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domingo, 24 de abril de 2011

BIBLIOLOGIA


Open Bible
INTRODUÇÃO
Para o crente estar preparado para fazer a obra de Deus precisa crescer na graça e conhecimento, como advertiu o Apóstolo Pedro (2 Pe 3.18), e para isto é necessário que procure os ensinamentos da Palavra de Deus. Não deve contentar-se só em ouvir, além disso, é importante que leia estude confronte, analise o que está escutando com aquilo que se lê.
     Quanto mais interessar-se em conhecer a Palavra de Deus, mais o Espírito Santo lhe trará entendimento.


1 - A FORMAÇÃO DA BÍBLIA

     A Bíblia nasceu na mente e no coração de Deus. Ele se revelou se mostrou, se deu a conhecer através dela. Só por meio dela é que ficamos conhecendo as verdades consistentes de Deus, seu caráter, seus atributos, sua vontade. Entretanto, ela passou por um processo longo para se tornar um livro como temos hoje.

     Na época de Jesus era impossível comprar uma Bíblia e levá-la para casa. Ela era lida nas Sinagogas e nos templos onde eram guardados os seus exemplares em forma  de rolos. O que tornou isso possível foi a invenção do papel no século II pelos chineses e do prelo do tipo móvel pelo alemão John Gutenberg em 1450 d.C.

          A palavra “Bíblia” deriva do vocábulo grego biblion “rolo”, ou livro.
 A uma folha de papiro preparada para se escrever os gregos davam o nome de “biblos” e várias destas folhas chamavam “biblion”, (rolos) e consequentemente vários destes rolos deram o nome de “Bíblia”, isto é, coleção de livros.
     Os livros antigos tinham a forma de rolos, (Jr 36.2); “toma um rolo de um livro, e escreve nele todas as palavras que tenho falado de Israel e todas as nações”....

     O vocábulo “Bíblia” não se encontra no interior do volume sagrado sendo puramente de origem eclesiástica. Sendo aplicado primeiramente por João Crisóstomo, patriarca e reformador de Constantinopla do IV século.

1.1          Materiais empregados
v Papiro
      Também conhecido na Bíblia como junco, era uma planta que crescia na beira do rio Nilo e outros rios do oriente (Ex 2.3; Jó 8.11; Is 18.2). Do papiro derivou-se o nome papel.


v Pergaminho
     Era a pele de animais curtida e polida. Era um material mais resistente que o papel, porém, mais caro. (2 Tm 4.13).

1.2          Nomes Canônicos (nomes que a Bíblia dá a si mesma)

v  O Livro (Ex 17.14);
v  A Palavra de Deus (Hb 4.12);
v  A Palavra da verdade (2 Tm 2.15);
v  Livro do Senhor (Is 34.16);
v  A Palavra do Senhor (Dt 9.10).


1.3          Nomes figurativos

v  Lâmpada (119.105);
v  Espelho (Tg 1.23);
v  Água (Jo 15.3);
v  Fogo (Jr 23.29);
v  Martelo (Jr 32.29);
v  Espada (Ef 6.17).


 2 – A BÍBLIA COMO UMA OBRA LITERÁRIA

     A Bíblia antes de ser um livro Sagrado também é uma obra literária, aliás, a mais importante de todos os tempos, e como tal, tem também as suas particularidades tais como:

v  Autor > Deus;
v  Personagem central > Jesus Cristo;
v  Data que foi escrita > Há cerca de 3500 anos. Desde 1500 anos a.C (Ex 17.14) até 97 d.C; (Ap 1.19; 22.18-21);
v  Seu interprete > o Espírito Santo.

2.1 Os escritores da Bíblia

     A Bíblia foi escrita por cerca de 40 homens, por um período de 16 séculos aproximadamente, e que a maioria não se conheceram, pertenciam a diversas classes e diversos continentes. A perfeita unidade da Bíblia leva- nos a glorificar a Deus porque em meios as lutas, alegrias e tristezas, o produto final apresenta uma só mensagem, um só Deus e uma só salvação – Jesus.

               As diversas atividades dos escritores:

v  Príncipe, legislador, comandante > Moisés, Josué;
v  Sacerdotes, juízes e profetas > Samuel, Esdras e outros;
v  Governador > Neemias;
v  Presidentes > Daniel;
v  Reis, poetas > Davi, Salomão, Asafe;
v  Pastor de ovelhas e agricultor > Amós;
v  Pescadores > Pedro, João;
v  Funcionário público > Mateus;
v  Teólogo e filósofo > Paulo;
v   Médico > Lucas.


3  - COMPOSIÇÃO DA BÍBLIA

     Os livros da Bíblia não estão situados em ordem cronológica, e sim de acordo com o assunto a que pertence.
      É bom ter isso em mente ao estudar a Bíblia, pois, evitará mal entendido no tocante a história das profecias bíblicas entre outros assuntos.

v  Composição da Bíblia por partes. São duas: Antigo e Novo Testamentos.
v  Composição por livros. São 66, sendo 39 no Antigo Testamento e 27 no Novo Testamento.

*      A palavra Testamento vem do grego “Diateke” e do Hebraico Beirith ambos significa Aliança ou Concerto.

v  Composição em capítulos. São 1189 capítulos: 929 no Antigo Testamento e 260 no Novo Testamento. A divisão em capítulos só foi feita em 1250 d.C por Hugo de Santo Caro.
v  Composição em versículos. São 31.173 versículos: 23.214 no Antigo Testamento e 7.959 no Novo. A divisão em versículos foi feita pelo francês Robert Steven, em 1551.

3.1 O Antigo Testamento

      O Antigo Testamento contém os Escritos sagrados dos judeus, isto é, a coleção das escrituras que o povo hebreu foi acumulando desde os dias de Moisés até cerca de um Século antes de Cristo.

      Nos diversos livros dessa coleção acham-se os principais fatos históricos e outras manifestações desse povo.   A língua original do AT é o hebraico, com ligeiras exceções: Ed 4.8 a 8.18; 7.12-26; Jr 10.11; Dn 2.4 a 7-28, escrito em Aramaico.

     A língua hebraica é chamada no AT de “língua de Canaã” (Is 19.18) e “língua judaica” (Is 36.13; 2 Rs 18.26,28), lê-se da direita para esquerda, o alfabeto compõe-se de 22 letras e não contém vogais.

     Três séculos (275 a.C aproximadamente) antes de Cristo, o AT foi traduzido para o grego por um grupo de setenta juízes ou príncipes do Sinédrio reunidos em Alexandria. Esta versão ficou conhecida como a Septuaginta ou versão dos LXX.
     Foi esta versão que dividiu e situou os livros por assunto, como temos hoje: Lei, história, poesia e profecia.

v  A divisão do Antigo Testamento

     Contém 39 livros, porém, os judeus contavam como se fossem 24 livros, já no tempo de Jesus resumiam os 24 em três seções: Lei, Profetas e Escritos (Lc 24.24).

         Os 39 livros estão divididos em quatro (4) Classes:
Ø  Lei (5 livros) – Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.
             Chamado Torah pelos judeus e Pentateuco pelos gregos,
         Tratam da origem de todas, as coisas e do estabelecimento da nação de Israel.

Ø  História (12 livros) – Josué, Juízes, Rute, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis, 1 e 2 Crônicas, Esdras, Neemias ,Ester.
     Contém a história do povo escolhido nos seus vários períodos e também de outras nações.

Ø  Poesia (5 livros) – Jó, Salmos, Provérbios,Eclesiastes,Cantares.
     São Chamados de poéticos devido ao seu gênero do seu conteúdo. São também conhecidos como devocionais, pois Salmos vêm do Hebraico “Tehillim” que significa “Cânticos acompanhado de instrumentos de cordas”

Ø  Profecia (17 livros) - subdividida por sua vez em profetas Maiores e profetas Menores
§  Profetas Maiores (5 livros) – Isaias, Jeremias, Lamentações de Jeremias, Ezequiel e Daniel.
§  Profetas Menores (12 livros) – Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias.

*      A classificação em Maiores e Menores se refere ao volume dos escritos e o período do ministério de cada profeta, e não a posição ou graduação do mesmo.

3.2 O Novo Testamento

      O Novo Testamento contém a escrita dos seguidores de Jesus. Escrito no "Grego Koinê” língua popular dos gregos e o seu alfabeto continha 24 letras.


     Contém 27 livros divididos em quatro (4) grupos;
v  Biografia (4 livros) – Mateus, Marcos, Lucas e João.
      Descrevem principalmente a vida terrena de Jesus e seu ministério. Os três primeiros são chamados “sinópticos” devido ao paralelismo que apresentam.

v  História (1 livros) – Os Atos dos Apóstolos.
      É a história da Igreja primitiva, seu viver e agir. O livro mostra que o segredo do progresso da Igreja, é a plenitude do Espírito Santo na vida de cada crente.
v Doutrina (21 livros) – chamados epístolas ou cartas. Vão de Romanos a Judas.

Ø  9 - dirigidas a Igrejas (Romanos, 1 e 2 Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1 e 2 Tessalonicenses);
Ø  4 - dirigidas a indivíduos (1 e 2  Timóteo, Tito, e Filemon);
Ø  1 - dirigidas aos hebreus em toda parte; (Hebreus);
Ø  7 - universais (Tiago, 1 e 2 Pedro, 1,2 e 3 João e Judas);

v  Profecia (1 livro) – Apocalipse ou revelação.
     É um livro que esboça a escatologia, entre outros assuntos enfatiza a volta pessoal de Cristo.

4  - A BÍBLIA EM LÍNGUA PORTUGUESA

     A primeira tradução da Bíblia em português foi feita por João Ferreira de Almeida. O Antigo Testamento foi traduzido por Almeida até o livro de Ezequiel, quando Deus o chamou para o lar celestial em 1691. Ministros do evangelho amigos seus terminaram a tradução, a qual foi publicada completa em1753. No Brasil foi publicada pela primeira vez em 1944 pela Imprensa Bíblica Brasileira.
    
     Nas Bíblias de Edições Romanas o total de livros é de 73, e até mais em algumas Bíblias como, por exemplo, na Bíblia TEB – Tradução Ecumênica da Bíblia de 1995 que contém a Epístola de Jeremias (antes colocado como o sexto capítulo do livro de Baruque) nesse caso 74 livros chamados Livros Apócrifos (não inspirados ou espúrios), são eles: Tobias, Judite, Sabedoria de Salomão, Eclesiástico, Baruque, 1 e 2 Macabeus, Epístola de Jeremias ( TEB).

     Além dos livros acima, as Bíblias de Edições romanas têm também acréscimos a livros canônicos que são os seguintes: Ester (ao livro de Ester), Cânticos dos três Santos Filhos (ao livro de Daniel), a história de Susana e Bel e o Dragão (ao livro de Daniel).

     A maioria destes livros e acréscimos acima foi feito pela Igreja Católica romana começando no Concílio de Trento de 1546, em resposta a Reforma protestante de 1517.

     Tradução “Novo Mundo”. O texto é mutilado e cheio de alterações. Foi preparado para apoiar as crenças antibíblicas das Testemunhas de Jeová.


5  - A INSPIRAÇÃO DAS ESCRITURAS


     O que diferencia a Bíblia dos demais livros do mundo é sua inspiração divina. Isto é fato reconhecido nas seguintes passagens:  2 Tm 3.16; 1 Pe 2.21 e Jó 32.8.

5.1 - O que se entende por inspiração divina?
     Inspiração vem do grego “Theopneustos” que quer dizer literalmente “soprar”, é Deus exalando, ou seja, soprando as Escrituras sobre os autores humanos. Isto indica a obra do Espírito Santo dirigindo os autores, para revelar as verdades bíblicas sem mistura de erros (2 Tm 3.16).

     Foi o Espírito Santo quem moveu a mão daqueles homens, mesmo com suas falhas, seus costumes e suas culturas, mas, que amavam e obedeciam a Deus, para que registrassem, sem mistura de erro o que Ele queria dizer (2 Pe 1.21).
     É o mesmo Espírito que resguardou através dos tempos, as Escrituras para que não houvesse desvios, mesmo a Bíblia sendo copiadas várias vezes através dos     Manuscritos, e traduzidas outras centenas de vezes, por isso é que se diz; que a Bíblia é a INERRANTE Palavra de Deus.

     A própria Bíblia reivindica para si a inspiração de Deus, pois a expressão “assim diz o Senhor” como carimbo de autenticidade, ocorre mais de 2.600 vezes nos seus 66 livros, além de outras expressões equivalentes. Além disso, há um surpreendente registro das profecias bíblicas. Cerca de 2.500. Destas, aproximadamente 2.000 já foram cumpridas ao pé da letra sem erros (as outras quinhentas dizem respeito a eventos que ainda não ocorreram). A única explicação para essa taxa de precisão de 100% é que o próprio Deus fez as predições e depois as cumpriu.

A BÍBLIA É A REVELAÇÃO ESCRITA DE DEUS”
     Ele se revela ainda, através da natureza (Sl 19.1,2), e se revelou pessoalmente através de Jesus Cristo (Jo 14.9).

5.2 - Falsas teorias quanto à inspiração das Escrituras

     Quanto à inspiração da Bíblia, há várias teorias falsas que o estudante não deve ignorar.
     Vejamos algumas delas;

v  Inspiração verbal
     Essa teoria ensina que a Bíblia foi escrita por homens talentosos como Sócrates, Platão, Shakespeare entre outros. Esta é a forma usada por muitos teólogos liberais para negar a sobrenaturalidade das Escrituras.

    
v  A inspiração comum
     Ensina que da mesma maneira como os escritores da Bíblia foram inspirados, ainda hoje o somos também, isto é, quando oramos, cantamos, pregamos ou ensinamos, estamos sendo inspirados por Deus.
    

v  A inspiração parcial
   Ensina que partes da Bíblia são inspiradas, outras não. Essa teoria afirma que a Bíblia não é a palavra de Deus, mas, que simplesmente contém. Evidentemente, essa teoria vai de encontro à declaração paulina “Toda escritura é inspirada por Deus”...
(2 Tm 2.15).


v  A teoria do ditado verbal
     Ensina que a inspiração da Bíblia é só quanto às palavras, não deixando lugar para a atividade e estilo do escritor, o que é patente em cada livro da Bíblia.

v  A inspiração das idéias
   Ensina que Deus inspirou as idéias da Bíblia, mas, não as palavras ficando estas a cargo dos escritores.

         5.3  Teoria correta da inspiração das Escrituras

     A teoria correta da inspiração das Escrituras é chamada de: “Teoria da Inspiração Plenária”.
     Ensina que todas as partes das Escrituras são igualmente inspiradas, mas que houve cooperação mutua e contínua entre os escritores e o Espírito Santo que os capacitava. Afirma que santos homens de Deus escreveram a Bíblia com palavras do seu próprio vocabulário, porém, sob a influência poderosa do Espírito de Deus.
     Ensina também que a Inspiração Plenária cessou ao ser escrito o último livro do Novo Testamento pelo apóstolo João no ano 97 aproximadamente. E que depois nem um  outro  servo de Deus, pode ser chamado “INSPIRADO” no  mesmo sentido.


    6- ALGUMAS PARTICULARIDADES DA BÍBLIA

      Hoje existe no mundo, cerca de 2.800 línguas e 3.000 dialetos, sendo a Bíblia traduzida em parte, em 1.500 línguas e dialetos. A Bíblia inteira só está traduzida em cerca de 350 línguas.

6.1  Por que devemos estudar a Bíblia?

  Dentre as muitas razões destacamos:

v  Porque Deus quer que conheçamos toda verdade, e não apenas uma parte dela            (1 Tm 2.4)
v  Porque ela é o alimento para o crescimento do Cristão (Jr 15.16; 1 Pe 2.1,2);

v    Porque ela é o instrumento que o Espírito Santo usa na sua operação (Ef 6.17);

6.2  Como devemos estudar a Bíblia

v  Lendo-a diariamente (Dt 17.19).
     Porque fazendo assim, nos alimentamos diretamente na mesa divina. O crente que não lê a Bíblia, só se alimenta quando alguém põe em sua boca. Devemos considerar perdido o dia em que não lemos a Bíblia.

v  Conhecendo melhor o seu autor (Os 6.3).
     Isto é de suprema importância. Ela é o único livro cujo autor está presente quando se lê. E ninguém pode explicar melhor  um livro do que o próprio autor.

v  Aplicando a si próprio
     Antes de a Bíblia ser aplicada a outras pessoas, precisa ser aplicada ao próprio leitor.

6.3          Como podemos entender a Bíblia?

v  Crendo no que ela diz sem duvidar (Lc 24.21,25)
                A dúvida é um grande empecilho à compreensão das Escrituras.

v  Com humildade (Mt 11.25)
     Deus só revela seus segredos aos humildes. Quando chove os terrenos que primeiro recebem água são os mais baixos, galhos com mais frutos se abaixam mais.

v  Participando de reuniões de estudo e escolas teológicas
     Deus não somente colocou pastores para apascentar o seu rebanho, mas, também mestres para ensinar na Igreja. O Evangelho não é somente “ide e pregai”, mas, também “ide e ensinai” (1 Co 12.28; Mt 28.28). Nenhum obreiro pode ter um ministério eficaz se antes não se preparar. E ninguém se prepara sem passar pelo banco da escola da oração e a escola da Palavra.

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