radio gospel

sábado, 6 de junho de 2015

Eclesiologia


Conceito: A palavra grega no NovoTestamento para igreja é “Eklesia”, que significa  uma assembléia de chamados para fora”. O termo aplica-se a todo corpo de cristão em uma cidade (At 11.22; 13.1). Uma congregação (1 Co 14.19). Todo corpo de crentes na terra      (Ef 5.32).
1 -  FIGURAS NEO-TESTAMENTÁRIAS QUE IDENTIFICAM A IGREJA
Dentre muitas destacamos apenas três que julgamos mais importantes:
§  Corpo de Cristo (Ef 5.23);
§  Noiva ( 2 Co.11.2);
§  Templo de Deus (1 Co 3.16);

2 - FUNDAÇÃO DA IGREJA
A Igreja foi pré-estabelecida segundo um conselho divino, antes da fundação do mundo. Vejamos Efésios 1.4 ... e nos elegeu antes da fundação do mundo para sermos santos ......  Observe que o projeto de criação foi antes da fundação do mundo, porém, a sua edificação foi depois.
Vejamos ainda em Mateus 16.18 que Jesus não usou o verbo “criar”, mas sim, “edificar”, isto é, usando o material já existente – Jesus é o arquiteto, e nós somos o material.
O nascimento visível da Igreja, tem sua origem no Calvário, a Igreja nasceu das feridas de Cristo na cruz (Is 53,5,6).
A Igreja antes de ser uma organização humana ela é um organismo Divino (Jo 1.12,13).

§  A inauguração da igreja
A igreja institucionalmente foi inaugurada no dia de pentencoste (quinquagésimo dia depois da páscoa). Estavam reunidos cerca de 120 pessoas: os apóstolos, Maria mãe de Jesus, seus irmãos entre outros (At 1.13.15). A Igreja foi inaugurada depois da descida do Espírito Santo.

3 - MISSÃO BÁSICA DA IGREJA

A julgar pela atividades das várias denominações e igrejas de hoje, parece que reina muita  confusão acerca da missão essencial e bíblica da igreja. O Novo Testamento, é bastante claro quanto ás funções de uma Igreja de Jesus. Como os órgãos vitais, são necessários à vida humana, também cultuar a Deus, anunciar as boas-novas, educar e ministrar são funções essenciais à vida de uma igreja.
§  Cultuar a Deus
O culto é a alma da igreja, pois é através dele que a congregação se comunica com o autor da vida e o autor da nossa salvação. O amor, o louvor, o arrependimento, a dedicação, constituem expressões espontâneas de culto, que se tornam eminentemente superiores á comunhão dos seres humanos entre si. É comunhão consciente e pessoal revelado em Jesus Cristo. A igreja cultua a Deus através do louvor, da adoração, da ação de graças.
Recordando assim a obra de Deus por meio de Jesus Cristo, através dos séculos a Igreja canta louvoures a Deus e se curva com gratidão pela graça divina que lhe proporcionou tão ricas bençãos.
Através da leitura da Bíblia e da pregação, a igreja examina a si mesma. Confrontada com a palavra de Deus, ela deixa de ser egoísta, assumindo assim a sua natureza espiritual. Uma igreja que experimenta o verdadeiro culto não pode deixar de ser uma igreja generosa em todos os sentidos, pois é impossível cultuar a Deus sem entregar-se ou submeter-se a ele de coração. Através do culto, a congregação oferece o seu amor, a sua vida, o seu trabalho a Deus.
§  Anunciar as Boas-Novas
Anunciar o Evangelho significa comunicar tudo o que Deus fez através de Jesus Cristo para a salvação do ser humano. É colocar as pessoas frente a frente com as boas-novas da redenção outorgada por Deus por meio de Cristo. É a evangelização. Não é somente anunciar as bos-novas aos incrédulos, mas também ajudar os crentes a dissiparem suas dúvidas, até que todos cheguem “a unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus”.
A pregação é o principal meio de anunciar as boas-novas, como Paulo salienta: .... aprouve a Deus. O anuncio da boas-novas pela igreja  não se restringe à pregação feita pelo pastor. É responsabilidade pessoal de cada membro da igreja.
A pregação do púlpito e o testemunho pessoal não são, porém, os únicos meios de a igreja dispõe para evangelizar. Outros métodos eficazes aí se incluem: a pregação nos lares, ao ar a livre, em prisões, hospitais; a pregação através de rádio, da televisão, de folhetos, de correspondência e ações sociais. E mais a igreja tem que ser missionária.
§  Educar
Educar é ensinar; é treinar; é orientar. Do ponto de vista cristão, educar significa levar as pessoas ao conhecimento e aceitação de Jesus Cristo como Salvador e conduzi-las à pratica dos princípios cristãos como padrão de vida. Inclui ainda o treinamento para as funções da igreja e a motivação para uma vida de serviço em nome de Cristo.
Embora o indivíduo possa receber instrução segundo os princípios e conceitos da vida cristã, a educação religiosa propriamente dita inicia-se com a experi~encia da conversão e deve continuar até o fim da existência terrena do cristão. A educação é o processo em que o crente adquire atitudes e conceitos novos e aprende a praticar ações coerente com exemplo de Cristo e  com a sua nova vida. O Espírito Santo é o grande ajudador nessa tarefa.
A instrução foi norma básica na igreja primitiva. Todos os que iam sendo acrescentados à igreja “ perseveravam na doutrina dos apóstolos” (At 2.42) Até que tivesse firmes na fé e na vida cristã. O apóstolo Paulo exorta os cristãos a andarem arragaidos e sobreedificados na fé “assim como foste ensinados” (Cl 2.7). A igreja precisa também ser uma agência educadora.
Ministrar
O ministrar em nome de Jesus, vai além das bençãos espirituais, pois visa, principalmente atender às necessidades humanas. Deus não está interessado somente no lado espiritual do homem, ele se preocupa com o todo: espírito, alma e corpo o ministrar nesse caso constitu-se em outra maneira de anunciar as boas-novas. Sendo o Corpo de Cristo a igreja  deve imitar o exemplo de Cristo, pois jamais alguém demonstrou tamanha compaixão pelas necessidades humanas como Jesus.
Ministrar pode ter a sua expressão individual ou coletiva. Ministério individual é o atendimento pessoal, como fez o bom samaritano ao atender a uma necessidade material, ou como fez Jesus.
Para com a mulher samaritana, ao atender uma necessidade espiritual. A visitação aos lares oferece excelente oportunidade para o ministério individual a través do aconselhamento.
O ministério coletivo se expressa através  dos serviços de beneficência por grupos de pessoas a grupos de pessoas: alimento para os famintos, agasalhos para os necessitados, auxílio financeiro para os desempregados, desamparados ou doentes. O ministério coletivo pode também tomar a forma de atendimento às necessidades de grupos especiais, como analfabetos, estudantes encarcerados, marginalizados etc.






MARCHA PARA JESUS OU PARA PROMOVER LÍDERES

Pastor lista cinco motivos para não participar da Marcha para Jesus

O maior evento acontece nesta quinta em São Paulo e atrai milhares de evangélicos

Pastor lista cinco motivos para não participar da Marcha para JesusPastor lista motivos para não participar da Marcha para Jesus
A Marcha para Jesus é um evento interdenominacional promovido em diversas cidades brasileiras com apoio das mais diferentes igrejas, desde as mais tradicionais até neopentencostais como Renascer em Cristo que foi a denominação que trouxe a marcha para o Brasil.
Mas há pastores que discordam dos moldes desses eventos, como é o caso do pastor Renato Vargens que listou cinco motivos que o fazem não participar da Marcha para Jesus.
Líder da Igreja Cristã da Aliança, em Niterói (RJ), o religioso diz que participou uma única vez do evento há 20 anos e que depois disso nunca mais teve vontade de voltar a marchar.
Sua decisão de se afastar desse evento religioso foi explicada através de cinco razões, entre elas o fator teológico, pois para ele a Marcha diverge das Escrituras.
“Os organizadores do evento acreditam que através de atos proféticos uma nação pode ser transformada, o que do ponto de vista bíblico é inexequível”, diz Renato Vargens ao listar sua primeira razão.
Outra razão é o clima de entretenimento, os fiéis cantam, dançam e oram durante o percurso e no final assistem apresentações de artistas cristãos dos mais diferentes ritmos musicais.
“Do ponto de Vista das Escrituras, Deus jamais pode ser usado como fonte de lazer. A Igreja não foi chamada por Cristo para promover entretenimento”, critica o pastor. “O Evangelho com todas as suas implicações precisava ser pregado de forma simples e objetiva”.
O terceiro motivo pelo qual Renato Vargens não participa é que a “Marcha pra Jesus na maioria das vezes tem sido usada pra fins eleitoreiros onde objetivo final é eleger alguns irmãos inserindo-os nas câmaras municipais, Assembleias Legislativas, Congresso Nacional, e poder executivo”.
O religioso ainda cita que o evento “tem sido usado de forma comercial onde a ênfase se dá quase que exclusiva ao mercado gospel” e por fim diz que “na maioria das vezes a igreja marcha por nada”.
Para ele o evento poderia ser diferente se convocasse as pessoas para clamarem por perdão pelos pecados cometidos. “Já imaginou essa multidão se arrependendo de suas transgressões, derramando sua alma diante de Deus, rogando ao Pai Celeste que perdoe a safadeza e a bandalheira promovida pelos políticos em nossa nação? Já pensou essa multidão se ajoelhando diante de Deus pedindo ao Salvador um avivamento?”, questiona.

quinta-feira, 23 de abril de 2015

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA APOLOGÉTICA



O Emprego da Apologética

"Santificai a Cristo, como Senhor, em vossos corações, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós, fazendo-o, todavia, com mansidão e temor..." (1 Pedro 3:15).
A palavra traduzida acima por "responder" é, no grego, apologia (isto é, "defesa"). Essa palavra sugere a ideia de "defesa da conduta ou procedimento". Wilbur Sinith, escritor zambiano naturalizado britânico. expressa-o da seguinte maneira: "... uma defesa verbal, uma palavra de defesa daquilo que alguém fez ou da verdade que alguém crê...".
O substantivo apologia (traduzido em português pelo verbo "responder" em 1 Pedro 3:15, acima citado) é empregado mais sete vezes no Novo Testamento:

I.  TEXTOS ONDE A APOLOGIA APARECE:

·        Atos 22:1: "Irmãos e pais, ouvi agora a minha defesa perante vós."
·        Atos 25:16: "A eles respondi que não é costume dos romanos condenar quem quer que seja, sem que o acusado tenha presentes os seus acusados e possa defender-se da acusação."
·        1 Coríntios 9:3: "A minha defesa perante os que me interpelam é..."
·        Filipenses 1:7: "... porque vos trago no coração, seja nas minhas algemas, seja na defesa e confirmação do evangelho, pois todos sois participantes da graça comigo." Filipenses 1:16: "... estes, por amor, sabendo que estou incumbido da defesa do evangelho."
·        2 Timóteo 4:16: "Na minha primeira defesa ninguém foi a meu favor; antes, todos me abandonaram. Que isto não lhes seja a posto em conta."

*    Objetivos da apologética

·        Fortalecer a própria fé - muitos crentes nos dias de hoje sentem sua fé abalada quando o cristianismo é submetido a ataques.
Muitos carregam desnecessariamente dúvidas e questionamentos mal resolvidos. Essas dificuldades podem atrapalhar seu viver cristão (louvor, adoração, inseguranças, etc.) Quanto mais soubermos quão inabaláveis são os fundamentos da nossa fé, mais motivos teremos para louvá-lo! Não é "menos espiritual" que nos empenhemos em aprofundar nossos conhecimentos, mesmo que em outras áreas, se isso nos leva a glorificá-lo...
ILUSTRAÇÃO. Francis Schaeffer (1912-1984) narra um episódio em que, depois de um de seus seminários onde ele ministrou apologética para líderes cristãos, ele recebeu os cumprimentos de um velho e humilde pastor. Ele esperava ouvir algum comentário positivo quanto ao aprendizado do conteúdo avançado, mas suas surpreendentes palavras foram: "obrigado por me dar mais motivos para adorar o meu Deus".
·        Ajudar a fortalecer a fé dos nossos irmãos em Cristo: como membros do Corpo de Cristo, temos o dever de fortalecer a fé uns dos outros. A instrução mútua é imprescindível em uma igreja sadia.
Cl 3:16 Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração.
·        Remover barreiras intelectuais dos descrentes - informações e convicções equivocadas podem estar impedindo pessoas de se chegarem a Deus através do Senhor Jesus.
-O Senhor Jesus confiou aos crentes a missão de proclamar verdade para o mundo.
-Os céticos podem ter diversas posturas: escarnecer, ridicularizar, se auto afirmar (soberba), etc. Mas eles podem manifestar questões e dúvidas sinceras que são barreiras à compreensão e aceitação dos princípios da fé evangélica.
-A missão da apologética é demonstrar que a fé cristã pode ser incorporada por uma pessoa sem que a mesma cometa um suicídio intelectual. As bases do cristianismo sobrevivem imaculadamente por investigações e análises de qualquer natureza (porque estamos falando a Verdade).
-Nossa fé é racional, e a apologética se emprega de argumentos lógicos para facilitar o acesso pelos descrentes, e em alguns casos até desacreditar os inimigos da cruz de Cristo que influenciam negativamente outros contra a Verdade.
A apologética, obviamente, é uma ferramenta indispensável nas mãos do evangelista.
·        Mas, além disso, a apologética é muito importante para estabelecer e fortalecer o crente na sua fé. Contra as influências das filosofias do evolucionismo, materialismo, comunismo, humanismo, pós-modernidade, ocultismo, e as demais religiões do mundo.
É bem fácil o crente ficar confuso até ao ponto de ser enganado por uma seita. Alguns abandonaram a sua fé por falta de respostas às dúvidas levantadas pelos seus mestres.
A apologética, portanto, tem um papel especial na vida dos jovens crentes que vão estudar numa faculdade secular. Por todas essas razões, a Igreja não pode deixar de ensinar apologética.
·        Ela (apologética) nunca substitui a oração nem a ação do Espírito Santo. Quem opera a salvação é Deus - os argumentos devem fazer parte do processo de evangelização
·        O método que Deus definiu para nós é o de apresentar verbalmente (pregar) a mensagem do evangelho, e essa mensagem tem que ser entendida - aprovada pela razão - pelos que a recebem.
É esse o lado positivo da apologética: comunicar com clareza o evangelho à geração atual, de forma que esta possa, entendendo-o, crer.
·        Pessoas diferentes demandam maior ou menor intensidade na argumentação.
Deus ama a todas elas. Somos seus instrumentos para alcançá-las. O convencimento final é do Espírito Santo. Derrubar os argumentos somente não é suficiente. Não derrubá-los, pode deixar barreiras que podem ter consequências fatais.

As motivações cristãs na prática da apologética

O valor do estudo de Apologética só se manifesta com as motivações corretas:
·        Amor - aos irmãos com dificuldades e ao homem sem Cristo.
Rm 13:8 A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, exceto o amor com que vos ameis uns aos outros: pois quem ama o próximo tem cumprido a lei
·        Humildade. 1 Co. 8:1 No que se refere às coisas sacrificadas a ídolos, reconhecemos que todos somos senhores do saber O saber ensoberbece, mas o amor edifica i Se alguém julga saber alguma coisa, com efeito, não aprendeu ainda como convém saber.
Nenhum "saber" (mesmo o "saber" pertinente a assuntos espirituais) tem valor (cristão) se mal empregado:
·        Auto exaltação - ostentar conhecimento e boa argumentação, nutrir alguma fama ou imagem, ter o ego massageado, etc.
Fp. 2:3 Nada façais por partidarismo ou vangloria, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo.
·        Depreciação alheia. Devemos ter respeito e amor pelas pessoas - eventualmente atacar as ideias erradas que atrapalham seu relacionamento com Cristo. O desmoronamento de anos de convicções equivocadas pode ser doloroso. Ganhar argumentos e perder pessoas contraria o chamado cristão.
·        Obediência: Nosso chamado envolve: (preparo, palavras, procedimento).

II.  OS APÓSTOLOS FAZIAM DEFESAS DA FÉ?

·        Quando eram confrontados por Judaizantes.
·        Quando a doutrina ensinada era distorcida.
·        Quando precisavam comprovar relatos milagrosos como a ressurreição de Cristo.
·        Quando precisavam demonstrar que o novo regime implantado por Cristo era superior ao antigo regime (o regime d a lei)
·        Para responderem a seguinte questão: "Porque você é cristão?”.

*    Fazendo uma referência a apologética John Stott diz:

"Não podemos fomentar a arrogância intelectual de uma pessoa, mas devemos alimentar sua integridade intelectual" (E eu acrescentaria que devemos responder a perguntas feitas com sinceridade).

Ou o cristianismo é TUDO para a humanidade, ou então não é NADA”. Ou é a maior das certezas ou a maior das desilusões.
Mas se o cristianismo for TUDO para a humanidade, é importante que cada pessoa seja capaz de apresentar uma boa razão para a esperança que possui em relação às verdades eternas da fé cristã.
Aceitar tais verdades sem ponderar a respeito, ou aceitá-las simplesmente por causa da autoridade que têm, não é suficiente para uma fé inteligente e estável."

*    Algo importante a esclarecer...

O Cristianismo É uma Religião de FATOS

O cristianismo apela à história, aos fatos da história. P. Carnegie Simpson chama de os dados mais claros e acessíveis que existem". Simpson prossegue: "Ele (Jesus) é um fato histórico, verificável como qualquer outro".
Portanto, o cristianismo é objetivo em suas constatações.
Exige um grande esforço o trabalho de apresentar às pessoas, e de um modo inteligente, as provas em favor do evangelho, de maneira que elas possam tomar decisões significativas, convencidas pelo poder do Espírito Santo. O coração não pode se comprazer com aquilo que a mente rejeita como sendo falso.

Um princípio importante na Apologética: "A MELHOR DEFESA É O ATAQUE" (Josh Mac Dowell)

Pinnock, um hábil apologeta e testemunha de Cristo, expressando-se com muita propriedade diz: “Um cristão inteligente deve ser capaz de apontar as falhas numa posição não cristã e apresentar fatos e argumentos em favor do evangelho”.
Se nossa apologética nos impede de explicar o evangelho a quem quer que seja, é uma apologética inadequada, paupérrima, medíocre.

III.   VAMOS ESTABELECER ALGUNS FATOS BÁSICOS

Antes de tratar das diversas provas que favorecem a fé cristã, deve-se esclarecer algumas ideias errôneas e entender várias questões fundamentais.

·        Fé Cega

Uma acusação bem comum e contundente feita contra o cristão é: "Vocês, cristãos, me deixam doente! Tudo o que vocês têm é uma 'fé cega"'.
Será que para tornar-se cristão, a pessoa precisa cometer um "suicídio intelectual"?
Pessoalmente, "meu coração não pode se alegrar com aquilo que minha mente rejeita". Meu coração e minha cabeça foram criados para juntos agirem e crerem em harmonia. Cristo nos mandou: "Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento "(Mateus 22:37).
Quando Jesus Cristo e os apóstolos conclamavam uma pessoa a exercitar a fé, essa não era uma "fé cega", mas uma "fé inteligente". O apóstolo Paulo disse: "Sei em que tenho crido" (2 Timóteo 1:12). E Jesus disse: "Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará" (João 8:32). Conhecer, saber, é o contrário de ignorar.
A fé de um indivíduo envolve "a mente, as emoções e a vontade". "O Espírito Santo não opera, no coração, uma fé cega e sem fundamentos...".
É justificável que Paul Little escreva: "A fé no cristianismo baseia-se em fatos. Não é contrária à razão. No sentido cristão, a fé vai além, mas não contra a razão".
A fé é a certeza que o coração tem de que as provas são suficientes.

·        A Fé Cristã precisa ser Objetiva

Um bolsista muçulmano disse a um professor de teologia: "Conheço muitos muçulmanos que têm mais fé em Maomé do que alguns cristãos têm em Cristo". O professor respondeu: “Pode ser verdade, mas o cristão é “salvo”“.
A fé cristã é fé em Cristo. Paulo disse: "Sei em quem tenho crido". Isso explica por que o evangelho gira em torno da pessoa de Jesus Cristo.

*      O CONCEITO DE CRISTO DA FÉ E O CRISTO DA HISTÓRIA
Alguns fazem uma diferença entre o "Cristo da fé" e o "Cristo da história".
O Cristo da fé é aquele que é concebido na dimensão da crença e da experiência subjetiva.
O Cristo da história é aquele que é concebido por meio dos resultados das pesquisas arqueológicas, dos dados históricos, dos documentos encontrados.
Acredito que o Cristo da fé e o Cristo da História não são distintos como concebem os liberais, é a mesma pessoa.
Conforme o inglês Herbet Butterfield (1900-1979) um dos maiores historiadores da nossa época, o expressou: “Seria um erro perigoso imaginar que as características de uma religião histórica continuariam inalteradas caso o Cristo dos teólogos fosse divorciado do Jesus da história.”

*     Testemunhas Oculares

Os escritores do Novo Testamento ou escreveram na qualidade de testemunhas oculares dos eventos que descreveram ou registraram os acontecimentos, conforme relatados, em primeira mão, por testemunhas oculares.
Veja o que diz um apostolo: "Porque não vos demos a conhecer o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, seguindo fábulas engenhosamente inventadas, mas nós mesmos fomos testemunhas oculares da sua majestade" (2 Pedro 1:16).
Os escritores do NT sabiam qual a diferença entre mito, lenda e realidade. É bom lembrar, que a mitologia grega se aplica a seres de existência mitológica. O cristianismo se refere a seres de existência história.
J. B. Phillips, escritor inglês afirma “Já li, em grego e em latim, dezenas de histórias de mitos, mas não encontrei a menor ideia de mito na Bíblia”.
"Pode-se definir mito como uma tentativa pré-científica e imaginativa de explicar algum fenômeno, real ou aparente. Frequentemente apela mais às emoções do que à razão, e, de fato, em suas manifestações mais típicas, parece ter surgido em uma época quando não se exigiam explicações racionais'."

*      RELATOS BÍBLICOS DAS TESTEMUNHAS OCULARES
1 João 1 :1-3: "O que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com os nossos próprios olhos, o que contemplamos e as nossas mãos apalparam com respeito ao Verbo da vida (e a vida se manifestou, e nós a temos visto, e dela damos testemunho e vo-lo anunciamos, a vida eterna, a qual estava com o Pai e nos foi manifestada), o que temos visto e ouvido anunciamos também a vós outros, para que vós igualmente mantenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo."
Lucas 1:1-3: "Visto que muitos houve que empreenderam uma narração coordenada dos fatos que entre nós se realizaram, conforme nos transmitiram os que desde o princípio foram deles testemunhas oculares, e ministros da palavra, igualmente a mim me pareceu bem, depois de acurada investigação de tudo desde sua origem, dar-te por escrito, excelentíssimo Teófilo, uma exposição em ordem."
I Coríntios 15:6-8 "Depois Jesus foi visto por mais de quinhentos irmãos de uma só vez, dos quais a maioria sobrevive até agora, porém alguns já dormem. Depois foi visto por Tiago, mais tarde por todos os apóstolos, e, afinal, depois de todos, foi visto também por mim, como por um nascido fora de tempo."
João 20:30,31 "Na verdade fez Jesus diante dos discípulos muitos outros sinais que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome.”
Atos 10:39-42 "É nós somos testemunhas de tudo o que ele fez na terra dos judeus e em Jerusalém? ao qual também tiraram a vida, pendurando-o no madeiro. A este ressuscitou Deus no terceiro dia, e concedeu que fosse manifesto, não a todo o povo, mas às testemunhas que foram anteriormente escolhidas por Deus, isto é, a nós que comemos e bebemos com ele, depois que ressurgiu dentre os mortos; e nos mandou pregar ao povo e testificar que ele é quem foi constituído por Deus Juiz de vivos e de mortos".

*    Metodologia da apologética

·        O alvo desta metodologia é avaliar as várias cosmovisões que estão competindo pela lealdade do povo.
·        Outro alvo do sistema é a comunicação da cosmovisão cristã. Para comunicar é preciso um ponto de contato com o não crente.
·        Qualquer sistema de apologética deve ter pelo menos as seguintes partes:
1) Um ponto de partida lógico,
2) um ponto de contato com o descrente, ou seja, "terreno comum",
3) provas da verdade,
4) o papel do raciocínio,
5) a base da fé em Deus, Cristo e a Bíblia. O significado destes aspectos de uma apologética deve ficar claro ao explicar as metodologias abaixo.

*     A apologética tradicional

1) Os "evidencialistas"

tomam a postura de que a melhor maneira de se comprovar a existência de Deus e a veracidade da Bíblia é apelar para a evidência da história. Eles apontam para a evidência da ressurreição de Jesus, por exemplo, como a prova de que Ele é Deus. O "evidencialismo" é caracterizado pela tendência de se asseverar que a verdade do Cristianismo pode ser demonstrada como sendo altamente provável. Os evidencialistas começam a partir do empirismo e a abordagem deles pode ser analisada assim:
a) Ponto de partida lógico - O empirismo começa a partir do dado empírico para construir uma cosmovisão.
Ele pressupõe que exista uma correspondência entre a realidade exterior e as percepções interiores na mente humana e que os cinco sentidos são confiáveis. Outros pressupostos incluem a unidade da experiência, a regularidade das leis da natureza e causalidade. É claro que o evidencialismo não depende apenas dos fatos, mas também de alguns pressupostos metafísicos, embora nem todos os empiristas admitam isso.
b) Terreno comum - Os evidencialistas dizem que a coisa que temos em comum com o não crentes são os fatos. "Um fato é um fato", eles dizem. Eles pressupõem que os fatos são os mesmos para todo mundo é que eles têm o mesmo significado.
Alguns evidencialistas admitem que temos em comum com os descrentes as formas lógicas do raciocínio humano.
c) Prova da verdade -Algo é verdadeiro se ele é consistente com os fatos. Por isso eles dão muita ênfase aos fatos históricos: a ressurreição de Jesus, etc. Para eles a evidência exige um veredito. d) O papel do raciocínio - Os evidencialistas dependem da lógica indutiva. Eles tentam raciocinar a partir dos fatos (a ordem no universo, à ressurreição) para os princípios metafísicos (a existência de Deus, a divindade de Cristo).
e) A base da fé - Certeza absoluta é impossível, segundo os evidencialistas. O melhor que podemos esperar é um alto grau de probabilidade. Eles dizem que entre as várias cosmovisões possíveis, o cristianismo é o mais provável e deve ser aceito.

2) Racionalismo

O que é? O racionalismo é uma epistemologia que tenta conhecer a verdade dedutivamente. Vários filósofos (Anselmo teólogo e filósofo(1034-1109) e Descartes (1596-1650) tentaram comprovar o cristianismo através do racionalismo.
Ponto de partida lógico - O racionalismo começa a partir de axiomas
Terreno comum - O ponto de contato entre os não crentes é a validade universal das leis da lógica: a lei da não contradição, a lei da identidade, e a lei do meio excluído. Estas leis compõem a estrutura da mente humana e definem as possibilidades na realidade.
Prova da verdade - A consistência lógica é a prova da verdade final.
O papel do raciocínio - O processo de raciocinar, segundo o racionalismo, é deduzir as conclusões que se seguem logicamente dos axiomas. A razão é puramente dedutiva.
a) A base da fé cristã é a certeza dos silogismos lógicos.
Problemas? O problema do racionalismo é que os argumentos são apenas tão bons como os pressupostos. Um argumento pode ser válido e ainda: also por ter falsos pressupostos.
O racionalismo pretende construir um argumento com pressupostos fundamentados no mundo finito e concluir com um Deus infinito. Mas, pressupostos finitos (pensou, logo existo, etc.) não são suficientes para chegar a um Ser Infinito.
O raciocínio, para ser suficiente, deve começar a partir de um ponto de referência infinito.

3) Misticismo

Ponto de Partida lógico - Testemunho pessoal sobre sua experiência de Deus.
Terreno comum - Não existe terreno comum porque os não crentes não podem entender o que eles não experimentaram.
Prova da verdade - A auto autenticação da experiência. O místico responde aos incrédulos ao dizer: "Jesus mudou a minha vida". A prova final é a realidade de um encontro com Deus.
d) O papel do raciocínio - A razão pode interpretar a experiência, mas ela é incapaz de avaliar a verdade da experiência. As vezes o raciocínio é visto como um obstáculo a uma experiência de Deus.
e) A base da fé - Os místicos dizem que eles têm uma certeza psicológica. A fé é irracional.
Problemas? Os Mórmons têm a sua experiência, os Hindus, e todas as outras religiões também. A experiência precisa de um ponto de referência objetivo para validá-la.
Qual é o grande objetivo destas metodologias apologéticas?
RESPOSTA: NOS CONDUZIR A CERTEZA DAS AFIRMAÇÕES FEITAS PELO CRISTIANISMO

I. COMO PODEMOS CHEGAR A CERTEZA NA PRÁTICA APOLOGÉTICA?

Um dos grandes desafios da apologética é conduzir as pessoas a ter certeza de que as afirmações do cristianismo são verdadeiras.
Vamos definir o que é a certeza apologética, e quais as condições e critérios para que possamos chegar à certeza.

A DEFINIÇÃO DE CERTEZA

Certeza é o estado da mente em que está intimamente persuadida de possuir a verdade. Estar certo é, portanto, formular um juízo, que exclui totalmente a dúvida e o temor de errar.

*      Certeza é resultado de um processo:
·        Intelectual, onde pelo raciocínio uma pessoa acredita que conseguiu encontrar uma verdade espiritual, lógica, sensata e coerente com a razão.
·        Psicológico. As emoções precisam aqui estar em sintonia com as convicções intelectuais.  Há pessoas que falam sobre a fé, mas seus sentimentos não produzem a mesma convicção psicológica.
·        Espiritual, onde o indivíduo em contato com o divino tem uma experiência única com a revelação, de modo que está se apresenta para ele com a verdade mais concreta e absoluta para explicar o propósito e sentido de sua existência.

*    Espécies de certeza:

A certeza metafísica, que se funda na relação necessária entre os termos do juízo ou raciocínio lógico. Ex. Quando digo que “o todo é maior que a parte”, o atributo convém de tal modo ao sujeito que é impossível conceber o contrário. Ao formularmos um juízo desses, o nosso espírito não só não admite a possibilidade de dúvida, mas afirma que a contraditória é absurda e não se pode conceber;
A certeza física, que se baseia na constância das leis do universo. Só a experiência nos pode dar esta certeza. Ex. Quando dizemos que “os corpos tendem a cair para o centro da terra”, julgamos que a proposição contrária é falsa, por contradizer os fatos observados, mas não absurda, pois as leis poderiam ser de outro modo;
A certeza moral, que se funda no testemunho dos homens, quando este se apresenta com todas as garantias de verdade. Ex. As verdades históricas e, portanto, as religiosas são objeto da certeza moral.  Ex. O Pecado é a transgressão da lei. É errado matar.

*    Segundo o modo do conhecimento, a certeza é:

Imediata, direta ou intuitiva, quando se apresenta à inteligência sem o intermédio de outra verdade; ex.: o todo é maior que a parte; Ex. alguém tem uma experiência direta com uma revelação. 
Mediata, indireta ou discursiva, quando a conhecemos indiretamente por meio do raciocínio; ex.: a soma dos ângulos internos de um triângulo é igual a dois retos (180º). Ex. alguém conhece a revelação por meio do testemunho de outra pessoa

*    Critério

Por conseguinte, o problema da verdade reduz-se, a saber, qual é o sinal ou critério por onde podemos conhecer que estamos em posse da verdade.
Foram propostos vários critérios:
·        A revelação divina (Ex. experiências místicas, sobrenaturais, visões, etc...), o consenso universal (Ex. milhões de pessoas creem em Deus), o senso comum (São as crenças populares.), o sentimento (sentimos o amor, por isso temos a certeza da sua existência).
·        O critério ou sinal infalível e universal da verdade é a evidência. Mas, que é a evidência? O termo evidente, como a etimologia o indica, significa que a verdade está revestida duma claridade que a faz brilhar aos nossos olhos. Desse modo a evidência exerce no espírito uma espécie de violência, coloca-o na impossibilidade de não ver.
·        “Estou certo porque vejo que a coisa é assim, e não pode ser de outro modo; e vejo que é assim, ou por intuição direta, ou por meio da demonstração, ou finalmente por um testemunho irrefragável que não me permite julgar o contrário.”

*    Uma das grandes discussões históricas é quanto à certeza dos dados, quanto à verdade das declarações que são feitas pela Bíblia.


Portanto, precisamos definir a Bíblia apologeticamente.
A singularidade da Bíblia...
            ... Nosso ponto de partida para a apologética.

*    A Bíblia é Única.

É um livro "diferente de todos os demais" nos seguintes aspectos (além de em muitos e muitos outros):
ÚNICA NA SUA COERÊNCIA. Esse é um livro:
Escrito durante um período de mais de 1.500 anos.
Escrito durante mais de 40 gerações.
Escrito por mais de 40 autores, envolvidos nas mais diferentes atividades, inclusive reis, camponeses, filósofos, pescadores, poetas, estadistas, estudiosos, etc.:

Escrito em diferentes lugares:
Moisés, no deserto;
Jeremias, numa masmorra;
Daniel, numa colina e num palácio;
Paulo, dentro de uma prisão;
Lucas, enquanto viajava;
João, na ilha de Patmos;

Outros, nos rigores de uma campanha militar.
Escrito em diferentes condições: Davi, em tempos de guerra; Salomão, em tempos de paz.
 Escrito sob diferentes circunstâncias:

Alguns escreveram enquanto experimentavam o auge da alegria, enquanto outros escreveram numa profunda tristeza e desespero.
“Voltaire, o francês renomado e incrédulo que morreu em 1778, afirmou que, cem anos depois dele o cristianismo estaria varrido da face da terra e teria passado à história”. Mas o que aconteceu? Voltaire passou para a história, ao passo que a circulação da Bíblia continua a aumentar em quase todas as partes do mundo, levando bênçãos aonde quer que vá.
A respeito da presunção de Voltaire de que o cristianismo desapareceria num prazo de cem anos, Geisler e Nix assinalam que "apenas cinquenta anos depois de sua morte a Sociedade Bíblica de Genebra usou a gráfica e a residência de Voltaire para imprimir pilhas de Bíblias.“ QUE IRONIA DA HISTÓRIA!

*    Esses fatos comprovam que a Bíblia é única!

A Bíblia é única em sobrevivência:

Ser escrita em material perecível, tendo que ser copiada e recopiada durante centenas de anos, antes da invenção da imprensa, não prejudicou seu estilo, exatidão ou existência. Comparada com outros escritos antigos, a Bíblia possui mais provas em termos de manuscritos .
"Os judeus a preservaram como nenhum outro manuscrito foi jamais preservado. Com a massora (O termo "massorá" provém na língua hebraica de mesorah  que  indica "tradição". Portanto, massoreta era alguém que tinha por missão a guarda e preservação da tradição) eles verificavam atentamente cada letra, sílaba, palavra e parágrafo. Dentro de sua cultura, eles dispunham de grupos de homens com funções específicas, cuja única responsabilidade era preservar e transmitir esses documentos com uma fidelidade praticamente perfeita - eram os escribas, copistas e massoretas. Quem alguma vez contou as letras, sílabas e palavras dos textos de Platão ou Aristóteles?
John Lea comparou a Bíblia aos escritos de Shakespeare: "Em artigo na North American Review (Revista Norte-Americana): “Parece estranho que o texto de Shakespeare, que existe há menos de duzentos e oito anos, seja bem mais duvidoso e tenha bem mais corruptelas do que o texto do Novo Testamento, agora com mais de dezoito séculos de idade, “
... o texto de cada versículo do Novo Testamento encontra-se tão bem estabelecido, em face de uma concordância geral entre os estudiosos, que qualquer ressalva quanto ao texto diz respeito mais à interpretação das palavras do que a quaisquer dúvidas sobre as próprias palavras.

A Bíblia é a única em sobrevivência em meio às perseguições:

Em 303 A.D. o imperador Diocleciano proclamou um edito para impedir os cristãos de adorarem e para destruir as suas Escrituras: "... um documento imperial foi promulgado em todos os lugares, determinando a demolição das igrejas e a queima das Escrituras, e proclamando que aqueles que ocupavam posições de destaque perderiam todos os seus direitos, enquanto que aqueles que trabalhassem em suas casas perderiam a liberdade, caso insistissem em professar o cristianismo“.
Quanto a esse edito para destruir a Bíblia, a ironia da história é que Eusébio registra o edito proclamado 25 anos depois por Constantino, o imperador que sucedeu a Diocleciano, para que se preparassem 50 cópias das Escrituras a expensas do governo.
A Bíblia é única em termos de sobrevivência. Isso não prova que a Bíblia é a Palavra de Deus. Mas confirma que ela ocupa um lugar sem igual entre os livros. Quem quer que esteja buscando a verdade deve refletir sobre um livro com essas características distintivas.

MATERIAL EXTRAIDO DO LIVRO –SÉRIE APOLOGÉTICA-
ICP. INSTITUTO CRISTÃO DE PESQUISAS

·        As pessoas têm o direito de professar a religião de sua escolha. A tolerância religiosa é extensiva a todos. Isso não significa, porém, que todas as religiões sejam boas. Nos dias de Jesus havia vários grupos religiosos: Os saduceus (At 5.17) e os fariseus (At 15.5). Os dois grupos tinham posições religiosas distintas (At 23.8). Mesmo assim, Jesus não os poupou, chamando-os de hipócritas, filhos do inferno, serpentes, raça de víboras (Mt 23.13-15,33).
·        O Mestre deixou claro que não aceitava a idéia de que todos os caminhos levará a Deus. Ele ensinou que há apenas dois caminhos: o estreito, que conduz à vida eterna, e o largo e espaçoso, que leva à destruição (Mt 7.13-14).
·        Os apóstolos tiveram a mesma preocupação: não permitir que heresias, falsos ensinos, adentrassem na Igreja.
·        O primeiro ataque doutrinário lançado contra a Igreja foi o legalismo. Alguns judeus-cristãos estavam instigando novos convertidos à prática das leis judaicas, principalmente a circuncisão.
·        Em Antioquia, havia uma igreja constituída de pessoas bem preparadas no estudo das Escrituras (At 13.1), que perceberam a gravidade do ensino de alguns que haviam descido da Judéia e ensinavam: Se não vos circuncidardes segundo o costume de Moisés, não podereis ser salvos (At 15.1). Esses ensinamentos eram uma ameaça à Igreja. Foi necessário que um concilio apreciasse essa questão e se posicionasse.
·        Em Atos 15.1-35, temos a narrativa que demonstra a importância de considerarmos os ensinos que contrariam a fé cristã. Outras fontes ameaçam a Igreja- Dentre elas, destacamos a pluralidade religiosa.

    Pluralidade Religiosa

·        A pluralidade religiosa não é exclusiva dos tempos de Jesus. Atualmente existem milhares de seitas e religiões falsas, as quais pensam estar fazendo a vontade de Deus quando, na verdade, não estão.
·        Há dez grandes religiões principais: Hinduísmo, Jainismo, Budismo e Siquismo (na índia); Confucionismo e Taoísmo (na China); Xintoísmo (no Japão), Judaísmo (na Palestina), Zoroastrismo (na Pérsia, atual Irã) e Islamismo (na Arábia). Nessa lista, alguns incluem o Cristianismo.
·        Além disso, existem mais de dez mil seitas (ou subdivisões dessas religiões), estando seis mil localizadas na África, 1200 nos Estados Unidos e o restante em outros países.
·        Para efeitos didáticos, o Instituto Cristão de Pesquisas classifica assim as seitas:
·        Secretas: Maçonaria,Teosofia, Rosacrucianismo, Esoterismo etc.
·        Pseudocristãs: Mormonismo, Testemunhas de Jeová, Adventismo do Sétimo Dia, Ciência Cristã, A Família (Meninos de Deus), Igreja Apostólica da Santa Vó Rosa etc.
·        Espíritas: Kardecismo, Legião da Boa Vontade, Racionalismo Cristão etc.
·        Afro-brasileiras: Umbanda, Quimbanda, Candomblé, Voduísmo, Cultura Racional, Santo Daime etc.
·        Orientais: Seicho-No-Iê, Igreja Messiânica Mundial, Arte Mahikari, Hare Krishna, Meditação Transcendental, Igreja da Unificação (Moonismo), Perfeita Liberdade etc.
·        Unicistas: Voz da Verdade, Igreja Local, Adeptos do Nome Yehoshua e suas Variantes (ASNYS), Só Jesus, Tabernáculo da Fé, Cristadelfíanismo etc.
Enquanto essas e outras seitas se multiplicam, e seus guias desencaminham milhões de pessoas, os cristãos permanecem indiferentes, desatentos à exortação de Judas 3: batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos.

*    Por Que Estudar as Falsas Doutrinas

·        Muitos perguntam por que se deve estudar as falsas doutrinas. Para esses, seria melhor a dedicação à leitura da Bíblia. Certamente devemos usar a maior parte de nosso tempo lendo e estudando a Palavra de Deus, porém essa mesma Palavra nos apresenta diretrizes comportamentais relacionadas aos que questionam nossa fé. Assim sendo, apre­sentamos as razões para o estudo das falsas doutrinas:
·        1ª - Defesa própria: Várias entidades religiosas treinam seus adeptos para ir, de porta em porta, à procura de novos adeptos. Algumas são especializadas em trabalhar com os evangélicos, principalmente os novos convertidos. Os cristãos devem se informar acerca do que os vários grupos ensinam. Só assim poderão refutá-los biblicamente (Tt 1.9);
·        2a. - Proteção do rebanho: Um rebanho bem alimentado não dará problemas. Devemos investir tempo e recursos na preparação dos membros da Igreja. Escolas bíblicas bem administradas ajudam o nosso povo a conhecer melhor a Palavra de Deus. Um curso de batismo mais extensivo, abrangendo detalhadamente as principais doutrinas, refutando as argumentações dos sectários e expondo-lhes a verdade, será útil para proteger os recém-convertidos dos ataques das seitas;
·        3a. - Evangelização: O fato de conhecermos o erro em que se encontram os sectários nos ajuda a apresentar-lhes a verdade de que necessitam. Entre eles se encontram muitas pessoas sinceras que precisam se libertar e conhecer a Palavra de Deus. Os adeptos das seitas também precisam do Evangelho. Se estivermos preparados para abordá-los, e demonstrar a verdade em sua própria Bíblia, poderemos ganhá-los para Cristo;
·        4a. - Missões: Desempenhar o trabalho de missões requer muito mais do que se deslocar de uma região para outra ou de um país para outro. Precisamos conhecer a cultura onde vamos semear o Evangelho. Junto à cultura teremos a religiosidade nativa. Conhecer antecipadamente esses elementos nos dará condições para alcançá-los adequadamente.
·        Uma objeção levantada por alguns é esta: Não gosto de falar contra outras religiões. Fomos chamados para pregar o Evangelho. Con­cordamos plenamente, todavia lembramos que o apóstolo Paulo foi chamado para pregar o Evangelho e disse não se envergonhar dele (Rm 1.16). Disse também que Cristo o chamou para defender esse mesmo Evangelho (Fp 1.16).
·        A objeção mais comum é a seguinte: Jesus disse para não julgarmos, pois com a mesma medida que julgarmos, também seremos julgados. Quem somos nós para julgar"? Ora, o contexto mostra que Jesus não estava proibindo todo e qualquer julgamento, pois no versículo 15 Ele alerta: acautelai-vos, porém, dos falsos profetas.
·        Como poderíamos nos acautelar dos falsos profetas se não pudéssemos identificá-los? Não teríamos de emitir um juízo classificando alguém como falso profeta? Concluímos, portanto, que há juízos estabelecidos em bases sinceras, mas, para isso, é preciso usar um padrão correto de julgamento e, no caso, esse padrão é a Bíblia (Is 8.20). Há exemplos nas Escrituras de que nem todo juízo é incorreto. Certa vez Jesus disse: julgas te bem (Lc 7.43). Paulo admitiu que seus escritos fossem julgados (1 Co 10.15). Disse mais: O que é espiritual julga bem todas as coisas (1 Co 2.15).

*    Definição dos Termos

·        Antes de apresentarmos os meios para se identificar uma seita ou religião falsa, saibamos o que significam as palavras seita e heresia. Ambas derivam da palavra grega háiresis, que significa escolha, partido tomado, corrente de pensamento, divisão, escola etc... A palavra heresia é adaptação de háiresis. Quando passada para o latim, háiresis virou seda. Foi do latim que veio a palavra seita.1 Originalmente, a palavra não tinha sentido pejorativo. Quando o Cristianismo foi chamado de seita (At 24.5), não foi em sentido depreciativo. Os líderes judaicos viam os cristãos como mais um grupo, uma facção dentro do Judaísmo. Com o tempo, háiresis também assumiu conotação negativa, como em 1 Co 11.19; Gl 5.20; 2 Pe 2.1-2.
·        Em termos teológicos, podemos dizer que seita refere-se a um grupo de pessoas e que heresia indica as doutrinas antibíblicas defendidas pelo grupo. Baseando-se nessa explicação, podemos dizer que um cristão imaturo pode estar ensinando alguma heresia, sem, contudo, fazer parte de uma seita.
·        Há outras definições sobre o que é seita:
·        1ª. — Um grupo de indivíduos reunidos em torno de uma interpretação errônea da Bíblia, feita por uma ou mais pessoas -Dr. Walter Martin.3
·        2a. — É uma perversão, uma distorção do Cristianismo bíblico e/ou a rejeição dos ensinos históricos da Igreja cristã — Josh McDoweell e Don Stewart.4
·        3a. — Qualquer religião tida por heterodoxa ou mesmo espúria — J.K. Van Baalen.5
·        Façamos um breve comentário sobre o que é doutrina. A palavra doutrina vem do latim doctrina, que significa ensino. Referindo-se a qualquer tipo de ensino ou a algum ensino específico. Existem três formas de doutrina:
a) Doutrina de Deus - At 13.12; 1.42; Tt 2.10;
b) Doutrina de homens - Mt 15.9; Cl 2.22;
c)  Doutrina de demônios - 1 Tm 4.1.
**·        A primeira é boa, as duas últimas são danosas. É preciso distinguir a primeira das últimas, senão os prejuízos podem ser fatais. O contraste entre a verdade e a mentira é mais nítido que o contraste entre a verdade e a falsidade. Religiões e seitas pagas podem ser analisadas facilmente. Contudo, uma religião ou seita que se apresente como cristã, mas tem uma doutrina contrária às Escrituras, merece toda nossa atenção. Para tanto, devemos conhecer os meios adequados para se identificar uma seita.

*    A Caracterização das Seitas

·        O método mais eficiente para se identificar uma seita é conhecer os quatro caminhos seguidos por elas, ou seja, o da adição, subtração, multiplicação e divisão. As seitas conhecem as operações matemáticas, contudo, nunca atingem o resultado satisfatório.

1. Adição: O grupo adiciona algo à Bíblia. Sua fonte de autoridade não leva em consideração somente a bíblia.

Por exemplo:
·        Adventismo do Sétimo Dia. Seus adeptos têm os escritos de Ellen White como inspirados tanto quanto os livros da Bíblia. Declaram: Cremos que: Ellen White foi inspirada pelo Espírito Santo, e seus escritos, o produto dessa inspiração, têm aplicação e autoridade especial para os adventistas do sétimo dia. Negamos que a qualidade ou grau de inspiração dos escritos de Ellen White sejam diferentes dos encontrados nas Escrituras Sagradas. Essa alegação é altamente comprometedora. Diversas profecias escritas por Ellen White não se cumpriram. Isso põe em dúvida a alegação de inspiração e sua fonte.
·        As Testemunhas de Jeová creem que somente com a mediação do corpo governante (diretoria das Testemunhas de Jeová, formada por um número variável entre nove e 14 pessoas, nos EUA), a Bíblia será entendida. Declaram: Meramente ter a Palavra de Deus e lê-la não basta para adquirir o conhecimento exato que coloca a pessoa no caminho da vida.% A menos que estejamos em contato com este canal de comunicação usado por Deus, não avançaremos na estrada da vida, não importa quanto leiamos a Bíblia.9 Essa afirmação iniciou-se com o seu fundador, Charles Taze Russell. Ele afirmava que seus livros explicavam a Bíblia de uma forma única. A Bíblia fica em segundo plano nos estudos das Testemunhas de Jeová. É usada apenas como um livro de referência. A revista A Sentinela tem sido seu principal canal para propagar suas afirmações. O candidato ao batismo das Testemunhas de Jeová deve saber responder a aproximadamente 125 perguntas. A maioria nega a doutrina bíblica evangélica. Certamente, com a literatura das Testemunhas de Jeová, é impossível compreender a Bíblia. Somente a Palavra de Deus contém ensinos que conduzem à vida eterna. Adicionar-lhe algo é altamente perigoso! (Ap 22.18-19).
·        Nessa mesma linha estão os mórmons, que dizem crer na Bíblia, desde que sua tradução seja correta. Ensinam: Cremos ser a Bíblia a palavra de Deus, o quanto seja correta sua tradução; cremos também ser o "Livro de Mórmon" a palavra de Deus (Artigo 8o das Regras de Fé).
·        Eles acham que o "Livro de Mórmon" é mais perfeito do que a Bíblia. Declarei aos irmãos que o Livro de Mórmon era o mais correto de todos os livros da terra, e a pedra angular da nossa religião ("Ensinamentos do Profeta Joseph Smith", p. 178). Outros livros também são considerados inspirados: "Doutrina e Convênios" e "A Pérola de Grande Valor". Usam também a Bíblia apenas como livro de referência. Se dissermos aos mórmons que temos a Bíblia e não precisamos do "Livro de Mórmon", eles responderão com esse livro: Tu, tolo, dirás: uma Bíblia e não necessitamos mais de Bíblia! Portanto, porque tendes uma Bíblia, não deveis supor que ela contém todas as minhas palavras; nem deveis supor que eu não fiz com que se escrevesse mais (LM-2 Néfi 29.9-10). Citam as variantes textuais dos manuscritos como argumento de que a Bíblia não seja fidedigna. Ignoram, porém, que a pesquisa bíblica tem demonstrado a fidedignidade da Palavra de Deus.
·        Os Meninos de Deus (A Família) dizem que é melhor ler os ensinamentos de David Berg, seu fundador, do que ler a Bíblia. E quero dizer-vos francamente: se há uma escolha entre lerem a Bíblia, quero dizer-vos que é melhor lerem o que Deus diz hoje, de preferência ao que disse 2000 ou 4000 anos atrás! Depois, quando acabarem de ler as últimas Cartas de MO podem voltar e ler a Bíblia e as Cartas velhas de MO! ("Velhas Garrafas" - MO, julho, 1973, p. 11 n. 242-SD). Práticas abomináveis, segundo a moral bíblica, são justificadas com a Bíblia. A Igreja da Unificação, do Rev. Moon, julga ser seu princípio divino de inspiração mais elevado do que a Bíblia. A Bíblia... não é a própria verdade, senão um livro de texto que ensina a verdade. ...Portanto, não devemos considerar o livro de texto como absoluto em todos os detalhes ("O Princípio Divino", Introdução, p. 7). Outro exemplo da conseqüência de abandonar as Escrituras é observado nesse movimento. Além da Bíblia, rejeitam também o Messias e seguem um outro senhor.
·        Os Kardecistas não têm a Bíblia como base, mas a doutrina dos espíritos, codificada por Allan Kardec. Usam um outro Evangelho conhecido como "O Evangelho Segundo o Espiritismo". Dizem: Nem a Bíblia prova coisa nenhuma, nem temos a Bíblia como probante. O Espiritismo não é um ramo do Cristianismo como as demais seitas chamadas cristãs. Não assenta os seus princípios nas Escrituras. Não rodopia junto à Bíblia. Mas a nossa base é o ensino dos espíritos, daí o nome - Espiritismo ("A Margem do Cristianismo", p. 214). Procuram interpretar as parábolas e ensinos de Jesus Cristo segundo uma perspectiva espírita e reencarnacionista. A Palavra de Deus é bem clara quanto às atividades espíritas e suas origens.
·        A Igreja de Cristo Internacional (Boston) interpreta a Bíblia segundo a visão de Kipp Mckean, o seu fundador. Um sistema intensivo de discipulado impede outras interpretações. Qualquer resistência do discípulo, referindo-se à instrução, desencadeará uma retaliação social.

Ø Resposta Apologética:
·        O apóstolo Paulo diz que as Sagradas Letras tornam o homem sábio para a salvação pela fé em Jesus (2 Tm 3.15); logo, se alguém ler a Bíblia, somente nela achará a fórmula da vida eterna: crer em Jesus. A Bíblia relata a história do homem desde a antiguidade. Mostra como ele caiu no lamaçal do pecado. Não obstante, declara que Deus não o abandonou, mas enviou seu Filho Unigênito para salvá-lo. Assim, lendo a Bíblia, o homem saberá que sem Jesus não há salvação. Ele não procurará a salvação em Buda, Maomé, Krishna ou algum outro, nem mesmo numa organização religiosa; pois a Bíblia é absoluta e verdadeira ao enfatizar que a salvação do homem vem exclusivamente por meio de Jesus (Jo 1.45; 5.39-46; Lc 24.27,44; At 4.12; 10.43; 16.30-31; Rm 10.9-10).

2. Subtração: O grupo tira algo da pessoa de Jesus.

·        A maçonariaJesus simplesmente como mais um fundador de religião, ao lado de personalidades mitológicas, ocultistas ou religiosas, tais como, Orfeu, Hermes,Trimegisto, Krishna, (o deus do Hinduísmo), Maomé (profeta do Islamismo), entre outros. Se negarmos o sacrifício de Jesus Cristo e sua vida, estaremos negando também a Bíblia que o menciona como Messias (Is 7.14 - Mt 1.21-23; Dn 7.13-14). Ou cremos integralmente na Palavra de Deus como revelação completa e, portanto, nas implicações salvíficas que há em Jesus Cristo, ou a rejeitamos in­tegralmente. Não há meio termo.
·        A Legião da Boa Vontade (LBV) subtrai a natureza humana de Jesus, dizendo que Jesus possui apenas um corpo aparente ou fluídico, além de negar sua divindade, dizendo que ele jamais afirmou que fosse Deus.10 Jesus não poderia nem deveria, conforme as imutáveis Leis da Natureza, revestir o corpo material do homem do nosso planeta, corpo de lama, incompatível com sua natureza espiritual, mas um corpo fluídico ("Doutrina do Céu da LBV", p. 108).
·        Agora, o mundo inteiro pode compreender que Jesus, o Cristo de Deus, não é Deus nem jamais afirmou que fosse Deus ("Doutrina do Céu da LBV", p. 112).
·        Outros grupos também subtraem a divindade de Jesus: as Testemunhas de Jeová dizem que Ele é o arcanjo Miguel na sua preexistência, sendo a primeira criação de Jeová.
·        Os adventistas ensinam que Jesus tinha uma natureza pecaminosa, caída. Dizem, Santificar o sábado ao Senhor importa em salvação eterna ("Testemunhos Seletos", vol. III, p. 22 — 2 edição, 1956).
·        Os Kardecistas ensinam que Jesus foi apenas um médium de Deus. Dizem que Segundo definição dada por um Espírito, ele era médium de Deus ("A Gênese", p. 311).
Ø Resposta Apologética:
·        A Bíblia ensina que Jesus é Deus (Jo 1.1; 20.28;Tt 2.13; 1 Jo 5.20 etc). Assim sendo, não pode ser equiparado meramente a seres humanos ou mitológicos, nem mesmo com os anjos, que o adoram (Hb 1.6). A Bíblia atesta a autêntica humanidade de Jesus, pois nasceu como homem (Lc 2.7), cresceu como homem (Lc 2.52), sentiu fome (Mt 4.2), sede (Jo 19.28), comeu e bebeu (Mt 11.19; Lc 7.34), dormiu (Mt 8.24), suou sangue (Lc 22.44) etc. Foi gerado pelo Espírito Santo no ventre da virgem Maria, sendo portanto, santo, inocente e imaculado (Hb 7.26). É verdadeiramente Deus (Jo 5.18; 10.39-33; 1 Jo 5.20) e verdadeiramente homem (Lc 19.10).

3. Multiplicação: Pregam a auto salvação. Crer em Jesus é importante, mas não é tudo. A salvação é pelas obras. Às vezes, repudiam publicamente o sangue de Jesus:

·        A Seicho-No-Iê nega a eficácia da obra redentora de Jesus e o valor de seu sangue para remissão de pecados, chegando a dizer que se o pecado existisse realmente, nem os budas todos do Universo conseguiriam extingui-lo, nem mesmo a cruz de Jesus Cristo conseguiria extingui-lo.
·        Os mórmons afirmam crer no sacrifício expiatório de Jesus, mas sem o cumprimento das leis estipuladas pela Igreja não haverá salvação. Outro requisito foi exposto pelo profeta Brigham Young, que disse: Nenhum homem ou mulher nesta dispensação entrará no reino celestial de Deus sem o consentimento de Joseph Smith.12 O Homem tem de fazer o que pode pela própria salvação ("Doutrinas de Salvação", p. 91, volume III, Joseph Fielding Smith). Por isso, eles têm grande admiração por Smith.
·        Os adventistas, por meio de sua profetisa Ellen Gould White, ensinam que a guarda do sábado implica salvação e que os benefícios da morte de Cristo nos serão aplicados desde que este­jamos vivendo em harmonia com a lei, que, no caso, é guardar o sábado. Santificar o sábado ao Senhor importa em salvação eterna ("Testemunhos Seletos", vol. III, p. 22 - 2' edição, 1956).
·          Doutrinas semelhantes são ensinadas pela Igreja da Unificação do Rev. Moon, que desdenha os cristãos por acharem que foram salvos pelo sangue que Jesus verteu na cruz, chegando a dizer que os que assim ensinam estão enganados. Dizem: Como tem sido vasto o número de cristãos, durante os 2000 anos de história cristã, que tinham plena confiança de terem sido completamente salvos pelo sangue da crucificação de Jesus!13
·        As Testemunhas de Jeová ensinam que a redenção de Cristo oferece apenas a oportunidade para alguém alcançar sua própria salvação por meio das obras. Jesus simplesmente abriu o caminho. O restante é com o homem. Uma de suas obras diz: Trabalhamos arduamente com o fim de obter nossa própria salvação.14 Outra declaração: Somos salvos por mais do que apenas crer na mensagem do Reino de todo o nosso coração; também temos de declarar publicamente esta mensagem do reino a outros, para que estes também possam ser salvos para o novo mundo de Deus ("Do Paraíso Perdido ao Paraíso Recuperado", p. 249 STV).
Ø Resposta Apologética:
·        A Bíblia declara que todo aquele que nega a existência do pecado está mancomunado com o diabo, o pai da mentira (Jo 8.44 comparado com 1 Jo 1.8). A eficácia do sangue de Cristo para cancelar os pecados nos é apresentada como a mensagem central da Bíblia. E a base do perdão dos pecados (Ef 1.7; 1 Jo 1.7-9; Ap 1.5).
·        Com respeito à salvação pelas obras, a Bíblia é clara ao ensinar que somos salvos pela graça, por meio da fé, e isso não vem de nós, é dom de Deus, não vem das obras, para que ninguém se glorie (Ef 2.8-9). Praticamos boas obras não para sermos salvos, mas porque somos salvos em Cristo Jesus, nosso Senhor.
·        As obras são o resultado da salvação, não o seu agente. O valor das obras está em nos disciplinar para a vida cristã (Hb 12.5-11; 1 Co 11.31-32). Paulo declara em Cl 2.14-17 que o sábado semanal fazia parte das ordenanças da lei que foram cravadas na cruz e que não passavam de sombras, indicando assim que o verdadeiro descanso encontramos em Jesus (Mt 11.28-30).

4. Divisão: Dividem a fidelidade entre Deus e a organização. Desobedecer à organização ou à Igreja equivale a desobedecer a Deus. Não existe salvação fora do seu sistema religioso, da própria organização ou igreja.

·        Quase todas as seitas pregam isso, sobretudo as pseudocristãs, que se apresentam como a restauração do Cristianismo primitivo, que, segundo ensinam, sucumbiu à apostasia, afastando-se dos verdadeiros ensinos de Jesus. Acreditam que, numa determinada data, o movimento apareceu por vontade divina para restaurar o que foi perdido. Daí a ênfase de exclusividade. Outras, quando não pregam que não integram o Cristianismo redivivo, ensinam que todas as religiões são boas, e que a sua somente será responsável por unir todas as demais. Dizem que segundo o plano de Deus ela foi criada para esse fim, como é o caso da fé Bahá’í e outros movimentos ecléticos.
Ø Resposta Apologética:
·        O ladrão arrependido ao lado de Jesus na cruz entrou no Céu sem ser membro de nenhuma dessas seitas (Lc 23.43), pois o pecador é salvo quando se arrepende (Lc 13.3) e aceita a Jesus como Salvador único e pessoal (At 16.30-31). Desse modo, ensinar que uma organização religiosa possa salvar é pregar outro evangelho (2 Co 11.4; Gl 1.8). Isso implica dividir a fidelidade a Deus com a fidelidade à organização e tira de Jesus a sua exclusividade de conduzir-nos ao Pai (Jo 14.6). Não há salvação sem Jesus (At 4.12; 1 Co 3.11).

*    Outras Características

·        Falsas profecias: As Testemunhas de Jeová, os adventistas, os mórmons e outros já proclamaram o fim do mundo para datas específicas.
Ø Resposta Apologética:
·        A Bíblia nos adverte contra os que marcam datas para eventos como fechamento da porta da graça, a vinda de Jesus (Dt 18.20-22; Mt 24.23-25; Ez 13.1-8; Jr 14.14).
·        Negam a ressurreição corporal de Cristo, admitindo que Jesus Cristo tenha ressuscitado apenas em espírito: As Testemunhas de Jeová, Ciência Cristã, Igreja da Unificação, Kardecismo ensinam uma ressurreição espiritual de Jesus, afirmando que seu corpo físico simplesmente foi escondido, ou que se evaporou; outros dizem que nem sequer ressuscitou (LBV), e ainda outros não acreditam que tenha morrido na cruz (Rosa cruz, Islamismo etc).

Ø Resposta Apologética:
·        Quanto à morte e ressurreição de Jesus, a Bíblia afirma que:
1. Jesus morreu realmente. Eis o processo de sua morte:
a)  A agonia no Getsêmani (Lc 22.44);
b) Açoitado brutalmente (Mt 27.26; Mc 15.15; Jo 19.1);
c)  Mãos e pés cravados na cruz (Mt 27.35; Mc 15.24);
d) Morte comprovada (Jo 19.33-34);
e)  Sepultamento (Jo 19.38-40).

2. Ressuscitou corporalmente:
a)  Ressurreição predita (Jo 2.19-22);
b)  O túmulo vazio comprova a ressurreição (Lc 24.1-3);
c)  Suas aparições (Lc 24.36-39; Jo 20.25-28).

3 .Negar a ressurreição de Jesus é ser falsa testemunha contra Deus, pois:
a) Essa é a mensagem do Evangelho (1 Co 15.14-17);
b) A expressão Filho do Homem designa a forma da sua
segunda vinda e testifica que Jesus mantém seu corpo
ressuscitado (At 7.55-59; Mt 24.29-31; Fp 3.20-21);
c) Jesus com corpo glorificado está no céu (1 Tm 2.5).

1 TESSALONICENSES 4:13 - Paulo ensinou a doutrina de que a alma dorme?
PROBLEMA: Diversas vezes a Bíblia refere-se aos mortos como se estivessem dormindo. Isso quer dizer que a alma não fica consciente entre a morte e a ressurreição?
SOLUÇÃO: As almas tanto dos crentes como dos que morrem como incrédulos ficam conscientes entre a morte e a ressurreição. Os incrédulos ficam em consciente aflição (veja Lc 16:23; Mc 9:48; Mt 25:41) e os crentes, numa consciente felicidade. O verbo "dormir" é uma referência ao corpo, não à alma. E dormir é uma apropriada figura de linguagem paira expressar a morte do corpo, já que a morte é temporária até a ressurreição, quando o corpo será "despertado" desse sono.

As evidências de que a alma (espírito) fica consciente entre a morte e a ressurreição são muito forte:
1. Enoque foi tomado para estar com Deus (Gn 5:24; Hb 11:5).
2. Davi falou da felicidade que há na presença de Deus depois da morte (SI 16:10-11).
3. Elias foi tomado ao céu (2 Rs 2:1).
4. Moisés e Elias estavam conscientes no Monte da Transfiguração (Mt 17:3), muito tempo depois de quando viveram na terra.
5. Jesus disse que iria ao Pai no dia em que morreu (Lc 23:46).
6. Jesus prometeu ao ladrão que se arrependeu que este estaria consigo no paraíso naquele mesmo dia em que morreu (Lc 23:43).
7. Paulo disse que era muito melhor morrer e estar com Cristo (Fp l: 23).
8. Paulo afirmou que quando deixamos "o corpo", então habitamos "com o Senhor" (2 Co 5:8).
9. O autor de Hebreus refere-se ao céu como sendo um lugar onde os "espíritos dos justos" são "aperfeiçoados" (Hb 12:23).
10. As "almas" dos mártires que morreram durante a tribulação estavam conscientes no céu, cantando e orando a Deus (Ap 6:9).

 GÊNESIS 22:2 - Por que Deus pediu a Abraão que sacrificasse seu filho, tendo o próprio Deus condenado o sacrifício humano em Levítico 18 e 20?
PROBLEMA: Tanto em Levítico 18:21 como em 20:2, Deus especificamente condenou o sacrifício humano, ao ordenar a Israel: "E da tua descendência não darás nenhum para dedicar-se a Moloque" (Lv 18:21); e "Qualquer dos filhos de Israel... que der de seus filhos a Moloque, será morto; o povo da terra o apedrejará" (Lv 20:2). Contudo, em Gênesis 22:2, Deus ordenou a Abraão: "Toma teu filho, teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; oferece-o ali em holocausto, sobre um dos montes, que eu te mostrarei". Isso parece estar em total contradição com o seu mandamento para não oferecer sacrifícios humanos.
SOLUÇÃO: Primeiro, Deus não estava interessado em que Abraão viesse de fato a matar o seu filho, nem era esse o seu plano. O fato de o anjo do Senhor ter impedido que Abraão matasse Isaque (22:12) revela isso. O propósito de Deus foi provar a fé de Abraão, com o pedido de que entregasse completamente aquele seu único filho a Deus. O anjo do Senhor declarou que era a disposição de Abraão de entregar o seu filho, e não o ato de realmente matá-lo que satisfez as expectativas de Deus com respeito a Abraão. Deus disse explicitamente: "Não estendas a mão sobre o rapaz... pois agora sei que temes a Deus, porquanto não me negaste o filho, o teu único filho" (Gn 22:12).
            Segundo, as proibições tanto em Levítico 18:21 como em 20:2 eram especificamente contra o oferecimento de um filho ao deus pagão chamado Moloque. Portanto não é uma contradição Deus ter proibido oferendas de vidas a Moloque e ter solicitado a Abraão que oferecesse o seu filho a si, ao único e verdadeiro Deus. É claro, oferecer um filho em sacrifício ao Senhor não é o mesmo que oferecê-lo a Moloque, já que o Senhor não é Moloque. Apenas Deus é soberano sobre toda vida (Dt 32:39; Jó 1:21), e portanto somente ele tem o direito de pedir a vida de alguém. Com efeito, é Deus que determina o dia da morte de cada um (SI 90:10; Hb 9:27).
            Terceiro, Abraão confiou no amor e no poder de Deus de tal maneira que voluntariamente obedeceu, crendo que o Senhor ressuscitaria Isaque dentre os mortos (Hb 11:17-19). Isto está implícito no fato de que, embora Abraão pretendesse matar Isaque, ele disse aos seus servos: "eu e o rapaz [nós] iremos até lá e, havendo adorado, voltaremos para junto de vós" (Gn 22:5).
            Finalizando, não é moralmente errado para Deus pedir que sacrifiquemos um filho a ele. Deus mesmo ofereceu o seu Filho no Calvário (Jo 3:16). De fato, até mesmo o governo de um país muitas vezes pede ao povo que sacrifique seus filhos pelo país. Certamente Deus tem um direito bem maior para requerer isso.

ÊXODO 4:21 - Se foi Deus que endureceu o coração de Faraó, por que este foi então considerado responsável?

PROBLEMA: A Bíblia cita Deus dizendo: "eu lhe endurecerei o coração [o coração de Faraó], para que não deixe ir o povo". Se Deus endureceu o coração de Faraó, então este não pode ser responsabilizado por seus atos, já que não os praticou segundo a sua própria vontade, mas por ter sido forçado a isso (cf. 2 Co 9:7; 1 Pe 5:2).



SOLUÇÃO: Deus não endureceu o coração de Faraó contrariamente ao que o próprio Faraó por sua livre vontade determinou. A Escritura deixa claro que Faraó endureceu o seu coração. Ela declara que "o coração de Faraó se endureceu" (Êx 7:13), que Faraó "continuou de coração endurecido" (Êx 8:15) e que "o coração de Faraó se endureceu"(Êx 8:19). Novamente, quando Deus enviou a praga das moscas, "ainda esta vez endureceu Faraó o coração" (Êx 8:32). Esta frase, ou uma equivalente, é repetida vez após vez (cf. Êx 9:7, 34-35). De fato, exceto quando Deus  o que aconteceria (Êx 4:21), Faraó foi quem endureceu o seu próprio coração em primeiro lugar (Êx 7:13; 8:15 ; 8:32 etc), e só mais tarde Deus o endureceu (cf. Êx 9:12; 10:1, 20, 27).
            Além disso, o sentido em que Deus endureceu o coração de Faraó é semelhante ao modo pelo qual o sol endurece o barro ou derrete a cera. Se Faraó tivesse sido receptivo às advertências de Deus, o seu coração não teria sido endurecido por Deus. Mas quando Deus dava alívio de cada praga, Faraó tomava vantagem da situação. "Vendo, porém, Faraó que havia alívio, continuou de coração endurecido, e não os [a Moisés e Arão] ouviu, como o Senhor tinha dito" (Êx 8:15).
            A questão pode ser resumida como se segue: Deus endurece o coração?

Deus não endurece o coração
Deus endurece o coração
Inicialmente
Subsequentemente
Diretamente
Indiretamente
Contra o livre arbítrio da pessoa
Por meio do próprio livre arbítrio
Como sua causa
Como seu efeito

 (Veja também a abordagem feita em Romanos 9:17.)

ÊXODO 20:8-11 - Por que os cristãos fazem culto no domingo, já que o mandamento separa o dia de sábado como o dia para o culto a Deus?
PROBLEMA: Este mandamento estabelece que o sétimo dia da semana, o sábado, é o dia que o Senhor escolheu como o dia de descanso e de culto. Entretanto, no NT a igreja cristã começou a cultuar e a descansar no primeiro dia da semana, no domingo. Os cristãos não estão violando o mandamento do sábado por cultuarem a Deus no primeiro dia da semana, e não no sétimo dia?
SOLUÇÃO: Primeiro, a base para o mandamento de observar o sábado, como estabelecido em Êxodo 20:11, é que Deus descansou no sétimo dia, depois de seis dias de trabalho, e que ele abençoou e santificou o sétimo dia. O dia do sábado foi instituído como um dia de descanso e culto. O povo de Deus deveria seguir o exemplo do próprio Deus, no seu trabalho e descanso. Entretanto, como Jesus disse, corrigindo a visão distorcida dos fariseus, "O sábado foi estabelecido por causa do homem, e não o homem por causa do sábado" (Mc 2:27). O que Jesus quis dizer é que o sábado não foi instituído para escravizar as pessoas, mas para beneficiá-las. O espírito da observância do sábado é preservado no NT com a observância do descanso e do culto no primeiro dia da semana.
            Segundo, deve-se lembrar que, de acordo com Colossenses 2:17, o sábado era uma "sombra das coisas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo". A observância do sábado estava associada com a redenção citada em Deuteronômio 5:15, onde Moisés determinou: "porque te lembrarás que foste servo na terra do Egito, e que o Senhor teu Deus te tirou dali com mão poderosa, e braço estendido: pelo que o Senhor teu Deus te ordenou que guardasses o dia de sábado". O sábado era uma sombra da redenção que viria com Cristo; simbolizava o descanso de nossas obras e a entrada no descanso que Deus propiciou com a sua obra consumada.
            Finalmente, embora os princípios morais expressos nos mandamentos sejam reafirmados no NT, o mandamento de separar o sábado como o dia de descanso e de culto a Deus é o único mandamento que não é repetido. Há muito boas razões para isso. Os crentes do Novo Testamento não estão debaixo da Lei do AT (Rm 6:14; Gl 3:24-25). Pela ressurreição de Jesus no primeiro dia da semana (Mt 28:1), por suas contínuas aparições em vários domingos (Jo 20:26), e pela descida do Espírito Santo num dia de domingo (At 2:1), a igreja primitiva passou a cultuar no domingo, regularmente (At 20:7; 1 Co 16:2).
            O culto no domingo foi ainda consagrado pelo Senhor quando ele apareceu a João naquela última grande visão "no dia do Senhor" (Ap 1:10). É por estas razões que os cristãos cultuam no domingo, em vez de o fazerem no sábado dos judeus.

ISAÍAS 45:7 - Deus é o autor do mal?
PROBLEMA: De acordo com este versículo, Deus forma a luz e cria as trevas, faz a paz e cria o mal (cf. também Jr 18:11 e Lm 3:38; Am 3:6). Mas muitos outros textos das Escrituras nos informam que Deus não é mau (1 Jo 1:5), que ele não pode nem mesmo ver o mal (Hc 1:13), nem pode ser tentado pelo mal (Tg 1:13).
SOLUÇÃO: A Bíblia é clara ao dizer que Deus é moralmente perfeito (cf. Dt 32:4; Mt 5:48), e que lhe é impossível pecar (Hb 6:18). Ao mesmo tempo, sua absoluta justiça exige que ele puna o pecado. Este juízo assume ambas as formas: temporal e eterna (Mt 25:41; Ap 20:11-15).
Na sua forma temporal, a execução da justiça de Deus às vezes é chamada de "mal", porque parece ser um mal aos que estão sujeitos a ela (cf. Hb 12:11). Entretanto, a palavra hebraica correspondente a "mal" (rá) empregada no texto nem sempre tem o sentido moral. De fato, o contexto mostra que ela deveria ser traduzida como "calamidade" ou "desgraça", como algumas versões o fazem (por exemplo, a BJ). Assim, se diz que Deus é o autor do "mal" neste sentido, mas não no sentido moral - pelo menos não de forma direta.
Além disso, há um sentido indireto no qual Deus é o autor do mal em seu sentido moral. Deus criou seres morais com livre escolha, e a livre escolha é a origem do mal de ordem moral no universo. Assim, em última instância Deus é responsável por fazer criaturas morais, que são responsáveis pelo mal de ordem moral. Deus tornou o mal possível ao criar criaturas livres, mas estas em sua liberdade fizeram com que o mal se tornasse real. E claro que a possibilidade do mal (i.e., a livre escolha) é em si mesma uma boa coisa.
Portanto, Deus criou apenas boas coisas, uma das quais foi o poder da livre escolha, e as criaturas morais é que produziram o mal. Entretanto, Deus é o autor de um universo moral, e neste sentido indireto, ele, em última instância, é o autor da possibilidade do mal. É claro, Deus apenas permitiu o mal, jamais o promoveu, e por fim irá produzir um bem maior através dele (cf. Gn 50:20; Ap
21-22).

A relação de Deus com o mal pode ser resumida da seguinte maneira:

DEUS NÃO É O AUTOR DO MAL
DEUS É O AUTOR DO MAL
No sentido de pecado
No sentido de calamidade
Mal de ordem moral
Mal de ordem não moral
Perversidade
Pragas
Diretamente
Indiretamente
Concretização do mal
Possibilidade do mal

OSÉIAS 1:2 - Como um Deus que é santo, que condena o meretrício, pôde ordenar a Oséias que se casasse com uma prostituta?
PROBLEMA: Deus ordenou a Oséias: "Vai, toma uma mulher de prostituições". Entretanto, de acordo com Êxodo 20:14, o adultério é pecado; e, de acordo com 1 Coríntios 6:15-18, ter relações sexuais com uma prostituta é imoral (cf. Lv 19:29). Como um Deus que é santo pôde ordenar a Oséias que tomasse uma prostituta como esposa?
SOLUÇÃO: Alguns eruditos tentaram contornar essa dificuldade, declarando que se trata de uma alegoria. Entretanto, já que Deus obviamente pretendia fazer disso uma ilustração dramática para Israel de sua infidelidade para com Ele (cf. 1:2), nada há no texto que nos possa dar a entender que essa situação não seja literal. Se assim não fosse, ela não teria efeito algum como ilustração da infidelidade do povo de Israel.
Considerando-a literalmente, não há contradição com nenhuma outra passagem das Escrituras, por várias razões. Em primeiro lugar, quando Deus ordenou que Oséias tomasse Gômer, filha de Diblaim, como sua esposa, pode até ser que ela ainda não tivesse se prostituído. Entretanto, Deus sabia o que se achava no coração dela, e sabia que ela acabaria sendo infiel a Oséias. Isso é semelhante a quando o anjo do Senhor chamou Gideão de "homem valente" antes de ele ter lutado quer uma batalha (Jz 6:11-12). Deus sabia que Gideão iria tornar-se i grande líder em Israel, mesmo não sendo ele ninguém, ainda. Deus ordenou que Oséias tomasse como mulher alguém que ele sabia que se tornaria uma prostituta porque queria ilustrar o adultério espiritual que I rael cometera contra o Senhor.
Quando Deus tirou Israel do Egito, eles constituíam uma nação no-vinha em folha. Ela ainda não quebrara a aliança que Deus estabeleceria com ela no deserto. Assim como Israel havia cometido adultério espiritual através da adoração de outros deuses, também Gômer cometeria adultério físico, tendo relações com outros homens. O relacionamento entre Oséias e Gômer era uma lição objetiva para toda a nação de Israel.
Segundo, esta passagem não desconhece a prostituição como pecado. De fato ela é uma forte condenação da prostituição, tanto física como espiritual (idolatria) (cf. 4:11-19). O fato de o grave pecado da idolatria ser descrito como uma prostituição revela a desaprovação de Deus quanto a essa prática.
Terceiro, Oséias recebeu a ordem para casar-se com uma prostituta, e não para adulterar com ela. Deus disse: "Vai, toma por esposa uma mulher de prostituições" (Os 1:2, R-IBB). Deus não lhe disse que fosse cometer fornicação com ela. Pelo contrário, disse-lhe que se casasse com ela, que fosse fiel a ela, mesmo que ela lhe viesse a ser infiel. Isso não apenas não viola o compromisso do casamento, mas na verdade o valoriza. Oséias deveria manter-se fiel aos seus votos de casamento mesmo que sua mulher viesse a ser infiel aos dela.
Quarto, o mandamento de Levítico 21:14, proibindo o casamento com uma prostituta, foi dado aos sacerdotes levitas, e não a todos. Salmom aparentemente casou-se com a prostituta Raabe (Mt 1:5), de cuja genealogia legal veio Cristo. Seja como for, Oséias era um profeta, não um sacerdote levítico, não se aplicando a ele, portanto, a proibição do casamento com uma prostituta.
Finalmente, o mandamento de 1 Coríntios 6:16, de não se unir a uma prostituta, não é um mandamento para não se casar com alguém que tenha sido uma prostituta. Não, o mandamento é dirigido àqueles que vinham tendo relações sexuais fora do casamento. Mas Oséias não teve relações sexuais fora do casamento. Deus ordenou que ele se casasse com Gômer e que sempre fosse fiel a ela.

PROBLEMA: Nesse versículo Jesus refere-se a João Batista como "Elias, que estava para vir" (cf. Mt 17:12; Mc 9:11-13). Mas, já que Elias havia morrido muitos séculos antes, João então seria uma reencarnação de Elias.

SOLUÇÃO: Há muitas razões pelas quais esse versículo não ensina a reencarnação. Em primeiro lugar, João e Elias não foram o mesmo ser - eles tiveram a mesma função. Jesus não estava ensinando que João Batista literalmente era Elias, mas apenas que João veio "no espírito e poder de Elias" (Lc 1:17), ou seja, para continuar o seu ministério profético.
Em segundo lugar, os discípulos de Jesus entenderam que ele estava falando de João Batista, já que Elias apareceu no monte da Transfiguração (Mt 17:10-13). Àquela altura, depois da vida e da morte de João Batista, e já que Elias ainda tinha o mesmo nome e autoconsciência, ele obviamente não tinha se reencarnado em João Batista.
Em terceiro lugar, Elias não se enquadra dentro do modelo da reencarnação por uma outra razão: é que ele não morreu. Ele foi tomado ao céu como Enoque, que "foi trasladado para não ver a morte" (2 Rs 2:11; cf. Hb 11:5). De acordo com o falso ensino da reencarnação, o que tradicionalmente é dito é que uma pessoa tem de morrer primeiro, para depois reencarnar-se num outro corpo.
Em quarto lugar, se houver qualquer dúvida quanto a essa passagem, ela deverá ser entendida à luz do claro ensino das Escrituras contra a reencarnação. O autor de Hebreus, por exemplo, declara que "aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo" (Hb 9:27; cf. Jo 9:2)

1 PEDRO 3:19 - Pedro apóia a ideia de que uma pessoa pode ser salva depois da morte?
PROBLEMA: Em 1 Pedro 3:19 lemos que, após a morte, Cristo "foi e pregou aos espíritos em prisão". Mas a Bíblia diz também que "aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo 9:27”. Esses dois versículos parecem ensinar posições mutuamente opostas.
SOLUÇÃO: A Bíblia é clara quanto a não haver uma segunda oportunidade para a salvação, depois da morte (cf. Hb 9:27). O livro do Apocalipse registra o Julgamento do Grande Trono Branco, no qual aqueles cujos nomes não são encontrados no livro da vida são lançados no lago de fogo (Ap 20:11-15).
Lucas nos informa de que, depois da morte, a pessoa vai ou para o céu (para o seio de Abraão) ou para o inferno, e há posto um grande abismo entre o céu e o inferno, de forma que "os que querem passar" de um lado para o outro "não podem" (Lc 16:26). Toda a urgência que há de se responder a Deus nesta vida, antes da morte, dá ainda um respaldo adicional ao fato de que não há esperança além do túmulo (cf. Jo 3:36; 5:24).
Há outros modos de se entender essa passagem, sem o envolvimento de uma segunda oportunidade de salvação após a morte. Alguns alegam que não está claro que a frase "espíritos em prisão" seja uma referência a seres humanos, argumentando que em parte alguma da Bíblia essa expressão é aplicada a seres humanos no inferno. Declaram que esses espíritos são anjos caídos, já que os "filhos de Deus" (anjos caídos, veja Jó 1:6;2:1; 38:7) foram "desobedientes... nos dias de Noé (1 Pe3:20; cf. Gn 6:1-4).
Pedro pode estar se referindo a isso em 2 Pedro 2:4, onde ele menciona os anjos pecando, imediatamente antes de referir-se ao dilúvio (v. 5). Em resposta, argumenta-se que os anjos não se casam (Mt 22:30), e que certamente eles não poderiam relacionar-se em casamento com os seres humanos, já que, sendo espíritos, eles não têm os órgãos reprodutivos.
Uma outra interpretação é que essa seja uma referência a uma proclamação de Cristo, feita aos espíritos dos que já passaram, quanto ao triunfo de sua ressurreição, declarando-lhes a vitória que ele alcançou por sua morte e ressurreição, como é indicado no versículo precedente (veja l Pe 3:18).
Alguns sugerem que Jesus não ofereceu esperança alguma de salvação àqueles "espíritos em prisão". Apontam para o fato de que o texto não diz que Cristo os evangelizou, mas que simplesmente proclamou-lhes a vitória da sua ressurreição. Insistem em que não há nada nessa passagem que afirme ter havido uma pregação do evangelho aos que estão no inferno.
Em resposta a essa posição, outros observam que bem no capítulo seguinte Pedro, aparentemente dando continuidade a esse assunto, diz que "foi o Evangelho pregado também a mortos" (1 Pe 4:6). Essa posição corresponde ao contexto da passagem em questão, está de acordo com o ensino de outros versículos (cf. Ef 4:8; Cl 2:15) e evita os maiores problemas da outra posição.

MATEUS 26:34 (cf. Mc 14:30) - Quando Pedro negou a Cristo, o galo cantou uma ou duas vezes?
PROBLEMA: Mateus e João (13:38) dizem que antes que o galo cantasse uma vez, Pedro negaria o Senhor três vezes. Marcos, porém, afirma que Pedro o negaria por três vezes antes de o galo cantar duas vezes. Qual dos relatos está correto?
SOLUÇÃO: Não há contradição entre os dois relatos porque, conforme as palavras realmente expressas nos textos, Mateus e João não afirmam quantas vezes o galo cantaria. Eles apenas dizem que Pedro negaria Cristo três vezes "antes que o galo cante", sem dizer quantas vezes o galo cantaria. Marcos possivelmente esteja sendo mais específico, afirmando com exatidão quantas vezes o galo cantaria.
É também possível que a diferença entre os relatos seja devida a um erro de um copista no livro de Marcos, que resultou na inserção de "duas vezes" em manuscritos antigos (em Mc 14:30,72). Isso explicaria por que alguns manuscritos importantes de Marcos mencionam apenas u m canto do galo, tal como em Mateus e João, e por que aparece a expressão "duas vezes" em diferentes lugares, em alguns manuscritos.

INTRODUÇÃO:
O caso de Saul e a feiticeira de En-Dor, em 1 Samuel 28, tem gerado muita polêmica e muitas especulações. Como professor, já por vários anos, tenho sido questionado nos seminários que tenho ministrado acerca deste caso.
Nossa posição é que não foi Samuel quem apareceu para Saul e, sim, houve ali uma manifestação de outro espírito ou fraude. A seguir analisaremos o caso.

I - Antes do encontro
O motivo que levou esse rei a recorrer à "médium", "mãe de santo", "macumbeira", pessoa que consultava os mortos para resolver o seu problema, é o mesmo motivo que leva hoje milhões de brasileiros a buscarem uma solução para os seus problemas no Espiritismo, apesar de Saul saber que Deus não admitia esse procedimento.
·        Foi o desespero a causa principal, pois os inimigos de Israel, os filisteus, estavam prestes a atacar os israelitas, e quando viu o acampamento dos seus inimigos, com seu aparato militar, "foi tomado de medo, e muito se estremeceu o seu coração" (versículo 5). Após ter-lhe sido recusada a resposta divina foi que ele então procurou a médium.
Saul estava desesperado, perturbado espiritualmente, porque Deus não lhe respondia de forma alguma, nem por sonhos, nem por Urim, nem por profetas. Em outras palavras, O Senhor não lhe respondeu nem pessoalmente (por sonhos), nem por através dos sacerdotes (Urim) - os responsáveis pela intercessão do povo diante de Deus - e nem pelos profetas, os instrumentos de Deus para revelar sua vontade aos homens.
Temos aqui um argumento Gramatical (verso 6): “o Senhor... não lhe respondeu.” O verbo hebraico é completo e categórico. Na situação presente de Saul, Deus não lhe respondeu, não lhe responde e não lhe responderá nunca. O fato é confirmado pela frase: ““... Saul... interrogara e consultara uma necromante e não ao Senhor. ' (um Cr 10.13-14).
Se Deus não havia lhe respondido pelos métodos tradicionalmente corretos, porque Deus agora lhe respondia através de uma sessão mediúnica? Porque Deus mudaria de ideia? Creio que Deus não lhe responderia em nenhuma circunstância.
Antes da morte de Samuel, Saul havia desterrado os médiuns e os adivinhos, porém quando Saul procurou a "médium", Samuel já estava morto (um Samuel 25.1). Deus o rejeitara, pois o Espírito de Deus havia se afastado dele conforme 1 Samuel 16.14.

II - O encontro com a feiticeira
O capítulo 28 trata da suposta sessão espírita, em que o rei estava desesperado, atormentado, com urgência, porque os filisteus estavam próximos e o rei Saul sabia que era pecado, desobediência a Deus, consultar pessoas envolvidas com feitiçaria, espiritismo e consulta aos mortos, (Êxodo 22:18, 1 Samuel 28:3). Foi como se Saul dissesse: "Se Deus não me responde, então o diabo vai me responder". E ele fez isso.
A crônica de 7-25 fora escrita por uma testemunha ocular: logo, por um dos servos de Saul que o acompanhara à necromante (7,8). Frequentemente, esses servos eram estrangeiros (21.7; 26.6; 2 Sm 23.25-39) e quase sempre supersticiosos, crentes no erro (7) - razão por que o seu estilo é tão convincente. Assim devemos ler o relato compreendendo que este foi registrado na perspectiva da testemunha ocular. O simples relato não garante que a aparição de Samuel tenha sido autêntica.
Esta crônica que é parte da história de Israel, pela determinação divina, entrou no Cânon Sagrado. E deve estar lá, como lá estão os discursos dos amigos de Jó (42.7), as afirmações do autor de "debaixo do sol" (Ec3. 19; 5.18; 9.7,9, 10, etc.), a fala da mulher de Tecoa (2 Sm 14.2-21), etc. - palavras e conceitos humanos. (Infelizmente, esta crônica é interpretada por muitos sob o mesmo ponto de vista do servo de Saul).
Provavelmente, o servo de Saul, acreditava no poder da "mãe de santo" e sabia muito bem onde ela poderia ser encontrada. Portanto provavelmente os fatos da sessão espírita foram registrados por alguém que não era temente a Deus. Assim Saul apelou à médium de En-Dor como o último recurso de um desesperado, em flagrante violação de uma lei divina que ele mesmo anteriormente procurara cumprir.
A própria médium sentiu-se receosa quando descobriu a identidade de Saul, que se apresentara a ela disfarçado. Depois de o rei ter-lhe assegurado que nenhum mal lhe aconteceria, a mulher deu início à sessão, evocando a presença de Samuel a pedido de Saul. É necessário notar que o rei não viu o pretenso Samuel que se manifestou na ocasião (versículo13).
Analisando-se o caso, não negamos a sinceridade da mulher ao relatar o que estava vendo, (11-14). Nem tão pouco recorremos à interpretação parapsicológica (que é possível), mas diretamente à Bíblia que, em si mesma, tem os argumentos necessários para desmentir as afirmações do servo de Saul. Antes, porém, vejamos a palavra médium (heb), que é traduzida em outras versões por "espírito adivinhador", ou "espírito familiar" e no texto grego (LXX) por (engastrimuthos) "ventríloquo" (um de fala diferente), palavra que indica a espécie de pessoa usada por um desses "espíritos".

III - Descrevendo a sessão
Examinemos um Argumento Ontológico: Deus se identificou como Deus dos vivos: de Abraão, de Isaque, de Jacó, etc., (Êx 3.15; Mt. 22.32). Nenhum deles perdeu a sua personalidade, integridade, ou superego. Seria Samuel o único a poluir-se, indo contra a natureza do seu ser, contra Deus (verso 6) e contra a doutrina que ele mesmo pregara (15.23), quando em vida nunca o fez? Impossível.
O pecado de Samuel tornar-se-ia mais grave ainda, por ter ele estado no "seio de Abraão" e tendo recebido uma revelação superior e um conhecimento mais exato das coisas encobertas, e, por não tê-las considerado, nem obedecido as ordens de Deus (Lc 16.27-31). Mas Samuel nunca desobedeceu a Deus (12.3-4).

Durante a sessão espírita, em momento algum, a Bíblia diz que o rei Saul viu com os seus próprios olhos, o "profeta Samuel", como afirma a Bíblia: "Entendendo Saul que era Samuel..." Quando ele perguntou à mulher: "Que vês?", ela respondeu: "Vejo um deus que sobe da terra" (versículo 13). Insatisfeito com a resposta, ele inquiriu novamente: "Como é a sua figura?", ao que ela respondeu: "vem subindo um ancião, e está envolto numa capa". A narrativa bíblica diz então que "entendendo Saul que era Samuel, inclinou-se com o rosto em terra e se prostrou" (versículo 14) [Ênfase acrescentada] Saul deduziu que o vulto que subia da terra, ao qual ele não via, era o profeta Samuel.
É importante observar aqui, que apenas a médium alega estar vendo algo. As conclusões de Saul apoiam-se nas declarações da médium, que entendemos faltar com a verdade. Saul nada viu ou ouviu. Ele foi induzido pelas afirmações da mulher.
Assim como acontece numa sessão espírita, o médium fala como se fosse a própria pessoa falecida, as pessoas não conseguem ver, mas somente ouvir a voz do espírito que fala por intermédio do médium. No caso, por exemplo, de Chico Xavier, ninguém ouve nem vê, mas simplesmente recebe a mensagem psicografada, ou seja, escrita.
Vejamos um Argumento Doutrinário: Consulta: os "espíritos familiares" são condenados pela Bíblia inteira (vet 28.3). Fossem os espíritos de pessoas, e Deus teria regulamentado a matéria, mas como não são. Deus o proibiu. Aceitando a profecia do pseudo-Samuel, cria-se uma nova doutrina, que é a revelação divina mediante pessoas ímpias e polutas. E nesse caso, para serem aceitas as afirmações proféticas, como verdades divinas são necessárias que sejam de absoluta precisão; o que não acontece no caso presente (Vejam como são precisas as profecias a respeito de Cristo: Zc 9.9; SI22. 18 e jo19. 24; SI 69.21. Ex 12.46; Nm 9.12; SI 34.20 e Jo 19.36; Zc 12.10; Jo 19.37. etc.).

IV - Analisando as profecias de "Samuel"
A profecia do falso Samuel, isto é, acerca do que iria acontecer na vida de Saul foi clara, como se vê no versículo 19: "O SENHOR entregará também a Israel contigo na mão dos filisteus, e amanhã tu e teus filhos estareis comigo; e o acampamento de Israel o Senhor entregará na mão dos filisteus" Essa profecia não se cumpriu na íntegra, conforme passaremos a observar: Saul não foi entregue nas mãos dos filisteus; ele se suicidou (1 Samuel 31:4) e seu corpo foi recolhido do campo de batalha pelos moradores de Jabes-Gileade (1 Samuel 31:11-13).
Também não morreram todos os filhos de Saul - este tinha seis filhos e três deles sobreviveram. Morreram na batalha Jônatas, Abinadabe e Malquisua (2 Samuel 31:8-10; 21:8). Esses fatos tornam essa profecia uma flagrante contradição com o testemunho divino a respeito de Samuel, pois está escrito que "o Senhor era com ele, e nenhuma das sua palavras deixou cair em terra" (1 Samuel 3:19).
É claro, portanto, que não foi Samuel quem se manifestou em En-Dor. Tudo não passou de uma fraude ou de artimanha de um espírito maligno.
Mas suponhamos que os críticos desta tese que estamos desenvolvendo estejam certos. Suponhamos que Samuel tenha vindo do seio de Abraão para falar com Saul. Então Samuel diz: “... amanhã tu e teus filhos estareis comigo”. Neste caso, como poderíamos explicar que um suicida, como Saul, poderia estar ao lado de Samuel no seio de Abraão após extinguir a sua própria vida? Seria uma incoerência muito grande e desrespeito de Samuel para com o Senhor garantir a um suicida seu lugar junto ao seio de Abraão.
Porém, a palavra “Amanha, tu e teus filhos estareis comigo”, deve ser visto como uma promessa que vem de um espírito de engano vindo do inferno, que esta dizendo a Saul: “amanhã, tu e teus filho estareis comigo”..., (no inferno, deduzo eu).

V - Saul e Samuel no mesmo lugar?
O suposto Samuel disse a Saul, "... amanhã tu e teus fihos estareis comigo" (1 Samuel 28.19). Saul ao morrer, não foi para o mesmo lugar onde estava o verdadeiro Samuel, pois este se encontrava no paraíso no Sheol, conforme prometido por Deus em sua Palavra àqueles que o temem (conforme Lucas 16:19-31). Sobre o rei Saul, entretanto, foi pronunciado o juízo divino: na Bíblia encontra-se explicitada a causa de sua morte.
"Assim morreu Saul por causa da sua transgressão cometida contra o Senhor, por causa da palavra do Senhor, a que ele não guardara; e também porque interrogara e consultara uma necromante". 1 Crônicas 10.13

VI - Conclusão
Admitir-se que o profeta Samuel apareceu naquela sessão espírita e conversou com o rei Saul é negar a moral de Deus. Se o Espírito do Senhor se afastara do rei Saul, se Deus não lhe respondera mais, ou seja, Deus não lhe respondia pelos meios legais, e se o profeta Samuel nunca mais o procurou até o dia em que faleceu, (1 Samuel 15:35), será que o nosso Deus permitiria que Samuel falasse com Saul numa sessão espírita proibida por Ele, e através de "mãe de santo", uma "médium"?
A desobediência sempre traz o juízo divino. A consulta aos mortos é proibida por Deus (Dt. 18. 9-12) e qualquer tentativa de se estabelecer contato com eles é desobediência aos preceitos de Deus, e suas trágicas consequências não se farão esperar.
Isaías nos adverte:
"Quando vos disserem: Consultai os necromantes e os adivinhos, que chilreiam e murmuram, acaso não consultará o povo ao seu Deus? A favor dos vivos se consultarão os mortos? À lei e ao testemunho! Se eles não falarem desta maneira, jamais verão a alva!" (Isaías 8:19, 20).

I. A Era moderna

As opiniões quanto ao início da era moderna variam. Alguns consideram o Renascimento (séculos XIV e XV), enquanto que outros optam pelo período do Iluminismo (século XVIII), conhecido também como o Século das Luzes. Também não há um consenso quanto aos seus limites, e quanto a uma definição clara do que seja a modernidade. Theo Donner expressa isso da seguinte maneira:

·        Um problema – O pensamento moderno não se resume a uma linha única de pensamento, e sim a uma coletânea de ideias, filosofias e cosmovisões.

Há um problema ao se falar do pensamento moder­no, porque ele propriamente não existe. Há um conjunto de ideias, filosofias, cosmovisões, sistemas sociais, etc., e todos têm uma história. É muito difícil dizer em que consiste a formação de cada um desses aspectos. Quais são os antecedentes da psicanálise, ou da filosofia existencialista, ou do comunismo moderno? Não estamos diante de um processo casual, mecânico, no qual po­demos discernir todos os diferentes passos que condu­ziram à situação atual (além disso, é bastante difícil entrarmos em acordo quanto a uma definição da situ­ação atual), antes enfrentamos um emaranhado histó­rico de fatos, dados, documentos, correntes, influências, personalidades, etc.

Houve uma mudança de paradigma na era moderna

O que todos reconhecem é que houve uma mudança de paradigma de proporções gigantescas, cujas sequelas afetaram profundamente as cosmovisões, as crenças, o mundo acadêmico e todas as outras áreas dos afazeres humanos até os nossos dias. Essa foi uma mudança que teve uma influência importante no cristianismo, inici­almente na Europa e na América do Norte, e que logo alcançou os nossos países do hemisfério sul.

*    Características da Era Moderna

A era moderna caracterizou-se por filosofias e modelos que rompiam com os paradigmas anteriores.

A era moderna caracterizou-se por um amálgama de filosofias e sistemas epistemológicos que, embora apa­rentemente tivessem pouco em comum, relacionavam-se em sua proposta de modelos novos, que rompiam abertamente com o paradigma anterior.

O projeto moderno propôs uma variedade de normas para aceder à verdade.

Descartes, por exemplo, destacou o padrão racionalista de ideias claras e bem definidas; as ciências utilizaram os critérios empíricos, os hegelianos puseram sua esperan­ça no espírito do Progresso na história; e os românticos apelaram a uma intuição imediata e pré-reflexiva."

Uma definição de modernidade

O autor colombiano Fernando Cruz Kronfly define a modernidade como:
"Um processo global, de natureza econômica (o nascimento do capitalismo e a consolidação progressiva do princípio de individualização, capaz de fundar um novo tipo de mentalidade coletiva não holística mas individualista); de natureza filosófica (Descartes e o racionalismo); de natureza científica (Galileu, Copérnico, Bruno, fundadores do heliocentrismo e da possibilidade de matematizar o "céu" e romper com as velhas tradições geocentristas); de natureza política (Maquiavel e o processo de dar autonomia à política diante do sagrado, assim como o começo da formação dos estados nacionais); de natureza até mesmo artística (começo da perspectiva nas artes plásticas, com Rafael e Leonardo, e fundação de um novo gênero literário como a novela, precisamente a partir do princípio da individualização como um novo elemento da mentalidade coletiva)."

A Definição de John Dewey de modernidade

De acordo com John Dewey (1859 - 1952), o filósofo norte-americano considerado como "o proponente intelectual mais representativo do espírito da modernidade", èpodemos entender a modernidade no hemisfério ocidental a partir de quatro mudanças ocor­ridas no período Pré-Moderno.

Segundo John Dewey, ocorreram quatro mudanças no período que definimos como moderno:

A Primeira mudança. O prazer com o natural, sem referência ao sobrenatural.
René Des­cartes (1596 - 1650), o filósofo e matemático francês, propôs a ideia do universo como um aparelho mecânico, composto de matéria e movimento, descrito por leis mecânicas.
Isaque Newton (1642 -1727), na Inglaterra, elaborou essas leis e forneceu a base para a ideia de um universo que funciona perfeitamente, por sua própria conta, no qual não há necessidade de que Deus intervenha. A matéria e as leis físicas são suficientes para explicar toda a realidade. "Já não havia mais a neces­sidade de se ter poderes invisíveis para explicar o movimento no universo. Embora houvesse talvez a necessidade ainda de um Deus para postulá-lo como o autor de uma lei dentro de um princípio, uma vez iniciada a lei da gravidade, a mesma explicou suficien­temente todo movimento no universo."
A Segunda mudança. Em lugar da ênfase medieval na submissão à autoridade eclesiástica, surge uma crença crescente no poder das mentes individuais, guiadas por métodos de observação, experiência e reflexão, para alcançar as verdades necessárias e fundamentais da vida.
Francis Bacon (1561 - 1626), filósofo e escritor inglês, ao in­troduzir o método indutivo, rejeitando a dedução, baseia a ciência na observação e na experiência, dando a es­trutura básica para o método empírico na ciência moderna. Para Bacon, "conhecimento é poder".
Seu contemporâneo Descartes, com sua famosa frase "pen­so, logo existo", coloca a mente humana como parâmetro último de análise e descrição da realidade, e põe o centro no indivíduo como critério absoluto da verdade.
A grande contribuição de Bacon e Descartes.  Eles contribuem para colocar os alicerces para a ciência moderna e para o individualismo, como pilares impor­tantes da era moderna. Como foi dito por Alister McGrath, (Belfast, 23 de janeiro de 1953) teólogo cristão, apologista, "a característica primária do movimento (o Iluminismo) poderia ser vista na sua afirmação quanto à total competência da razão humana. A Razão, dizia-se, era capaz de nos dizer tudo o de que necessitamos saber sobre Deus e sobre a moral."
A modernidade ofereceu uma alternativa em oposição aos fanatismos do passado. Em oposição às ilusões, aos preconceitos e ao fanatismo do passado, a modernidade ofereceu a Razão (com R maiúsculo) para esquadrinhar criticamente cada pretensão e para pôr em terra o edifício do conhecimento. Não apenas estavam todos os seres racionais de acordo com a Razão, mas, ainda melhor, a Razão proveu um conjunto de normas e de critérios para pensar corretamente sobre a realidade, che­gando assim à Verdade Absoluta.
A terceira mudança que houve, para entender a modernidade, é que o período moderno caracteriza-se pela sua crença no Progresso.
Dewey expressa isso da seguinte maneira: "O futuro, e não o passado domina a imaginação. A idade de ouro está diante de nós e não atrás." Por isso, continua Dewey, "o homem é capaz, se assim quiser, de aplicar o valor, a inteligência e o esforço necessários para forjar o seu próprio destino." A era moderna propôs uma cosmovisão otimista e cheia de confiança nos lucros humanos. O Progresso não era apenas possível, mas era também inevitável, se apenas permitíssemos que a Razão tivesse a liberdade de in­vestigar o mundo cientificamente.
A maioria dos modelos sociais, políticos, religiosos e ideológicos da época pro­cura obter a superação humana, o passo a uma etapa superior da história. Tanto o modelo econômico-político de John Locke (1632 - 1704), como o de Marx (1818 - 1883), assim como a teoria de Darwin nas ciências naturais e a de Freud nas ciências humanas, entre outras, propõem uma utopia quando nós, seres huma­nos, tivermos superado os obstáculos e as condições atuais, alcançando uma nova sociedade. A canção de Nino Bravo expressa muito bem esse ideal: "Caminho sem cessar atrás da verdade, e por fim saberei o que é a liberdade." Há uma verdade a buscar e uma liberdade a obter. O futuro é promissor.
A quarta e última mudança proposta por Dewey para entender a modernidade é: "o estudo paciente e experimental da natureza, dando como resultado inventos que controlem a natureza e dominem suas forças para o bem da sociedade, é o método pelo qual se alcança o Progresso."
Na era moderna, "pessoas autônomas, entendendo cientificamente, controlando e transformando tecnologicamente o mundo, sem os impedimentos tais como a tradição, a ignorância, ou a superstição, produzem o seu próprio remédio. Na era moderna somos nossos próprios salvadores. E realizamos a nossa salvação na história redimida pelo secular através da marcha inevitável e incessante do Progresso."
èConcluindo, a era moderna proveio de um paradigma com um universo fechado ao sobrenatural, onde a ciência se desenvolve ajudada pela hegemonia da Razão huma­na, produzindo o bem comum através da tecnologia e do crescimento econômico, resultados celebrados do Progresso.

*    Influência do Modernismo no Cristianismo

·        A modernidade tanto pode ser considerada tanto aliada como inimiga do Cristianismo.

A influência das mudanças promovidas pela era moder­na no cristianismo é complexa. A modernidade pode ser considerada tanto aliada como inimiga do cristianismo.
O lado positivo do modernismo para o Cristianismo
Por um lado, o modernismo do Renascimento e do Iluminismo preparou o caminho para a reforma pro­testante do século XVII. Os reformadores, refletindo o espírito de sua época, valeram-se das ferramentas linguísticas e humanistas, como o redescobrimento dos idiomas clássicos, inclusive do hebraico e do grego, a exegese gramático-histórica e a crítica à teologia escolástica por parte do humanismo.
O lado negativo do modernismo para o Cristianismo...
Por outro lado, "o cristianismo, dentre todas as outras religiões do mundo, foi a que se viu submetida às críticas mais devastadoras e incisivas nas mãos desse racionalismo agressivo." 
Como expressa Ravi Zacharias, (Chenai, 1946), evangelista e apologista cristão nascido na Índia “esse assalto às crenças religiosas foi rea­lizado em nome da liberdade política ou acadêmica, quando a intenção verdadeira era derrotar filosoficamente qualquer coisa que pressentisse haver uma restrição moral”.
O golpe mais duro do ataque dirigiu-se, visivelmente, contra o cristianismo." David Hume (1711 - 1776), filósofo e historiador escocês, com seus argumentos contrários aos milagres, e Immanuel Kant (1724 - 1804), filósofo alemão, com sua epistemologia, são exemplos dos desafios que o cristianismo começou a enfrentar. Logo vieram Hegel, Marx, Darwin, Lenin e outros, que ainda foram para além do campo acadê­mico, utilizando até mesmo o poder político contra o cristianismo, tudo em nome da Razão.

O modernismo produziu uma teologia antropocêntrica

Das fileiras até mesmo do cristianismo, "especial­mente da ala protestante", o que se viu, entretanto, foi a assimilação acrítica de várias das premissas básicas da modernidade. Como Theo Donner explica, "assim como a filosofia e a cultura se tinham feito completa­mente 'antropocêntricas', centradas no homem, tam­bém a teologia agora se tornou antropocêntrica. O homem era a medida de todas as coisas. O mesmo chegou a ser também na teologia."
Exemplos dessa teologia antropocêntrica
Por exemplo, é Friedrich Schleiermacher (1768 -1834) considera que os conceitos bíblicos tradicionais, tais como os milagres, a encarnação, a morte substitutiva e sacrificial de Cristo são conceitos inadequados ao "homem moderno".
Rudolf Bultmann (1884 - 1976) elabora a sua teologia a partir da premissa de que o homem moderno não crê em milagres, e, portanto a Bíblia deve ser "desmitificada".
Dietrich Bonhoeffer (1906 -1945) propõe um cristianismo sem religião, para o homem moderno, que não é religioso, um homem que alcançou a "maioridade".
Nas palavras do autor católico Battista Mondin, "agora não é suficiente provar a racionalidade da fé, demonstrando que as verdades reveladas estão em harmonia com os cânones da razão, mas também a Revelação se submete à tribuna da razão dando a esta o dever de purifica-la de todos os elementos sobrenaturais."" Mondin conclui "As duas doutrinas principais de Kant referentes à religião a transferência da religião da esfera da razão para a da vontade e do sentimento, e a interpretação racionalista da Revelação - permanecem como fo­mentos de toda a teologia protestante do século XIX.

*      O modernismo influenciou a forma de interpretar as escrituras

Bacon Descartes e Newton, como arquitetos importantes da modernidade, também estão presentes.
·        Vê-se em primeiro lugar que, ao interpretar a Bíblia, é utilizada a fragmentação proposta por Bacon, exemplificando a atitude da mente moderna de "dividir e conquistar".
*      “Em segundo lugar, trata-se o texto como se fosse um sistema mecânico cujo significado pode ser alcançado pela aplicação precisa do método, mostrando nisso a mecanização da mente moderna”. Finalmente "somos inclinados a seguir a prática acadêmica de excluirmos nós mesmos, nossas paixões e nossos preconceitos, em nossas investigações exegéticas e hermenêuticas", exemplificando dessa maneira   a separação característica da atitude moderna .O Modernismo influenciou a nossa maneira de encarar a teologia dedutiva.
·        Somos filhos da época, sejamos conscientes ou não disso. Por exemplo, para a grande maioria dos cristãos o método indutivo (um instrumento básico da modernidade) é superior ao dedutivo, e assim deixam de lado catorze séculos de teologia dedutiva.
·        Robert Traina, (Autor da de estudo Metódica), por exemplo, ao referir-se ao método dedutivo, qualifica-o como "subjetivo e imparcial". Para ele a dedução "produz antes ditadores, mais do que ouvintes das Escrituras" em contraste com a indução que "pro­duz pessoas que ouvem em vez de falar".

*      O modernismo afetou o lado mais conservador

·        O lado mais conservador do protestantismo viu-se afetado também pelo espírito modernista. A ênfase da Reforma no direito que todo crente tem de estudar a Bíblia, sem a mediação eclesiástica (aplicando o indi­vidualismo moderno), começou a produzir um movi­mento heterogêneo e dividiu doutrinariamente.
·        Muitos setores coligaram-se e mantiveram uma atitude anti-intelectualista (e, em outros casos, anti-racionalista), rechaçando inclusive os elementos positivos da modernidade. Abriu-se espaço para teologias escapistas e para movimentos "espirituais" baseados em experi­ências sensoriais, em visões e noutras manifestações subjetivas.
·        Muitos evangélicos abandonaram a reflexão sobre a responsabilidade social da Igreja. Em seu afã por defender a "sã doutrina" da teologia liberal, os evangélicos "sentiram que não tinham tempo para assuntos sociais"2 e, portanto, deixaram de lado a responsabilidade social da igreja e começaram a pregar um evangelho para as "almas", aceitando tacitamente a reclusão da religião à esfera do que é "particular" de cada um, proposta característica dos pensadores mo­dernos.
·        John Alexander sintetiza a influência negativa do modernismo dizendo: "as igrejas raramente contam a história completa de Jesus. Em vez disso, narram versões do modernismo. Pregam Jesus em combinações excêntricas com o secularismo, com o romantismo, com o materialismo e com o racionalismo. Mudaram o evangelho para uma cruz dourada e culturalmente aceitável.”.

*      Nem toda influencia do modernismo foi negativa

·        Mas nem toda a influência do modernismo no cris­tianismo é negativa. Homens tais como John Wesley (1703 -1791), Jonathan Edwards (1703 -1758) George Whitefield (1714 - 1770), Charles Spurgeon '(1834 -1892) e Dwight L. Moody 1837 - 1899), entre muitos outros, cuja mensagem produziu um despertamento espiritual, tanto na Inglaterra como nos Estados Unidos, utilizaram a razão e a lógica de seu tempo de forma criativa, mostrando que participavam do racionalismo moderno, "embora sem a deificação da razão que vemos em outros".
·        Na apologia, pensadores brilhantes, desde Pascal no século XVII, até CS. Lewis e Francis Schaeffer neste século, entre outros, trabalharam ardua­mente, esforçando-se por apresentar um evangelho racional, que convencesse o homem moderno da racionalidade da fé cristã, sem cair no perigo de reduzi-la somente a um sistema de proposições lógicas.
·        Estes continuam sendo vozes proféticas em seu tempo, cha­mando a igreja para levar a sério o desafio que as filosofias e cosmovisões modernas são para a fé. São um chamado para sair das trincheiras eclesiásticas e chegar ao homem moderno não com uma mensagem diluída, mas com um evangelho pleno e relevante.

*      Os grandes escritos apologéticos do passado não falam mais a geração atual.

Contudo, os grandes livros apologéticos que foram escritos utilizando as leis da lógica e aplicando os princípios científicos da argumentação, que ajudaram muitos a se acercarem da fé, já não falam à geração atual. Como se expressa Kevin Graham Ford: “Leiam os grandes escritos dos apologistas de nosso tempo - Cristianismo Puro e Simples de CS”. Lewis, as obras de Francis Schaeffer, de Os Guinness e de Josh McDowell.
Estas obras estão cheias de argumentos convincentes, de provas lógicas e de evidências poderosas. Mas estes livros e seus argumentos não chegam à geração de hoje." É esta separação do racionalismo moderno que abre o caminho para um novo paradigma epistemológico e para uma nova forma de ver a vida: o pós-modernismo.

    Uma grande frustração: os avanços em várias áreas foram insuficientes para produzir um mundo edênico.

èO otimismo da era moderna, sua confiança em que a ciência, a tecnologia e o progresso, impulsionados por um ser humano autônomo, sob o reinado soberano da Razão, produziriam um mundo edênico, isso decepci­onou a todos. èA primeira guerra mundial deu um golpe mortal no projeto moderno. Stalin na Rússia e Hitler na Alemanha deram os últimos toques em seu sepultamento. Filósofos e escritores como Derrida, Camus, Sartre e Rorty, entre outros, deram o seu atestado de óbito, enquanto que artistas, arquitetos e sociólogos começaram a entronizar o seu sucessor.
**èO projeto moderno de estabelecer uma cultura global, com uma base objetiva e racional para toda ação humana, sem o impedimento da religião ou de qualquer outro ponto de vista "subjetivo", não científico, de­monstrou ser tão somente um ideal inalcançável e insatisfatório.
Nas palavras de John Alexander: "As pessoas modernas estão acurraladas pela noção de que a única forma apropriada de responder as suas pergun­tas é 'aplicando a matemática às qualidades mensuráveis de tudo o que observamos'. E como nenhuma das grandes perguntas pode ser respondida dessa maneira, ficamos sem respostas."

*    Os avanços científicos na compreensão do cosmos foram insuficientes para estabelecer a paz mundial

èA esperança de que "através da razão os seres hu­manos poderiam entender o cosmos, estabelecer a paz social e melhorar a nossa condição" converteu-se num pesadelo revelador de que o progresso nos escapou das mãos e, no seu progresso, vai deixando uma sequela de problemas ainda maiores do que os que pretendia re­solver.
"Nos últimos cinquenta anos, a nossa capacidade produtiva e a nossa experiência desenvolveram-se astronomicamente, mas a rigidez de nossos problemas aumenta proporcionalmente."

*    A confiança na ciência e tecnologia não foi suficiente para gerar otimismo

Até mesmo a confiança de que a ciência e a tecnologia produziriam a cura infalível das nossas doenças sociais e existenciais se decompuseram num pessimismo cada vez mais crescen­te.
Todos os pilares do projeto moderno mostraram serem somente colunas ocas, com uma pintura dourada. èAlexander refere-se a isso ao dizer que "a tragédia da modernidade é que não temos nada que mereça ado­ração; o absurdo da modernidade é que, de todas as formas, vamos e adoramos.”.
As promessas de que as ideias de Progresso, de História e da Razão materializam-se elevadas com indiscutível prestígio e credibilidade começou a deixar transparecer o osso por baixo do seu sangue.

*    Mesmo com toda a influência da razão e inúmeros os avanços produzidos por ela, o nosso século continua a testemunhar as mais impressionantes carnificinas.

Com efeito, em meio à festa da Razão e da credibilidade imensa em suas pos­sibilidades, o século XX presencia as mais impressionantes carnificinas humanas de que se tem notícia, com o emprego intensivo de todos os recursos técnicos, e com um fundo musical de obras clássicas. A Razão bebia sangue também e, como qualquer fera, organizava e refinava a festa de sangue e, como se não bastasse, a racionalizava e a enchia de justificações históricas.
Às portas do século XXI, a humanidade observa que muito mais da me­tade do mundo empobrecido morre de miséria diante da mais impressionante opulência, que a água se contamina e que dela há falta, que os mares se poluem, que a capa de ozônio se destrói, que os bosques e a fauna são quase imaginações fantásticas dos contos das vovós.

*    Diante do vazio da modernidade, aparece o pós modernismo

E aqui, diante do vazio que a modernidade deixou ao desmoronar-se, que aparece o pós-modernismo. è"A chegada do pós-modernismo poderia ser descrita como a perda de entusiasmo pelas convicções básicas do modernismo."
Os Guinness descreve a relação entre os dois da seguinte maneira:
“Ao passo que a modernidade era um manifesto de auto-suficiência humana e de autogratificação, o pós-modernismo é uma confissão de modéstia e até de desesperança. Não há "verdade", há apenas verdades. Não existe a razão suprema, somente há razões. Não há uma civilização privilegiada (nem cultura, crença, norma e estilo), há somente uma multidão de culturas, de cren­ças, de normas e de estilos. Não há uma justiça universal, há apenas interesses de grupos. Não existe uma grande narrativa do progresso hu­mano, há apenas histórias incontáveis, nas quais as culturas e os povos se encontram hoje. Não existe a realidade simples nem uma grande realidade de um conhecimento universal e objetivo, existe apenas uma incessante repre­sentação de todas as coisas em função de tudo o mais."7
McGrath reconhece que dar "uma definição comple­ta do pós-modernismo é virtualmente impossível", èmas este poderia ser entendido como sendo "uma sensibi­lidade cultural sem absolutos, sem certezas e sem bases fixas, que se deleita no pluralismo e na divergência, e que tem como meta pensar através da radical 'relati­vidade situacional' de todo pensamento humano. E cada um desses aspectos poderia ser considerado como uma reação consciente e deliberada contra a totalização do Século das Luzes.”.
Em nosso continente, as "gerações jovens são hoje, ao mesmo tempo, modernas e pós-modernas, embora em meio a instituições sociais e políticas relativamente pré-modernas.”.

*    Pós modernidade: Não aos Absolutos

Na modernidade a Razão erigiu-se imbatível, e o pro­gresso apresentou-se otimista e inevitável. A modernidade baseava-se em absolutos, em princípios inegociáveis que conduziriam infalivelmente a um mundo sem problemas.
Porém, de acordo com os au­tores pós-modernos, as pretensões absolutistas da modernidade somente trouxeram sistemas opressivos, guerras de trincheiras e campos de concentração.

O absoluto de que a ciência responderia nossas perguntas e resolveria nossos problemas demonstrou-se como falso

O absoluto de que a ciência responderia nossas perguntas e resolveria nossas inconsistências produziu a poluição irreversível no ar, nos rios e nos oceanos; a destruição da capa de ozônio, deixando-nos expostos aos mortais raios solares; uma relação cada vez maior de espécies vivas em perigo de extinção; e a possibilidade de uma guerra nuclear capaz de destruir a metade do sistema solar. Isso para não mencionar os resultados dos ab­solutos na economia, nas ciências sociais e na política. Se é isso o que produzem os absolutos, devemos então suspeitar de todo absoluto. Como consequência, "não há regras ou normas que controlem a sociedade; nem mesmo Deus tem esse direito."

·        A desconstrução: a espinha dorsal da metodologia pós-moderna

A "desconstrução", poderia ser destacada, como sendo a medula da epistemologia moderna.

As áreas de atuação da teoria desconstrucionista

A desconstrução atua principalmente no campo da linguís­tica, mas suas conclusões generalizaram-se a outras áreas, até mesmo na religião. Na linguística e na filosofia, os franceses Jacques Derrida e Michel Foucault, e os americanos Richard Rorty e Stanley Fish são os representantes mais destacados da desconstrução.

O que vem a ser a desconstrução?

James Sire (nascido em 1933 EUA) autor cristão e palestrante resume a proposta desconstrucionista ao dizer que “a teoria literária pós-moderna, assim como uma grande parte da teoria das ciências humanas contemporâneas assume que a mente humana é incapaz de ascender à realidade”.
Em primeira e última análise, não há uma estrutura racional da realidade, e, se houver não a poderemos conhecer. Tudo o que conhecemos é a nossa própria linguagem." Então,  de acordo com a desconstrução, a linguagem é o único meio através do qual podemos conhecer; sendo porém este um fenômeno arbitrário, deixa as palavras sem um significado per­manente. E uma opção pessoal dar-lhes o sentido que cada um queira. Cada pessoa cria, arbitrariamente, sua própria realidade, ao utilizar a linguagem.
Richard Rorty (Nova Iorque, 1931 – 2007) foi um filósofo pragmatista estadunidense explica sobre a desconstrução:
“E o sentido de que não há nada no fundo dentro de nós, exceto o que nós mesmos ali pusemos; não há nenhum critério que não tenhamos criado no processo de criar uma prática; ne­nhum padrão de racionalidade que não seja uma apelação ao critério, nem argumentação rigorosa que não seja mais do que a obediência a nossas próprias convenções.

A relação entre a desconstrução e a interpretação

Ao aplicar esta abordagem à literatura, por exemplo, chega-se à conclusão de que, em qualquer caso, não se pode encontrar um significado fixo, e que tanto a iden­tidade como a intenção do autor são irrelevantes para a interpretação de qualquer texto. McGrath14 encontra pelo menos dois princípios gerais no que se refere à desconstrução de um texto:
(1) Todo escrito terá significados que o autor não pretendia e nem poderia ter pretendido dar.
(2) O autor não pode pôr adequadamente em pala­vras o que ele quer dizer em primeira instância.
McGrath conclui: "Todas as interpretações são igual­mente válidas, ou igualmente sem significado (depen­dendo do seu ponto de vista)." Isto tem repercussões importantes no campo da hermenêutica bíblica. Se toda interpretação está condicionada culturalmente, então “nenhuma interpretação pode ser descartada, e a nenhuma interpretação se deve dar o status de uma verdade objetiva”. Rechaçar uma interpretação pressu­põe que se tenha algum critério que permite fazer isso, mas se uma interpretação é apenas uma entre muitas possíveis outras interpretações, não tem sentido ar­gumentar em favor de seu valor único ou contrariamen­te à validade (ou falsidade!) da interpretação de outra pessoa.

A desconstrução redefiniu a visão do homem

A desconstrução também redefiniu o sujeito. A modernidade considerava o ser humano autônomo, independente, seguro de si mesmo e com possibilidades racionais ilimitadas. "Na cosmovisão moderna o homem chega a ser lei (nomos) para si mesmo (autos)." O homem moderno é um ser integrado, otimista e com identidade definida. O desconstrucionismo pós-moderno desafia esta visão do sujeito. "Esta antropologia é uma ficção. A mesma noção de um sujeito autônomo, que se apoia em si mesmo, é um invento moderno. Esta é uma construção concebida em um tempo e espaço par­ticulares (especificamente, o mundo ocidental desde o Renascimento), e não propriamente uma verdade acer­ca da natureza humana, universalmente reconhecida e auto evidente em todo o tempo. Assim como a rea­lidade é uma construção social, também o é o Homo autonomous."
O sujeito pós-moderno é, então, um produto cultural, e portanto não tem individualidade. Na antropologia pós-moderna os seres humanos são apenas contratos sociais ou seres socialmente determinados. É o que Mardones chama de "o desafio do fragmento". O ser humano é apenas o que a sociedade define que seja, não pode pensar a não ser nas categorias que recebeu e como resultado não tem mais a pretendida autonomia do homem moderno. "Suas emoções e sua interpretação de si mesmo, assim como suas ações, lhe são pré-definidas pela sociedade, bem como a sua abordagem cognoscitiva do universo que o rodeia."
Esta redefinição pós-moderna do sujeito produziu o ambiente propício para a negação da culpa e da responsabilidade pessoais. Se o que somos, pensamos, fazemos, e tudo o mais é produto social, então a soci­edade é a responsável por nossos atos e decisões, sejam estes positivos ou negativos. Nós estamos somente atuando de acordo com o que o meio social nos condicionou; não temos escapatória. O sujeito pós-moderno não tem nem identidade nem vontade indi­vidual, somente social.
A um nível mais geral, a rejeição de absolutos levou o pós-modernismo a repudiar qualquer conceito de verdade que pretenda ser universal. Para Foucault, por exemplo, a ideia de "verdade" nasce dos interesses dos que têm o poder. Para ele há uma relação direta e destrutiva entre verdade e poder. A "verdade" serve como instrumento de apoio para sistemas repressivos; portanto, qualquer "verdade" que pretenda ser abso­luta deve ser erradicada, incluindo-se o que na termi­nologia pós-modernista se conhece como as "meta narrativas ".
As meta narrativas são marcos de referência gerais "que dão sentido à totalidade da vida e que dão um significado ao lugar que ocupamos no amplo sistema das coisas."20 Também podem ser entendidas como "narrativas generalizantes que asseguram a provisão de marcos universais para o discernimento de signifi­cado." Exemplos de meta narrativas são o marxismo, a democracia liberal capitalista e o mito moderno do progresso autônomo. A definição que Klaus Bockmuehl utiliza para o marxismo poder-se-ia dar para qualquer outra meta narrativa: "Um sistema que abrange com­pletamente o pensar e o viver, uma concepção total do mundo e da humanidade." Middleton e Walsh apresen­tam também como meta narrativas a agenda nazista para ter a supremacia na Europa, as cruzadas, as aspirações marxistas leninistas para o domínio mun­dial, o apartheid na África do Sul, e "as consequências na América Latina, ao longo deste século, da doutrina Monroe, como parte da narrativa da democracia liberal dos Estados Unidos."
As meta narrativas "começaram a ser vistas pela primeira vez como simples relatos, mas, com a consequente perda ou deterioração de sua validez e legitimidade... tratam-se de relatos já gastos e desprestigiados, nos quais as pessoas não mais se sentem representadas."
As meta narrativas são rejeitadas pelo pós-modernis­mo como autoritárias, isto é, porque impõem o seu próprio significado de forma fascista. "Se alguém está convencido de que a sua posição é correta, tem inevi­tavelmente a tentação de controlar ou destruir os que não estejam de acordo.” Middleton e Walsh expressam o que esta abordagem tem a ver com o cristianismo:
O problema do ponto de vista pós-moderno é que as Escrituras, em que os cristãos afirmam basear a sua fé, constituem uma meta narrativa com pretensões universais. O Cristianismo está inegavelmente enraizado mima meta narrativa que pretende contar a verdadeira história do mundo, desde a criação até o fim, da origem à consumação.
Para os mesmos autores, a hipótese pós-moderna das meta narrativas tem sentido e baseia-se na observação histórica:
A história bíblica tem sido, de fato, frequente­mente utilizada ideologicamente para oprimir e excluir aqueles que são considerados infiéis ou hereges. Nas mãos de alguns cristãos e comunidades, a meta narrativa bíblica tem sido usada como uma arma para legitimar precon­ceitos e perpetuar a violência contra os que são considerados inimigos, que estão fora do pro­pósito divino. Simplesmente não há uma nar­rativa intrinsecamente justa, nem mesmo a bíblica."
Em conclusão, o argumento é que cada vez que uma pessoa ou um grupo qualquer diz possuir a "verdade" (especialmente a verdade religiosa), o resultado é uma repressão. Para o pós-modernismo, "a única verdade é que não existe a verdade”. Como diz Jock McGregor, "a ideia chave nessa situação é que temos liberdade absoluta. Cada coisa que pensemos, digamos ou façamos tem igual validade, quando aplicado à outra coisa. Não existem absolutos, somente escolhas. Nada é ab­soluto, nada é sacrossanto, tudo se acha disponível.”.
Esta posição e esta rejeição aos absolutos preparam o terreno em que o pluralismo e o relativismo florescem.

Na filosofia, o pluralismo define-se como a doutrina que afirma que há mais de um princípio universal, em oposição ao monismo, o qual reduz toda a realidade a um princípio único. Na sociologia e na cultura define-se o pluralismo como a coexistência de cosmovisões divergentes. Na religião, o pluralismo "é a doutrina de que a salvação, ou qualquer coisa que se entenda por salvação, é alcançada pelas pessoas através de uma quantidade enorme de condições e de meios, em várias religiões. Este pluralismo, então, outorga a todas as religiões o mesmo valor soteriológico, moral e espiritual. O pluralismo é um fenômeno complexo. Arthur Carson (nascido em 21 de dezembro de 1946) é um canadense, pastor da Igreja Reformada Evangélica teólogo e professor de Novo Testamento divide-o em três categorias: empírico, celebrado e filo­sófico ou hermenêutico. O pluralismo empírico não é mais do que o reconhecimento da grande diversidade étnica, cultural e religiosa do mundo. Num país como a Bolívia, para dar um exemplo, existem mais de cinquenta grupos linguísticos, cada um com suas próprias tradições, cosmovisões e costumes, na maioria das vezes totalmente diferentes entre si. A isso podemos acres­centar ainda a herança hispânica e as subculturas "pop" das cidades. Vivemos num mundo policromático e polimorfo, que hoje é chamado de "aldeia global". Na era pós-moderna tem havido, por um lado, as pretensões universalistas modernas, tentando unificar todos os seres humanos, e tem sido possível escutar, por outro, vozes alternativas. Não é que essas vozes não estavam ali antes, mas era difícil ouvi-las, já que quem falava a modernidade tinha uma voz muitíssimo mais forte. O pós-modernismo, por assim dizer, baixou um pouco o volume do som da modernidade.
Contudo uma coisa é reconhecer o pluralismo empírico como um fato, e outra coisa é celebrá-lo, aprová-lo, e até mesmo promovê-lo como desejável. Este é o pluralismo celebrado, "um valor em si mesmo, uma prioridade". Este pluralismo é a busca da diversidade como ideologia. Em outras palavras, "nosso contexto pós-moderno está povoado de desconstrucionistas e de outros que celebram a confusão. Pela heterogeneidade! Poderia ser a quintessência do brinde pós-moderno, quando as taças desse brinde se levantam e tocam-se pelo caos libertador".
O pluralismo filosófico ou hermenêutico é, para Carson, o desenvolvimento mais sério do pluralismo, e o mais feroz e temível dos três. "Este toca virtual­mente cada disciplina - história, arte, literatura, antro­pologia, educação, filosofia, psicologia, ciências sociais, e até mesmo, cada vez mais, as ciências exatas - e agora obteve popularidade na praça pública, embora sua existência não seja reconhecida. " Este pluralismo apoia-se basicamente na hermenêutica desconstrucionista e encontra na era pós-moderna um terreno mais fértil e abonado que o oferecido pela modernidade. O pluralismo religioso pode ser entendido como uma subcategoria do pluralismo filosófico."
O pluralismo não é um fenômeno novo. Ao ler as páginas do Novo Testamento, podemos vê-lo na cultura e no contexto em que o evangelho foi pregado pela primeira vez. Quando Paulo chegou em Atenas, por exemplo, viu a cidade entregue à idolatria. A religião era um bufê do qual o ateniense se servia a gosto. Mas era comida que, em vez de saciar a fome, abria mais o apetite, já que "todos os de Atenas e os estrangeiros residentes de outra coisa não cuidavam senão dizer ou ouvir as últimas novidades". John Stott descreve Atenas como uma cidade em que "havia inúmeros templos, santuários, estátuas e altares. No Parthenon havia uma imensa estátua de Atena feita de ouro e mármore. Em toda a parte havia imagens de Apoio, o padroeiro da cidade, de Júpiter, Vênus, Mercúrio, Baco, Netuno, Diana e Esculápio. Todo o panteão grego estava ali, todos os deuses do Olimpo."
Além disso, havia o templo de Diana em Éfeso, de Afrodite em Corinto, de Zeus em Roma e havia o culto generalizado ao imperador, e ainda um número incal­culável de deidades de todo tipo que tinham sido agre­gadas ao longo dos séculos. O império romano tinha muitos deuses, "deuses para serem temidos, deuses para apaziguar, deuses para honrar, deuses a quem eram dados sacrifícios, deuses cuja comida era compar­tilhada também a todos que os adoravam. Dessa forma Paulo, em suas viagens missionárias ao mundo gentílico, encontrou ídolos de todo tipo e pessoas que participa­vam da adoração a esses ídolos.”.
Na era pós-moderna, "nenhuma religião tem o direito de declarar-se como sendo a correta e a verdadeira, e as demais falsas, nem ainda (de acordo com a maioria) relativamente inferiores." Mas sim "a regra de ouro do pós-modernismo é: 'Atribua a todas as outras religiões a mesma presunção de verdade que você atribui à sua própria religião'. Todas as religiões foram criadas iguais”.
Este jardim pluralista afeta de muitas maneiras a nossa abordagem evangélica diante do mundo. A cristandade está desmoronando-se. Cada vez mais o "se­dimento cristão" na cultura vai desaparecendo. Não há um conceito de moralidade, ou de crença num Ser Supremo. Uma grande maioria dos jovens hoje cresce com muito pouco, ou com nenhum contato real com Jesus. Nas palavras do autor salesiano ítalo Gastaldi: "Na universidade comprovamos com estupor em jovens inteligentes, assíduos leitores de obras esotéricas, uma grande ignorância da tradição cristã, como se nada tivesse existido antes. A única coisa que lhes resta do cristianismo é uma imagem deformada e enfadonha, como de algo insípido e opressor, acompanhado de normas antiquadas de conduta."Dito de outra forma, na era pós-moderna "Cristo a duras penas sobrevive, transformado em outra coisa; acho que num deus portátil, de uso absolutamente pessoal".
A mensagem de Jesus como o único caminho é de pronto rejeitada, ou simplesmente é uma mensagem totalmente incompreensível pelas mentes pós-modernas. Se você for explicar a um universitário uruguaio as evidências da ressurreição de Jesus Cristo, o que você vai receber é uma risada gozadora e cínica, ou um simples sacudir de ombros, enquanto se afasta dando um não com a cabeça, como que dizendo "e que me importa?!". Para Gastaldi, a geração da era pós-moder­na "tem prazer no efêmero, no fragmentário, no descontínuo e no caótico. Viver é experimentar sensa­ções; quanto mais fortes, intensas e rápidas, melhor. Nada de sentimentos de culpa, nada de bem e de mal, nada de valores: o que importa é o que me agrada.” o escritor colombiano Fernando Cruz Kronfly expressa isso da seguinte maneira: "Tenho a convicção de que nossos jovens orientam a sua vida pela seguinte máxima: viva o instante. Muitas coisas se sujeitam agora à denominada 'utopia do imediato'."
Ser pluralistas, tanto no segundo como no terceiro tipo de pluralismo, está tornando-se cada vez mais comum, e as universidades é que desempenham um papel importante nesse sentido. Para Carson, "os pro­blemas de privatização, de relativismo, de pluralismo filosófico, de ceticismo, de pós-modernismo e de 'aber­tura' ética controlam grandemente o processo mental de pensamento da maioria dos estudantes universitá­rios".
Outra semente que encontra no pós-modernismo o terreno apropriado para germinar e crescer é a do relativismo. Este, poderíamos caracterizá-lo como um parente próximo do pluralismo. O relativismo nos diz que tudo o que podemos saber acerca das realidades são, unicamente, as relações entre suas diferentes partes, o que assim quer dizer que todo conhecimento é relativo. Não existem absolutos, normas ou critérios objetivos e independentes para a verdade, nem para a bondade. Tudo é relativo ao momento e à pessoa.
O relativismo produz indivíduos que, querendo ser "politicamente corretos", encontram-se sem opiniões pessoais (no momento em que dou uma opinião estou impondo a minha cosmovisão), sem segurança ontológica (não sei quem sou e seria uma arrogância querer sabê-lo), sem base epistemológica (não sei se é possível conhecer algo com certeza) e sem princípios éticos universais (o que é certo para mim não tem que ser certo para você).
O relativismo torna mais difícil o diálogo aberto para encontrar a verdade. Para eles, não existe diferença alguma entre o que uma pessoa se dispõe a crer e o que é "verdade". Dizem: "No que você acreditar, isso é a sua verdade; eu tenho outra verdade." O importante, por exemplo, no campo religioso, é buscar uma espiritualidade que funcione para mim. Não importa se é uma espiritualidade "a Ia carte" ou do tipo "bufê". A pergunta que se faz é: "O que você está com vontade de comer? O sabor é mais importante do que a subs­tância. Gastaldi descreve a religiosidade pós-moderna como “antropocêntrica, sociológica ou ambiental,”... branda, 'a Ia carte',... extremamente cômoda,... céptica ante o heroísmo e distante de qualquer entrega,... emocional e anti-intelectualista, que se acaba no 'aleluia e glória a Deus! ',... carente de confiança em seus líderes e divorciada da cultura".
Diante dessa situação pluralista e relativista, aqui na América Latina, em que vários setores se situam ainda na pré-modernidade, outros na modernidade, cada vez vamos encontrar mais pessoas, especialmente jovens, com a mentalidade pós-moderna. Isso nos leva seguramente a perguntarmos sobre as influências pós-modernas em nossa fé bíblica e em nossa vida de com­promisso cristão.
Para o autor basco José Maria Mardones, Filósofo e sociólogo espanhol a pós-modernidade "é uma forma de ateísmo niilista, que não pretende reaproximar-se de nada, e por isso representa a máxima rejeição de Deus e da religião. Achamo-nos, é o que parece, diante da liquidação mais exaustiva das raízes do sagrado e da aproximação a Deus".
Qual deve ser a nossa abordagem, como cristãos, a esse fenôme­no? Como anunciar a "meta narrativa bíblica a uma geração que rejeita todo conceito de verdade e todo absoluto*? “Apologeticamente”, a pergunta que surge no contexto pós-moderno é a seguinte: Como podem ser consideradas seriamente as pretensões cristãs de ver­dade quando há tantas alternativas rivais e quando 'a verdade em si mesma chegou a ser uma noção desvalorizada'?" Podemos usar como bússola nesta viagem exploratória as palavras paulinas à igreja em Tessalônica: "Examinem tudo, fiquem com o que é bom." Imedi­atamente surge a pergunta: O que pode haver de bom no pós-modernismo?
Para a maioria de nós é fácil ver o que deveríamos rejeitar desse paradigma, mas ficar com o que é bom do pós-modernismo - se é que há algo bom - não significaria sacrificar em seu altar a fé cristã?
Muitos abordam o pós-modernismo ainda assumin­do o "complexo de superioridade" da era moderna. Isso me parece, fecha-nos as portas a um diálogo sincero, em que buscamos realmente compreender esta época. Analisemos algumas áreas em que o pós-modernismo, com todos os seus novos e antigos desafios à fé, pode nos ajudar a ser e a viver mais biblicamente.
Por um lado, o destronamento da razão e de suas pretensões universalistas retira a camisa de força que esta impunha à revelação bíblica. "Em lugar de forçar a Escritura entre o molde ditado pelos interesses do Iluminismo, o movimento evangélico pode-se dedicar a permitir a Escritura ser a Escritura."
Para muitos, continua sendo verdade a doutrina tomista que deixa a razão intocável pela queda, e, por­tanto incontaminada pelo pecado. A era moderna, desde o Renascimento, baseou-se nesse princípio e produziu um sistema em que por fim a razão se erigiu como única autoridade em todas as esferas da atuação humana, incluindo-se a abordagem da Bíblia. A razão, por assim dizer, condenou a revelação bíblica por não ser "cien­tífica" e a encarcerou na prisão humanista.
Ao cair o domínio absoluto que a razão pretendia impor, essa prisão é destruída e a Bíblia é liberada das mãos dos juízes que a condenaram. Ao avaliar a era moderna, Wilkinson diz que "o projeto moderno errou ao buscar o conhecimento absoluto e objetivo que é acessível através de um método preciso e definido." Que bom seria poder dizer que a modernidade caiu porque os crentes a derrubaram com suas vidas de compromisso! Mas não é assim. 0 projeto moderno caiu sozinho. Desde o começo já tinha a semente do fracasso.
Mc Grath ao analisar a influência moderna na te­ologia, especialmente a confiança moderna na capaci­dade da razão para julgar a verdade da revelação, pergunta: A que lógica se deve permitir este papel central? De quem é a racionalidade que prove as bases para a autoridade das Escrituras?”Para este autor, "os evangélicos não podem permitir que a revelação se aprisione entre os limites defeituosos da razão humana pecaminosa" McGrath conclui ao dizer que "se a re­velação divina aparenta ser logicamente inconsistente algumas vezes (como, por exemplo, a doutrina das duas naturezas de Cristo), disso não se pode depreender que a doutrina em questão esteja equivocada, ou que a doutrina não é revelação bíblica, devido ao seu caráter 'ilógico'. Isso apenas ilustra bem o fato de que a razão humana caída não pode compreender totalmente a majestade de Deus". Estas palavras teriam sido uma heresia imperdoável no modernismo.
Isto nos leva a reavaliar, ou usando a linguagem pós-moderna, a reconstruir o estudo bíblico que adotou os princípios modernistas. Este é o estudo bíblico onde tratamos o texto sagrado como objeto e nós, como sujeitos, aplicando o método correto e as leis da lógica, pondo-nos por cima do texto para dominá-lo, esmiuçá-lo, analisá-lo obrigá-lo a que solte todo o seu conteúdo. E o estudo bíblico em que a razão, a nossa razão, ergue-se como juiz soberano do texto e diante do qual a revelação diiina submete-se impassível.
Na era pós-moderna podemos aplicar a postura desconstrucionista a esse estudo bíblico e perguntar, a nós mesmos se não se dá que, ao abrirmos a Bíblia, não somos mesmos, muitas vezes, o objeto, e ela o sujeito que nos examina, nos avalia e nos subjuga. Como dizia o escritor aos hebreus: “Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medule é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração”. Haverá momentos em que somos os sujeitos e a Bíblia o objeto do nosso estudo, mas devemos permitir também o contrário.
Devemos chegar à palavra de Deus não só com a nossa razão, mas também descobrir, ou melhor, redescobrir os aspectos emocionais, relacionais imagi­nativos e "humanos" da espiritualidade bíblica. Con­cordamos com Martinho Lutero em que o cristianismo ocupa-se do totus homo, ou seja, da pessoa humana completa, não somente dos aspectos intelectuais. Isso não significa que agora chegou o momento de desistir da razão, mas sim de colocá-la na perspectiva apropriada.
Nossos estudos bíblicos devem deixar de ser tão intelectualizados e chegar a converter-se em verdadei­ros "encontros" em que, com tudo o que somos (mente, emoções, sentimentos, anseios, sonhos, frustrações, etc.), nos sentemos aos pés do Autor e o escutemos. "Pode acontecer de você ficar com tanto medo de seus sen­timentos que assim você acaba enfraquecendo a sua capacidade de ver a verdade. As Escrituras respondem aos clamores do coração, aos seus desejos, aos seus temores, às suas exultações e às suas adorações. Co­meçamos a morrer no momento em que nos recusamos a ter qualquer sentimento. O que devemos temer é os nossos sentimentos provindo de uma origem carnal ou maligna, bem como qualquer tendência de colocar a nossa fé em nossos sentimentos e não na Palavra de Deus."
Na era moderna, envolvíamos nossos sentimen­tos, ou qualquer outro aspecto "não racional" no estudo bíblico, ele era chamado negativamente de "subjetivo" e era descartado. A geração pós-moderna, que suspeita da razão, precisa descobrir que a Bíblia, mais do que um código de normas, é um livro sobre pessoas de carne e osso, que viveram com as mesmas lutas, questiona­ram, duvidaram, voltaram para trás, caíram e se levan­taram de novo. Gastaldi diz que "na década dos anos 90 deparamo-nos com um homem inquieto, em busca de 'sentido religioso', desencantado com os resultados da ciência e da técnica. Parece estar dizendo: 'Deem-me alguma coisa diferente do que sai dos computadores, deem-me razões para viver, para manter uma esperan­ça!" E não é para menos, a pós-modernidade destruiu os absolutos, deixando o ser humano à deriva, sem passado nem futuro, responsável por criar ele mesmo o seu próprio universo.
*      Como Evangelizar Agora
Outro aspecto que devemos revisar, para a era pós-moderna, é o da apologia e evangelização. A tarefa apologética para esta era que se caracteriza pela sus­peita a tudo é restaurar a confiança na verdade. Como cristãos, somos agora desafiados a persuadir a geração pós-moderna quanto à importância da verdade. Con­tudo a desconstrução nos obriga a avaliar as nossas intenções e os nossos métodos. Quando abordamos esta geração com o evangelho, devemos deixar de lado a nossa crista de superioridade, transmitindo a sensação de que possuímos infalivelmente a verdade absoluta. Isso não significa que estejamos deixando de crer que o evangelho é a verdade, que tem pretensões de ser para todos os seres humanos sem distinção alguma; antes, o que temos que fazer é reconhecer que, como porta­dores desta mensagem, interpretamo-lo sob a influência do nosso marco cultural, familiar, denominacional e vivencial. "Todos nós tendemos a interpretar as Escri­turas de acordo com a experiência que temos, seja ela negativa ou positiva, presente ou ausente. Negar esta tendência é negar a nossa própria humanidade." A Bíblia é infalível, nós não somos. Somos filhos da nossa cultura e das nossas subculturas, quer queiramos, quer não.
Nossa postura apologética e evangelização, mais do que racional, deve ser relacional. Kevin Graham Ford emprega o termo "evangelismo narrativo". Para ele:
À medida que a nossa cultura paulatinamente se separa do pensamento lógico e orientado às proposições e adentra-se no pensamento ori­entado às sensações e ao que ultrapassa o racional, o único evangelismo que fala a lingua­gem da cultura é o evangelismo orientado aos relatos. Este fala o idioma desta geração, saturada dos meios de comunicação, e esfo­meada de ouvir relatos. Este fornece às pessoas um ponto de contato em sua vida cotidiana, permitindo-lhes ver como Deus interagiu na história humana e como ele pode fazer isso na vida de cada um deles, individualmente.
Muitos jovens sentem atração pelo Jesus dos evan­gelhos, mas rejeitam qualquer envolvimento eclesiás­tico ao ver a vida dos que se dizem seguidores de Jesus. Devemos assumir esta crítica, avaliando as muitas for­mas em que a igreja e os crentes têm sido obstáculo para que outros venham para o evangelho. Não há melhor postura apologética do que uma vida santa.
A tarefa apologética mais urgente da igreja hoje é viver no mundo de tal maneira que o mundo seja levado a nos perguntar acerca da esperança que temos. Enquanto isso não acontecer, temo que todas as teorias apologéticas existentes sejam em vão, e que a verdade de que dizemos serem testemunhas seja tomada como sendo uma falsi­dade.
Nesta era pós-moderna não podemos esconder a nossa vida por trás de grandes argumentos racionais, porque agora os mesmos não impressionam mais. Nesta era, mais do que com palavras, evangelizamos com ações, com uma postura de amor pelos outros, com uma epistemologia mediada por compaixão, com uma axiologia saturada pela ética e pelos valores do reino, e com uma mensagem encarnada, que saia dos templos e que se misture com a geração desencantada e cheia de suspeições que perambula como "ovelhas sem pas­tor".
Estamos buscando uma comunidade, e, como todo o mundo antes de nós, queremos fazer parte de algo maior do que nós mesmos. Queremos que haja linhas traçadas para uma direção moral. Queremos exemplos vivos de pureza, de honestidade e de amor. Queremos uma família que nos ame incondicionalmente, e queremos crer em alguma coisa. “Os cristãos podem dar esperança, oferecendo uma comunidade baseada no amor de Deus por seu povo e no amor de uns para com os outros.”
São quatro as pedras fundamentais da evangelização para esta geração: a autenticidade, o cuidado mútuo, a confiança e a transparência, e cada uma dessas desenvolve-se no contexto de relações mantidas com os não crentes. A evangelização impessoal através do folheto, ou da explicação de um esquema lógico, porém sem continuidade e sem um interesse autêntico, segu­ramente produzirá resultados bem mais negativos, afastando os jovens pós-modernos do evangelho.
Para o autor catalão Angel Castanheira, a pós-modernidade "permite que o cristão resimbolize no­vamente o testemunho da revelação, tradicionalmente envolvido em metafísica moderna e de conceptualismo, e o redescubra agora, por sua vez, na linguagem do amor e do perdão, no coração da vida, no caminho privilegiado da experiência humana."
Tal abordagem talvez faça com que muitos se sintam incômodos. Preferimos a evangelização metó­dica e a ação apologética argumentativa, racionalista e lógica. Temos que revisar, então, o modelo de Jesus, cujo ministério público foi essencialmente relacionai. Ele andava no meio das multidões, ou então tinha encontros privados com determinadas pessoas, até mesmo de noite. Ele sabia o que era sentir o calor do meio-dia no deserto de Samaria, ou o frio da morte no quarto de uma adoles­cente. Ele deixou-se tocar por uma mulher cerimonialmente impura, e tocou intencionalmente num leproso, isolado pela sociedade. Ele falou de situações cotidianas, de sal e lâmpadas, de sementes e pastores, de pais e filhos. Hoje, mais do que nunca, devemos seguir este modelo, se queremos alcançar a geração pós-moderna. Definitivamente, a pós-modernidade chama-nos à modéstia; a reconhecer a nossa finitude; a avaliar e suspeitar, de forma positiva, de nossos métodos e in­tenções; a reconhecer o nosso condicionamento hermenêutico; e a revisar a seriedade do nosso com­promisso cristão. Vale a pena citar aqui Mardones:
A crítica pós-moderna serve para liberar o Deus de Jesus Cristo da tirania de uma cultura. Sem cultura, é verdade, não existe coletividade nem indivíduo, nem tampouco religião, nem lingua­gem sobre Deus. Mas o Deus de Jesus Cristo não é um patrimônio exclusivo de uma cultura, de uma concepção ou de um tempo, mas trans­cende a tudo isso, tratando de manifestar mais claramente a sua face salvadora e libertadora aos homens, na situação concreta em que se encontrem... A pós-modernidade, no que se refere à crítica ao projeto moderno, ajuda o cristianismo a relativizar a cultura moderna e a perceber melhor suas inegáveis implicações culturais com a modernidade, que às vezes são outras tantas 'vendas' do Deus de Jesus Cristo aos imperativos da cultura, quando não a um sistema de produção e de organização concre­to.
O que não podemos nem devemos render à pós-modernidade é que se perca o conceito de verdade, tal como o encontramos na Bíblia. Não devemos permitir que a Verdade (com maiúscula) torne-se relativa e converta-se simplesmente numa verdade (com minús­cula) a mais no mercado esotérico pós-modernista.
*As declarações do evangelho de João devem ser tomadas com a maior seriedade possível. Jesus não apenas nos mostra a verdade, ou nos fala da verdade; ele é a verdade, e qualquer conceito de 'verdade' que é incapaz de assimilar que o fato de que a verdade é pessoal deve ser tratado com uma total suspeição pelos evangélicos. A Verdade', no sentido neo testamentário do termo, não é abstrata ou puramente objetiva; é pessoal e envolve a transformação da exis­tência daqueles que a tomam e que por sua vez são tomados por ela."
Nossa tarefa nesta era pós-moderna é apresentar uma pessoa: Jesus, mais do que um sistema lógico de crenças. Devemos apresentar Jesus em toda a sua ple­nitude, para que esta geração seja transformada à sua imagem. E devemos fazer isso com compaixão, man­tendo relacionamentos significativos com os não cristãos, com um ouvido que realmente os ouça e com a convicção absoluta de que a palavra revelada é perti­nente a qualquer época, porque "passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão".

BIBLIOGRAFIA:
·        KREEFT, Peter. O Diálogo. São Paulo, Mundo Cristão, 1986.
·        LEWIS, C. S. Cristianismo puro e simples. São Paulo, ABU, 1997.
·        SCHAEFFER, Francis. A morte da razão. São Paulo, ABU/fiel, 1997.
·        SPROUL, R. C. Cada um na sua. São Paulo, Mundo Cristão, 1998.
·        ________, Razão para crer. São Paulo, Mundo Cristão, 1997.
·        STTOT, John. Crer é também pensar. São Paulo, ABU, 1991.
·        Geisler, Norman. Não tenho fé suficiente para ser ateu. Ed. Vida.
·        Mc. Grath, Alister. Apologética cristã no século XXI.
·        Mc Dowell, Josh. Evidências históricas da fé Cristã.
·        Mc Dowell, Josh. Evidências que exigem veredito. Ed. Vida.
·        Kreeft, Peter. Manual de Apologética Cristã. Ed Central Gospel.











Pesquisar este blog