experiência real com Cristo;
§ O conselheiro precisa conhecer a si próprio; pois só assim ele sabe até aonde pode ir;
§ O conselheiro precisa saber se relacionar bem com as pessoas (sem acepção);
§ O conselheiro precisa ter maturidade mental e espiritual.
Além disso, ele precisa ter boas maneiras de relações humanas:
a) CORDIALIDADE
Isto implica em cuidado, respeito ou preocupação sincera, sem excesso, pelo o aconselhado, sem levar em conta seus atos e atitudes.
Exemplo: Jesus quando encontrou a mulher samaritana junto ao poço de Jacó (João 4:5-30). A mulher não tinha qualidades morais nenhuma, nem para conversar com Jesus.
No entanto, qual foi a atitude de Jesus? Não aprovou o comportamento pecaminoso dela mas, respeitou e a tratou como uma pessoa de valor.
Exemplo: Jesus quando encontrou a mulher samaritana junto ao poço de Jacó (João 4:5-30). A mulher não tinha qualidades morais nenhuma, nem para conversar com Jesus.
No entanto, qual foi a atitude de Jesus? Não aprovou o comportamento pecaminoso dela mas, respeitou e a tratou como uma pessoa de valor.
b) SINCERIDADE
O conselheiro deve ser sincero, aberto e franco, evitar o fingimento ou uma atitude de superioridade. Não pode ser o tipo que pensa ou senti uma coisa e diz algo diferente e muito menos ser omisso.
c) EMPATIA
Como o conselheiro pensa? Como ele se senti na verdade por dentro? Quais os valores, crenças, conflitos íntimos e mágoas?. O bom conselheiro mostra-se sempre sensível as suas questões, capaz de entendê-las, comunicar eficazmente e compreender (por palavras ou gestos) aos conselheiros estas capacidades de sentir como o aconselhado é o que chamam compreensão ou empatia correta.
5 - TÉCNICAS DE ACONSELHAMENTO
Podemos resumir algumas das técnicas mais utilizadas numa situação de ajuda, são elas:
a) ATENÇÃO
O conselheiro deve tentar conceder atenção integral ao aconselhado, isto é feito mediante:
Contatos de olhos olhar sem arregalar os olhos, como em meio de transmitir enteresse e compreensão.
Postura que deve ser relaxada e não tensa.
Gestos naturais Não deve ser excessivos para não provocar distração.
Obs: O Conselheiro deve ter cuidado com algumas distrações intimas que impedem de oferecer uma atenção integral, como fadiga, impaciência, preocupação com outros assuntos, devaneios e inquietação.
Contatos de olhos olhar sem arregalar os olhos, como em meio de transmitir enteresse e compreensão.
Postura que deve ser relaxada e não tensa.
Gestos naturais Não deve ser excessivos para não provocar distração.
Obs: O Conselheiro deve ter cuidado com algumas distrações intimas que impedem de oferecer uma atenção integral, como fadiga, impaciência, preocupação com outros assuntos, devaneios e inquietação.
b) OUVIR
É fundamental no aconselhamento que o conselheiro saiba ouvir as mágoas, problemas e desabafos do aconselhado. Os conselheiros que ouve pouco e fala muito pode dar bons conselhos, mas estes são raramente ouvidos e terão ainda menor probabilidade de serem seguidos. Saber ouvir é a mesma coisa que lhe dizer: Eu me interesso.
c) RESPONDER
Não se deve pensar que o conselheiro apenas ouve, a sua ajuda também se caracteriza pela a ação de respostas verbais especificas. Dentro destas abordagens o conselheiro deve saber conversar, por exemplo: Você pode dar-me mais detalhes? O que você está querendo dizer com...; perguntar com habilidade deve evitar perguntas cuja resposta seja sim ou não, como aquelas que começam com: Você ama sua mulher?, deve-se dizer: Fale-me sobre o seu casamento.
d) ENSINAR
d) ENSINAR
O conselheiro é um educador, ensinando através da instrução e orientando o aconselhado à medida que ele (a) aprenda a enfrentar os problemas da vida, também mostrar soluções nunca tomar atitudes no lugar do aconselhando.
6 -CONCEITOS EMOCIONAIS BÁSICOS DO SER HUMANO
São vários os tipos de emoções que o homem apresenta durante a sua existência. É importante saber quais são as emoções primárias, isto é as emoções básicas que qualquer ser humano apresenta no decorrer da sua vida. Essas emoções primárias são:
a) MEDO
Estado emocional de agitação que se manifesta pela presença ou presentimento de um perigo concreto ou previsto.
b) CÓLERA
Impullso desordenado contra alguém ou alguma coisa manifestado quase sempre por falta de controle do indivíduo sobre o próprio Eu.
c) PRAZER
Chamado de Edonismo pelos gregos. Estado emocional que se caracteriza pelo desejo de sua continuidade.
d) AMOR
O mais nobre e mais sublime dos sentimentos do ser humano.

7 – COMPONENTES DA PERSONALIDADE
Antes de abordar os componentes, precisamos definir a personalidade;
PERSONALIDADE: É o conjunto de hábitos, atitudes e traços característicos, que determina o ajustamento de uma pessoa ao seu meio ambiente.
a) BIÓTIPO OU CONSTITUIÇÃO
É o aspecto físico-morfológico do indivíduo;
b) CARÁTER
É o aspécto psíquico da personalidade. O caráter é responsável pela ação, reação e expressão da personalidade, tem a ver com vontade própria e conduta.
É a marca da pessoa, é adquirido não herdado (a criança herda tendências, não caráter. Resulta da adaptação progressiva do temperamento às condições do meio ambiente. Pode ser mudado mas, não é fácil só Jesus pode mudar (2 Co 5.17; Fp1.6).
c) TEMPERAMENTO
É o aspécto fisiológico-endócrino do indivíduo, noutras palavras é a característica dinâmica. Fazem parte dele os impulsos ou instintos que são as forças motrizes da personalidade.
Não pode ser mudado, porém pode ser controlado. O Espírito Santo pode e quer controlar o temperamento cristão (Rm 8. 6; Gl 5.22).
8 -TEORIA DOS QUATRO TEMPERAMENTOS
Existe no mundo moderno especialmente no meio da psicologia moderna, várias teorias quanto ao temperamento humano, a maioria baseadas na psicologia Humanista-Ateísta, dentre as quais destacaremos as mais conhecidas e divulgadas no meio intelectual.
§ A TEORIA DE RIBOT (psicólogo françês), segundo ele, só existe dois tipos de temperamentos: Estáveis e Instáveis;
§ A TEORIA JUNG (psicólogo suiço), segundo Jung a personalidade humana se divide também em dois tipos: Introvertido e Extrovertido;
§ A TEORIA DE SPRANGER ( psicólogo alemão), Spranger classificou as pessoas, segundo o modo de valorizar as coisas, ou seja, segundo uma escala de valores. Ele notou seis tipos de personalidade: a Teórica, a Econômica, a Política, a Estética, a Social, e a Religiosa.
Todavia a teoria que mais nos interessa, não é nenhuma teoria moderna, apesar de ser defendida por muitos, porém a que mais coincide com a experiência cristã, mesmo não sendo perfeita, porque não existe nenhuma teoria perfeita, é a teoria dos quatro temperamentos. Criada por Hipócrates ( 460-370 Ac.) considerado o pai da medicina, sem dúvida ele foi o gigante da medicina da antiga Grécia.
Ele nos interessa por duas razões:
Primeiro, porque geralmente atribui-se a ele o fato de a medicina passar a preocupar-se com os problemas psiquiátricos.
Segundo, porque ele reconheceu as diferenças de temperamentos das pessoas e apresentou uma teoria que explica tais diferenças.
Como resultado de muitas observações Hipócrates distinguiu os quatro temperamentos: Sanguíneo, Melancólico, Colérico, e Fleumático. De acordo com Hipócrates o temperamento dependia dos humores do seu corpo (sangue, bíles preta, bíles amarela e fleuma), e não somente dos fatores externos como classifica a psicologia humanista-Ateísta.
Hoje, se fala de hormônios e outras substâncias que podem induzir ou afetar o comportamento observado, porém, na época não se falava disso ainda.
Durante a primeira metade do século XX, essa teoria foi atacada e até ridicularizada como foram a Bíblia a divindade de Cristo e a existência de um Deus pessoal. Os cristãos de então, parecia sofrer de um complexo de inferioridade intelectual, enquanto que a Psiquiatria e a Psicologia subiam ao trono acadêmico e os intelectuais se curvavam perante elas.
A partir da segunda metade do século XX, a teoria dos quatro temperamentos começou a ressugir com algumas obras escritas e divulgadas na Europa e principalmente nos EUA. Entretanto a maior obra com respeito a teoria dos quatro temperamentos que se tem conhecimento no meio cristão foi, O TEMPERAMENTO E FÉ CRISTÃ, do escritor cristão e norueguês Dr. e pastor Hallesby no ano de 1962. O pastor Hallesby apresentou a Teoria dos quatro temperamentos em todos seus detalhes.
§ OS QUATRO TEMPERAMENTOS
a) SANGUÍNEO
Virtudes: O Sr. sanguíneo normalmente é caloroso, amável e simpático. Atrai as pessoas como se fosse um íma. É otimista e despreocupado.
Defeitos: Em geral tem pouca força de vontade, emocionalmente é instável, explosivo, irriquieto e egoísta. Em sua mocidade chega a ser considerado o que vai ser bem-sucedido, raramente entretanto, alcança o que dele espera, mal cumpridor das responsabilidades que lhe são confiadas, é também inseguro e temeroso.
São geralmente bons vendedores, oradores e líderes.
b) COLÉRICO
Virtudes: o Sr. colérico é um ativista prático. É um líder natural obstinado e muito otimista, sua mente está sempre fervilhando de idéas e geralmente consegue realizar a maioria delas. É extrovertido, mas não tanto como o sanguíneo. São bastante audacioso e eficiente e acima de tudo independente.
Defeitos: Ninguém é tão mordaz e sarcástico como o colérico, é autosuficiente, impetuoso, genioso e tem uma tendência a aspereza e até mesmo a crueldade.
São geralmente bons diretores, políticos, administradores e soldados.
c) MELANCÓLICO
Virtudes: O Sr. Melancólico é de todos os temperamentos, o mais talentoso. É perfeccionista por natureza, muito sensível, analítico abnegado, amigo leal e apreciador da natureza.
Defeitos: ele tende a ser genioso, crítico, pessimista e egocêntrico.
Normalmente são grandes artistas, inventores, filósofos e compositores, tendem também a ser grandes líderes.
d) FLEUMÁTICO
Virtudes: Além do Sr. Fleumático ser calmo e acessível ele é também agradável, eficiente, conservador, digno de confiança e espirituoso.
Defeitos: Por ser um tanto introvertido, suas fraquezas como também suas virtudes ficam um pouco obscuras, porém, tem seus defeitos tais como: displicência ( sendo chamado de preguiçoso), teimosia, indecisão e egocentrismo.
São geralmente, bons professores, médicos, humoristas, escritores e diplomatas por ser pacificador por natureza.
É bom observar que raramente uma pessoa apresenta as características de um temperamento, apenas, podendo apresentar uma mistura de características que muitas vezes dificultam a identificação.
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