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quarta-feira, 4 de maio de 2011

P N E U M A T O L O G I A

INTRODUÇÃO
      O Novo Testamento declara o Deus Trino revelado como Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. Paulo afirma que há um só Espírito, um só Senhor (Jesus) e um só Deus e Pai (Ef 4.4-6). Lemos em 1 Jo 5.7: Há três que dão testemunho no céu: O pai, a palavra (Cristo) e o Espírito Santo; e estes três são um”.
1 – A NATUREZA DO ESPÍRITO SANTO
     A palavra Espírito vem do Hebraico ruach, ou nephese, do grego pnema, e do latim spíritus, os quais derivam de raízes que significam “soprar”, “respirar”. Daí pode ser traduzido por “sopro”, “fôlego” (Gn 2.7), ou vento (Jo 3.8).
      O Espírito Santo não é apenas uma influência, uma energia, ou apenas uma unção, como pensam os Testemunhas de Jeová, os Mórmons e outras seitas, mas, a Terceira Pessoa da Trindade Santa. O Espírito Santo é uma Pessoa com natureza divina, ou seja, da mesma essência e com os mesmos atributos que Deus e Cristo possuem, ou seja, ELE é eterno, onipotente, onisciente, onipresente etc. tal como o Pai e o Filho é. Ele estava presente na eternidade, na criação do mundo, nos acontecimentos do Antigo e do Novo Testamento e continua agindo nos dias de hoje no meio da Igreja. “O Espírito Santo é Deus”.
1.1  Personalidade do Espírito Santo
      O Espírito como já foi mencionado é uma pessoa, o próprio Cristo disse que o Espírito Santo seria o seu substituto. Ora, somente uma pessoa pode substituir outra (Jo 16.7). Ele possui características (atributos) e personalidade. Veja os atributos pessoais que ele possui: Intelecto – vontade – e sentimento. Consideremos algumas atividades que atestam a personalidade do Espírito Santo:
v  Revela (2 Pe 1.21). A Bíblia é a revelação de Deus à humanidade. Foi escrita por homens inspirado pelo Espírito Santo;
v  Clama (Gl 4.6);
v  Intercede (Rm 8.26);
v  Ordena (At 13.2). A Igreja de Antioquia foi orientada pelo Espírito Santo a enviar missionários;
v  Testifica de Cristo (Jo 15.26). Ele testifica. Se não fosse uma pessoa, o seu testemunho não seria válido;
v  Convida à Salvação (Ap  22.17). Não só convence o pecador a aceitação a Jesus Cristo como Salvador, mas também, junto com a Igreja, a Noiva de Cristo, convida a todos à Salvação;
v  Ensina e lembra (Jo 14.26);
v  Entristece-se (Ef 4.30).
2 - OS NOMES DO ESPÍRITO SANTO
Vejamos alguns:
v  Espírito de Deus (Gn 1. 2). Significa que ele é o executivo de Deus.
v  Espírito de Cristo (Rm 8.9). Indica que o Espírito Santo é enviado por Cristo para glorificá-lo, e habitar no salvo.
v  Espírito da Graça (Hb 10.9). A graça é concedida aos crentes, a fim de viverem em santidade e vencerem as fraquezas da carne (2 Co 12.9).
v  Consolador (gr. Paracleto; latim advocatus). Significa alguém chamado para ficar ao lado do outro para ajudá-lo (Jo 16.7).
3 - SÍMBOLOS DO ESPÍRITO SANTO
Vejamos alguns:
v  Fogo. O Espírito Santo é comparado ao fogo porque o fogo aquece, ilumina, espalha-se e purifica.  Este símbolo fala da obra purificadora e santificadora do Espírito Santo na vida do cristão (Is 4.4;  Mt 3.11);
v  Vento. Simboliza a obra regeneradora e sua misteriosa atuação (Jo 3. 8);
v  Água. O Espírito Santo a exemplo da água é a fonte viva que lava, limpa, refresca, sacia a sede espiritual e faz frutificar (Jo 7.37,39);
v  Pomba.  A pomba, como símbolo do Espírito significa brandura, doçura, amabilidade, suavidade, paz, pureza e paciência. É isso que o Espírito Santo transmite ao crente      (Mt 3.16);
v  Azeite. O azeite é talvez, o mais comum e mais conhecido símbolo do Espírito Santo. No Antigo Testamento, além de ser usado como alimento, iluminação, cura e alívio da pele, o azeite era usado para consagrar sacerdotes, reis e profetas. Ser ungido pelo Espírito Santo significa estar revestido de um poder ou autoridade especial da parte de Deus      (1 Jo 2.20,27);
v  Selo. O Espírito Santo é como um selo, isto é, uma marca posta no crente para o dia da redenção (Ef 4.30). O salvo é propriedade do Senhor. Essa marca é que assegura e garante o direito da posse da herança celestial (2 Tm 2.19).

4     - O ESPÍRITO SANTO NO ANTIGO TESTAMENTO
     Nos tempos do Antigo Testamento o Espírito não era dado universalmente como hoje na Igreja, mas, de modo limitado a Israel, e concedido segundo a soberana vontade de Deus a certos indivíduos, como sejam: profetas, sacerdotes reis e outros obreiros de acordo com as circunstâncias. O Espírito Santo é revelado no Antigo Testamento basicamente de três maneiras: Espírito Criador, Espírito dinâmico e Espírito regenerador.
4.1  Espírito Criador  
     O Espírito Santo é a terceira pessoa da Trindade por cujo poder o universo foi criado. Ele pairava por sobre a face das águas e participou da glória da criação (Gn 1.2; Sl 104.30). O Espírito Santo criou e sustenta o homem (Gn 2.7; Jó 33.4).
     Toda pessoa seja servo ou não de Deus, é sustentada pelo poder criador do Espírito de Deus (Dn 5.23).  A existência do homem é como o som da tecla de um piano que dura tão-somente enquanto o dedo do artista a comprime. O homem deve a sua existência e a continuação da mesma às “duas mãos de Deus”, isto é, o Verbo (Jesus) Jo 1.1-3.
 E o Espírito Santo. Foi a esses que Deus dirigiu-se dizendo: façamos o homem (Gn 1.26), enquanto essas mãos (Jesus e o Espírito Santo) estiverem sustentando, o homem tem vida, do contrário tudo cessa de existir.
4.2   Espírito Dinâmico 
     O Espírito Criador criou o homem a fim de formar uma sociedade governada por Deus. Depois que entrou o pecado no mundo à sociedade foi organizada à parte de Deus e em oposição a ele. Deus começou de novo a chamar o povo de Israel, organizando-o sob suas leis, e assim constituindo-o como reino de Jeová. (2 Cr 13.8). Ao estudar a história de Israel lemos que o Espírito Santo inspirou pessoas para governar e guiar os membros desse reino e para dirigir seu progresso na vida de consagração.  A operação dinâmica do Espírito criou duas classes de ministros: primeira, obreiros para Deus – homens de ação, segunda locutores de Deus – profetas e mestres.
v  Obreiros para Deus
     Em Israel o Espírito Santo era dado a certos líderes escolhidos, e indubitavelmente quando havia verdadeira piedade, tal se devia ao Espírito Santo. Como exemplo de obreiros inspirados pelo Espírito Santo mencionaremos alguns: Josué (Nm 27: 8-21); Otoniel          (Jz 3.9,10), José (Gn 41.38-40); Bezaleel (Ex 35.30,31); Sansão (Jz 15.14); Gideão           (Jz 6.34); Jefté (Jz 11.29).
v  Locutores de Deus
     O profeta de Israel pode-se dizer que era um locutor de Deus que recebia a mensagem de Deus e a entregava ao povo. Ele estava cônscio do poder celestial que descia sobre ele de tempos em tempos capacitando-o para pronunciar mensagens não concebidas por sua própria mente, mas recebidas diretamente de Deus através do seu Espírito.   As expressões        
empregadas para descrever a maneira como lhes chegavam a inspiração, mostram que essa inspiração era repentina e de modo sobrenatural. Ao se referir à origem de seu poder, os profetas diziam que Deus “derramou” seu Espírito, “pôs seu Espírito sobre eles”, “encheu-os do seu Espírito”, e “pôs o seu Espírito dentro deles”.
4.3  Espírito Regenerador
     A presença do Espírito Santo no Antigo Testamento no sentido de regenerador pelo qual a natureza humana é transformada, não é acentuada como no Novo Testamento, porém o seu derramamento é descrito como: uma benção futura, e em conexão com a vinda do Messias.
v  Como uma benção futura
     O derramamento do Espírito como fonte de restauração e santidade é mencionado no AT como acontecimento futuro, uma das bênçãos do prometido reino de Deus.  Mas em geral, a massa do povo inclinava-se para o paganismo e para a iniquidade. Embora de tempos em tempos fossem reavivados pelos profetas e reis piedosos, era evidente que a nação era má de coração e que era necessário um derramamento geral do Espírito para que voltassem para Deus. Tal derramamento foi predito pelos profetas, que falaram que o Espírito Santo seria derramado sobre o povo numa medida sem precedentes. Jeová purificaria os corações do povo, poria seu Espírito dentro deles, e escreveria a sua lei em seu interior                         (Ez 36.25-29; Jr 31.34) Nesses dias o Espírito seria derramado com poder sobre toda carne (Jl 2.28), isto é, sobre toda classe e condição de homens, sem distinção de idade, sexo ou posição.
     A oração de Moisés de que “todo o povo do senhor fosse profeta”, seria então cumprida (Nm 11.29). A característica que distinguia o povo de Deus sob a Antiga Aliança era a possessão e revelação da lei de Deus; a característica que distingue seu povo sob a Nova Aliança é a escrita da lei e a morada do Espírito Santo em seus corações.   
v  A conexão com a vinda do Messias
     O grande derramamento do Espírito Santo teria por ponto culminante a Pessoa do Messias, sobre o qual o Espírito de Jeová repousaria permanentemente na qualidade de Espírito de sabedoria, de conhecimento e temor santo, conselho e poder. Ele seria o profeta perfeito que proclamaria as Boas-Novas de libertação, de cura divina, de consolo e alegria.
     Qual é então a conexão entre esses dois grandes eventos proféticos? João Batista respondeu quando interrogado: “Eu em verdade, vos batizo com água, para o arrependimento; mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu; cujas sandálias não sou digno de levar; ele vos batizará com o Espírito Santo, e com fogo”(Mt 3.11). Em outras palavras, o Messias é o doador do Espírito Santo. Foi isso que o assinalou como Messias ou o fundador do Reino de Deus. A grande benção da nova época seria o derramamento do Espírito e foi o mais elevado privilégio do Messias, o de conceder o Espírito. Notem especialmente a conexão do dom com a obra redentora de Cristo.  A concessão está associada também com a partida de Cristo (Jo 16.7) e sua glorificação       (Jo 7.39). Paulo claramente declara essa conexão (Gl 3.13,14).

5 - O ESPÍRITO SANTO NO NOVO TESTAMENTO

     O Novo Testamento introduz a dispensação do Espírito, cumprindo assim, as promessas preditas pelos profetas. O Espírito Santo é descrito como: operando sobre, dentro e por meio de Jesus Cristo.
5.1  O Espírito em Cristo
     Desde o princípio até o fim de sua vida terrena, o Senhor Jesus esteve intimamente ligado ao Espírito Santo. Tão intima foi essa relação que Paulo descreve Cristo como “um Espírito vivificante” (1 Co 15.45). O significado não é que Jesus é o Espírito, e sim, que ele dá o Espírito, e através do mesmo Espírito exerce onipresença. O Espírito é mencionado em conexão com os seguintes aspectos do seu ministério:
v  Seu nascimento (Mt 1.20);
v  Seu batismo (Mt 3.16);
v  Seu ministério (Lc 4.17-19);
v  Sua crucificação (Hb 9.14);
v  Sua ressurreição (Rm 8.11);
v  Sua ascensão (At 2.33).
5.2   O Espírito Santo na Igreja
v  Com relação ao pecador
Ele convence o homem “do pecado, da justiça e do juízo” (Jo 16.8).
v  Com relação ao crente
     Já vimos no primeiro capítulo desta apostila que o Espírito Santo opera uma obra completa, na vida do Cristão, porém, além de revelar, de consolar, de ensinar, de interceder, de fazer lembrar, de entristecer-se entre outras coisas, o Espírito tem outras obras a realizar na vida do Cristão, como por exemplo: o “Batismo com o Espírito Santo” ou “re-  vestimento de poder e a concessão dos dons.
§  O batismo com o Espírito Santo
     Antes de subir para o céu, o Senhor Jesus prometeu que os crentes receberiam a virtude do Espírito (At 1.8). O revestimento de poder é descrito através do batismo com o Espírito Santo, experiência essa que é prometida a todo o que crê (At 2.39). É certo que toda pessoa que recebe Jesus de coração, recebe também o Espírito Santo. Mas aqui está se falando de revestimento de poder, isto é, outra porção do mesmo Espírito para fazer a obra do Senhor. Esse fato não aconteceu somente no dia de Pentecostes, mas a Bíblia registra o mesmo acontecimento em outras ocasiões. Paulo ao visitar os crentes de Éfeso, ao perguntar se já haviam recebido o batismo com o Espírito Santo, eles responderam que ignoravam tal fato (At 19.4-6). Ele orou e todos foram batizados com o Espírito Santo, o que claramente se viu com o sinal evidente de falar em línguas estranhas.
v   Com relação à Igreja
     Sem a presença do Espírito Santo, a Igreja seria uma reunião de pessoas sem motivo e sem propósitos, é, pois O Espírito Santo quem dá vida a Igreja.  O Espírito Santo atua em função do crescimento da Igreja nos seguintes aspectos:
v  Na obra missionária   
      É ele quem separa e ordena pessoas para se dedicarem à obra de Missões e evangelismo, era assim que acontecia na igreja primitiva, foi o que aconteceu em Antioquia        (At 13.1-4).
v  Na pregação e ensino da palavra
      Quem quiser pregar o evangelho ou ensinar a Palavra de Deus sem a unção do Espírito Santo está fadado ao fracasso.
v   Na oração
     O apóstolo Paulo ensina que a oração precisa, também, ser orientada pelo Espírito Santo (Ef 6.18).  
5.3  Os Dons do Espírito Santo
     Os Dons (gr. karisma) do Espírito Santo devem ser distinguidos do Dom (gr. dorean) do Espírito, os primeiros, ou seja, os Dons descrevem capacidades sobrenaturais concedidas pelo Espírito para ministérios especiais, enquanto o segundo, isto é, Dom refere-se à concessão do mesmo espírito para revestimento de poder (At 2.33). Qual é o propósito principal dos Dons espirituais? São capacidades espirituais concedidas com o propósito de edificar a Igreja de Deus.
     Em 1 Coríntios 12. 8-10, Paulo enumera nove Dons, que pode ser classificados em três grupos distintos como se seguem:

DONS DE REVELAÇÃO
DONS DE PODER 
DONS DE INSPIRAÇÃO 
Palavra do conhecimento
Dons de curar
Variedades de línguas
Palavra da sabedoria
Operações de milagres
Interpretação de línguas
Discernimento de espíritos
 Fé
Profecia
  








 Dons de revelação:
§  Palavra da Sabedoria (1 Co 12.8). É a palavra grega Sophia Este dom é uma palavra (uma declaração, uma proclamação) específica, dada pelo Espírito Santo, para uma situação também específica.
§  Palavra do Conhecimento (1 Co 12.8). Este tem sido definido como sendo a revelação sobrenatural relativo a uma pessoa ou acontecimento, que existe na mente de Deus, e que precisa ser revelado.
§  Discernimento de Espíritos (1 Co 12.10). É a capacidade revelada por Deus, para descobrir a fonte e o propósito de toda e qualquer forma de manifestação espiritual. Através deste Dom o Espírito Santo revelou a Paulo que tipo de espírito estava atuando na vida da jovem advinha de Filipos (At 16.18).
v  Dons de poder:
§  Dons de Cura (1 Co 12.9). O termo original grego, Ioami que é o equivalente ao hebraico rapha, expressa cura de modo miraculoso em contraste com terapeue, que é curar mediante tratamento médico.
§  Operações de Milagres (1 Co 12.10).Trata-se de atos sobrenaturais de poder que intervém nas leis da natureza. Incluem também os atos divinos em relação a Satanás e os espíritos malignos.
§  Dom da Fé (1 Co 12.9). Não se trata da fé para salvação, mas sim, de uma fé sobrenatural e especial comunicada pelo Espírito Santo, capacitando o crente a crer em Deus para realizações de coisas extraordinárias. Foi esse tipo de fé que levou os heróis do AT a serem vencedores (Hb 11).
v Dons de Inspiração:
§  Variedades de línguas (1 Co 12.10). O Dom de línguas é o poder de falar sobrenaturalmente em uma língua nunca aprendida antes por quem fala, sendo essa língua feita inteligível aos ouvintes pelo o dom de interpretação. Há duas classes de mensagem em línguas: primeira, louvor em dirigido a Deus (1 Co 14.2); segunda, uma mensagem definida para a Igreja (1 Co 14.5). Distingue-se entre as línguas como sinal e línguas como dom. a primeira é para todos (At 2.4); a segunda não é para todos              (1 Co 12.30).
§  Interpretação das línguas (1 Co 12.10). É uma operação puramente espiritual. O mesmo Espírito que inspira o falar em outras línguas, pelo qual, as palavras pronunciadas procedem do espírito e não do intelecto, pode inspirar também a sua interpretação. A interpretação é, portanto, inspirada, extática e espontânea.
§  Profecia (1 Co 12.7). A profecia é uma manifestação do Espírito de Deus e não da mente humana, e é concedida a cada um visando um fim proveitoso. Profetizar não é somente predizer o futuro, mas, proclamar a vontade de Deus, exortando e levando o seu povo à retidão, a fidelidade e a paciência (1 Co 14.3).

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