Conceito: A palavra grega no NovoTestamento para igreja é “Eklesia”, que significa “uma assembléia de chamados para fora”. O termo aplica-se a todo corpo de cristão em uma cidade (At 11.22; 13.1). Uma congregação (1 Co 14.19). Todo corpo de crentes na terra (Ef 5.32).
1 - FIGURAS NEO-TESTAMENTÁRIAS QUE IDENTIFICAM A IGREJA
Dentre muitas destacamos apenas três que julgamos mais importantes:
§ Corpo de Cristo (Ef 5.23);
§ Noiva ( 2 Co.11.2);
§ Templo de Deus (1 Co 3.16);
2 - FUNDAÇÃO DA IGREJA
A Igreja foi pré-estabelecida segundo um conselho divino, antes da fundação do mundo. Vejamos Efésios 1.4 ... e nos elegeu antes da fundação do mundo para sermos santos ...... Observe que o projeto de criação foi antes da fundação do mundo, porém, a sua edificação foi depois.
Vejamos ainda em Mateus 16.18 que Jesus não usou o verbo “criar”, mas sim, “edificar”, isto é, usando o material já existente – Jesus é o arquiteto, e nós somos o material.
O nascimento visível da Igreja, tem sua origem no Calvário, a Igreja nasceu das feridas de Cristo na cruz (Is 53,5,6).
A Igreja antes de ser uma organização humana ela é um organismo Divino (Jo 1.12,13).
§ A inauguração da igreja
A igreja institucionalmente foi inaugurada no dia de pentencoste (quinquagésimo dia depois da páscoa). Estavam reunidos cerca de 120 pessoas: os apóstolos, Maria mãe de Jesus, seus irmãos entre outros (At 1.13.15). A Igreja foi inaugurada depois da descida do Espírito Santo.
3 - MISSÃO BÁSICA DA IGREJA
A julgar pela atividades das várias denominações e igrejas de hoje, parece que reina muita confusão acerca da missão essencial e bíblica da igreja. O Novo Testamento, é bastante claro quanto ás funções de uma Igreja de Jesus. Como os órgãos vitais, são necessários à vida humana, também cultuar a Deus, anunciar as boas-novas, educar e ministrar são funções essenciais à vida de uma igreja.
§ Cultuar a Deus
O culto é a alma da igreja, pois é através dele que a congregação se comunica com o autor da vida e o autor da nossa salvação. O amor, o louvor, o arrependimento, a dedicação, constituem expressões espontâneas de culto, que se tornam eminentemente superiores á comunhão dos seres humanos entre si. É comunhão consciente e pessoal revelado em Jesus Cristo. A igreja cultua a Deus através do louvor, da adoração, da ação de graças.
Recordando assim a obra de Deus por meio de Jesus Cristo, através dos séculos a Igreja canta louvoures a Deus e se curva com gratidão pela graça divina que lhe proporcionou tão ricas bençãos.
Através da leitura da Bíblia e da pregação, a igreja examina a si mesma. Confrontada com a palavra de Deus, ela deixa de ser egoísta, assumindo assim a sua natureza espiritual. Uma igreja que experimenta o verdadeiro culto não pode deixar de ser uma igreja generosa em todos os sentidos, pois é impossível cultuar a Deus sem entregar-se ou submeter-se a ele de coração. Através do culto, a congregação oferece o seu amor, a sua vida, o seu trabalho a Deus.
§ Anunciar as Boas-Novas
Anunciar o Evangelho significa comunicar tudo o que Deus fez através de Jesus Cristo para a salvação do ser humano. É colocar as pessoas frente a frente com as boas-novas da redenção outorgada por Deus por meio de Cristo. É a evangelização. Não é somente anunciar as bos-novas aos incrédulos, mas também ajudar os crentes a dissiparem suas dúvidas, até que todos cheguem “a unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus”.
A pregação é o principal meio de anunciar as boas-novas, como Paulo salienta: .... aprouve a Deus. O anuncio da boas-novas pela igreja não se restringe à pregação feita pelo pastor. É responsabilidade pessoal de cada membro da igreja.
A pregação do púlpito e o testemunho pessoal não são, porém, os únicos meios de a igreja dispõe para evangelizar. Outros métodos eficazes aí se incluem: a pregação nos lares, ao ar a livre, em prisões, hospitais; a pregação através de rádio, da televisão, de folhetos, de correspondência e ações sociais. E mais a igreja tem que ser missionária.
§ Educar
Educar é ensinar; é treinar; é orientar. Do ponto de vista cristão, educar significa levar as pessoas ao conhecimento e aceitação de Jesus Cristo como Salvador e conduzi-las à pratica dos princípios cristãos como padrão de vida. Inclui ainda o treinamento para as funções da igreja e a motivação para uma vida de serviço em nome de Cristo.
Embora o indivíduo possa receber instrução segundo os princípios e conceitos da vida cristã, a educação religiosa propriamente dita inicia-se com a experi~encia da conversão e deve continuar até o fim da existência terrena do cristão. A educação é o processo em que o crente adquire atitudes e conceitos novos e aprende a praticar ações coerente com exemplo de Cristo e com a sua nova vida. O Espírito Santo é o grande ajudador nessa tarefa.
A instrução foi norma básica na igreja primitiva. Todos os que iam sendo acrescentados à igreja “ perseveravam na doutrina dos apóstolos” (At 2.42) Até que tivesse firmes na fé e na vida cristã. O apóstolo Paulo exorta os cristãos a andarem arragaidos e sobreedificados na fé “assim como foste ensinados” (Cl 2.7). A igreja precisa também ser uma agência educadora.
Ministrar
O ministrar em nome de Jesus, vai além das bençãos espirituais, pois visa, principalmente atender às necessidades humanas. Deus não está interessado somente no lado espiritual do homem, ele se preocupa com o todo: espírito, alma e corpo o ministrar nesse caso constitu-se em outra maneira de anunciar as boas-novas. Sendo o Corpo de Cristo a igreja deve imitar o exemplo de Cristo, pois jamais alguém demonstrou tamanha compaixão pelas necessidades humanas como Jesus.
Ministrar pode ter a sua expressão individual ou coletiva. Ministério individual é o atendimento pessoal, como fez o bom samaritano ao atender a uma necessidade material, ou como fez Jesus.
Para com a mulher samaritana, ao atender uma necessidade espiritual. A visitação aos lares oferece excelente oportunidade para o ministério individual a través do aconselhamento.
O ministério coletivo se expressa através dos serviços de beneficência por grupos de pessoas a grupos de pessoas: alimento para os famintos, agasalhos para os necessitados, auxílio financeiro para os desempregados, desamparados ou doentes. O ministério coletivo pode também tomar a forma de atendimento às necessidades de grupos especiais, como analfabetos, estudantes encarcerados, marginalizados etc.
O GOVERNO DA IGREJA
A forma de governo da Igreja Local é muito importante, pois mostra a identidade da igreja, revela como são tomadas as decisões e como a igreja é organizada e administrada. Na atualidade são três as principais formas de governo eclesiástico.
EPISCOPAL
No século II o bispo surgiu como pastor principal e o administrador das igrejas de uma região. Teve também o prestígio de ser o principal celebrante da Ceia do Senhor. Este papel do bispo veio em tempos de perseguição e de lutas contra os hereges. Os bispos eram os únicos que tinham o direito de ordenar presbíteros e diáconos, cujas funções eram limitadas na Igreja. O avanço do poder do bispo seguiu o exemplo romano, pois era como uma monarquia.
As Igrejas Católicas do Oriente e a de Roma continuam sustentando a doutrina apostólica. Elas são episcopais, isto é governada por hierarquias, com vários níveis de clero culminando numa autoridade superior, que é visível. Nas diversas igrejas ortodoxas do oriente essa autoridade é constituída por patriarcas, arcebispos e metropolitanos; na romana é o Papa. A Igreja Católica Apostólica Romana é mais centralizada no Papa, o qual nomeia os bispos. Ambas requerem que os bispos sejam celibatários.
Historicamente, ensinam que não há salvação fora de sua igreja institucional.
Com a Reforma Protestante, algumas igrejas que rejeitaram a supremacia romana mantiveram a premissa de que o governo das igrejas deva estar nas mãos de bispos. As igrejas Metodistas e Anglicanas são “episcopais” porque são governadas por bispos. Os bispos da Anglicana alegam que sua ordenação sucede dos apóstolos. Os artigos de fé da Igreja Anglicana são parte da doutrina oficial, mas não se exige que os clérigos e leigos os aceitem.
Somente os bispos têm o direito de ordenar diáconos e presbíteros (sacerdotes) e de participar da ordenação de outros bispos. O pároco é um sacerdote, o líder espiritual da igreja local; as juntas eleitas pelas congregações resolvem os assuntos temporais.
O clero e alguns leigos das congregações e missões formam a Diocese da sua área, chefiada pelo bispo. O Concílio Executivo administra a Convenção Geral.
Algumas igrejas luteranas optaram por um sistema episcopal modificado. Nos tempos atuais, outras igrejas têm formas de hierarquias de bispos.
PRESBITERIANA
Esta forma de governo foi construída sobre o alicerce fundado por João Calvino no século XVI. Atualmente é usada com algumas modificações pelas Igrejas Reformadas e Presbiterianas em muitos países. Afirma que Cristo é a única Cabeça da Igreja, seu Corpo. Os membros elegem os oficiais como seus representantes para governar a igreja institucional.
Em geral as congregações são independentes e iguais entre si, mas aceitam a Confissão de Fé adotada pela denominação e praticam sua forma de governo eclesiástico. O “concílio”, eleito por cada congregação, cuida dos assuntos e negócios dela. É dirigida pelo pastor, o “presbítero docente” chamado pela congregação, e pelos “presbíteros regentes” eleitos por esta.
O sínodo é composto dos pastores das congregações da igreja da região, com presbíteros regentes representando cada Igreja do Presbitério. Ele ordena pastores e tem alguma voz sobre a posse e eventual transferência deles pela congregação. Também exerce autoridade sobre as congregações em questões religiosas, financeiras e legais, servindo como corte de apelo em assuntos apresentados pelos concílios das igrejas locais.
A Assembleia Geral ou Supremo Concílio reúne representantes eleitos por todos os presbíteros. Tem autoridade geral em assuntos de fé, ordem, propriedade, missões, educação, etc. e é a última corte de apelo em todos os casos apresentados pelos concílios das congregações, presbíteros e sínodos.
CONGREGACIONAL
Antes da Reforma Protestante existiram comunidades que tentaram seguir o modelo das igrejas primitivas nas suas vidas congregacionais. As Igrejas da Reforma radical insistiram em retornar ao ensino e práticas das igrejas do Novo Testamento. Em consequência, congregações autônomas foram implantadas pelos Waldenses, Irmãos, Anabatistas e “Igrejas dos Crentes”.
As igrejas locais com governo congregacional são autônomas, determinando sua própria vida nas áreas de fé, ordem e administração eclesiástica. Os membros escolhem seus líderes e decidem questões de acordo com a vontade da maioria, na forma democrática. A igreja existe na congregação local, mas deve se associar com outras congregações da mesma fé e ordem, em organizações regionais, para comunhão e cooperação voluntária em missões de evangelização. Não estão, porém, ligadas organicamente e não são controladas pelas convenções regionais. Atualmente o congregacionalismo continua em igrejas batistas, congregacionais e independentes. Algumas luteranas, e igrejas pentecostais têm alguns aspectos congregacionais.
OS OFICIAIS DA IGREJA DE CRISTO
Existia dois tipos de oficiais na igreja primitiva:
OFICIAIS EXTRAORDINÁRIOS.
Eram aqueles com dons especiais, ou seja, dons ministeriais (Ef 4.11).
Apóstolos. Estritamente falando, este nome só e aplicavel aos doze escolhido por Jesus e Paulo, mas também a certos homens apostólicos que assessoraram a Paulo em seu trabalho e que foram dotados de dons apostólicos (At 14.4; Gl 1.19). Os apóstolos tinham a incumbência especial de lançar os alicerces da igreja de todos os séculos.
Profetas. O Novo Testamento fala também de profetas (A t 11.27,28).
Evangelistas. Em acrescimo a apóstolo e profetas são mencionados evangelistas (At 21.8).
Filipe, Marcos, Timóteo e Tito pertenciam a esta classe, pouco se sabe destes oficiais.
OFICIAIS ORDINÁRIOS
São aqueles cujo, ministérios só são reconhecidos por imposições de mãos.
1. O Ofício do Pastor. Os três nomes para designar o ofício do pastor no Novo Testamento são: Bispo, Presbítero (ou Ancião), e Pastor. Estes nomes são nomes diferentes para descrever o trabalho e dever pastoral. A palavra pastor fala do dever pastoral de alimentar, proteger, defender, repreender, corrigir, e amar as ovelhas do rebanho. A palavra presbítero (ancião) fala do crescimento e experiência espiritual que um pastor tem que ter, quer dizer que ele não pode ser neófito (novato) nas coisas de Deus. A palavra bispo fala do trabalho pastoral em tomar o cuidado e superintendência da igreja.
O Novo Testamento revela que estes três nomes falam do mesmo ofício da igreja. Atos 20:17 e 28 mostra que é a verdade, porque os anciãos do versículo 17 são os mesmos homens chamados bispos e pastores (apascentar) no versículo 28. I Pedro 5:1-2 indica a mesma verdade: os presbíteros são mandados apascentar (ser pastor) e ter cuidado (bispo) do rebanho. Além destes versículos deve estudar Efésios 4:11, Filipenses 1:1, I Timóteo 3:1-7, Tito 1:5-9, e Hebreus 13:7.
A Bíblia dá as qualificações do pastor em I Timóteo 3:1-7 e Tito 1:5-9. Elas são obrigatórias e não opcionais. Uma igreja não deve, e nem tem direito para consagrar o homem não qualificado para ser pastor nem qualquer outro oficial. Não é ser somente qualificado na hora da sua consagração, mas é preciso continuar sendo qualificado. Se chegar o dia que o pastor consagrado não é mais qualificado de ser pastor, deve ser afastado do seu do ministério.
Os deveres do pastor são o cuidado e guiamento do rebanho, a oração, o ensinamento da Palavra de Deus, e a administração das ordenanças.
2. O Ofício do Diácono.
O diácono é o servo da igreja e auxiliador do pastor. Este ofício começou em Atos 6:1-6 quando a igreja em Jerusalém escolheu estes homens para aliviar os apóstolos do cuidado das coisas temporais da igreja. Assim, os apóstolos puderam dedicá-los à Palavra de Deus e oração.
Encontramos as qualificações do diácono em Atos 6:3 e I Timóteo 3:8-13. As qualificações do diácono não são opcionais, mas obrigatórias também. Uma igreja não deve consagrar ninguém ao ofício do diaconato nem permití-lo continuar sendo diácono quem não é qualificado ou deixa de ser qualificado. No entanto,como já foi mencionado as Igrejas de hoje principalmente pentencostais e neo-pentencostais deram uma nova conotação a lista de oficiais da igreja dependendo da forma de governo, que ela pratique: podendo ser:
§ Papas ou bispos, presbíteros e diáconos como a forma episcopal;
§ Pastores e diáconos como as igrejas congregacionais;
§ Pastores, presbíteros e diáconos como no sistema presbiterianos;
§ Pastores evangelistas presbíteros e diáconos como nas igrejas pentencostais e em algumas neo-pentencostais.
3. A Consagração dos Oficiais da Igreja. O Novo Testamento ensina que os oficiais da igreja devem ser consagrados aos seus próprios ofícios. A consagração dos oficiais da igreja significa que estes homens são separados por Deus para este trabalho, e que a igreja está aprovando e autorizando-os para executar seus próprios ofícios. A consagração do Novo Testamento foi acompanhada pela imposição de mãos (2 Tm 1.6; At 6.6)). A imposição de mãos é o símbolo da chamada de Deus e da autoridade da igreja. Os oficiais da igreja tem um grande privilégio e responsabilidade de servir nosso Deus. Deus nos ajude a sermos fiéis!
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