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domingo, 24 de abril de 2011

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA TEOLOGIA

                                                    


1 – A distorção

 Até o século passado principalmente nas primeiras décadas, a Teologia era considerada como a rainha das ciências e a Teologia sistemática como a coroa, da rainha. Tendo em vista que a teologia foi um dos primeiros cursos de nível superior implantado no surgimento das universidades no século XIII. Em geral a universidade daquela época tinha quatro faculdades: Artes que integrava o básico para todos, a teologia, direito e medicina que eram mais avançados.

     Durante os anos, foram surgindo novos cursos e a teologia foi sendo esquecida perdurando apenas nas Universidades com vínculos religiosos, porém nos EUA e na Alemanha, o curso de teologia ainda é bastante conceituado no meio acadêmico secular. Mas tarde a teologia passou a ser vista com reserva, sendo até considerado uma heresia em determinados seguimentos evangélicos, principalmente nos países onde eclodiu o movimento Pentecostal.

       A primeira razão consiste na simples ignorância do próprio significado original e prático da teologia, e que infelizmente ainda perdura em alguns círculos do Cristianismo professo.

      Uma das fraquezas do Protestantismo nos dias atuais reside no fato de que ainda é limitado o número de crentes que se inteira do conteúdo do que crê e das razões por que crê, ou seja, não conhece e não se interessa em conhecer teologia. Infelizmente ainda há líder que diz: que a Igreja não precisa de teologia, no entanto, pratica uma teologia pobre e distorcida por não conhecê-la bem e não lhe dar o devido valor.

       A segunda razão consiste no fato de alguns Teólogos se haverem enveredado por caminhos de liberalismo e apostasia, distorcendo as verdades bíblicas originais e adulterando as solenes regras de sua fiel interpretação, com isto criando várias linhas de interpretação, segundo os seus interesses ou para defender a visão de Denominações ou Igrejas estabelecidas. Mas, isto não é razão para desprezar a teologia, a resposta a ser encontrada haverá de ser uma teologia melhor (bíblica cristocêntrica), e não a abominação da mesma.

2 – O surgimento de um novo interesse

     Recentemente tem emergido um novo interesse pela “Teologia”. O que se percebe na realidade é que tem havido uma ressurreição de valores. Tem sido grande a ênfase dada principalmente pelas Denominações históricas, mas também refletindo nas recentes de que estudar teologia, nada mais é do que estudar a Bíblia, duma maneira metódica, sistemática e reflexiva.
     Estudar teologia é basicamente estudar a Bíblia que é a preciosa, perfeita e INERRANTE revelação de Deus para humanidade. Por isso a Igreja precisa de teologia.

3 – Afinidade  entre a Bíblia e a Teologia

     Tendo em vista ser a Bíblia, um livro inspirado por Deus, facilmente se pode entender que sua verdadeira compreensão dependerá igualmente da inspiração do altíssimo, mediante a ação do Espírito Santo.

     O estudante de teologia deve aproximar-se das Escrituras Sagradas em atitude de profundo temor, como quem penetra num campo evidentemente Sagrado. A terra em que pisa é profundamente santa.

     O terreno das revelações sagradas não pode ser comparado a o estudo secular e profano do homem natural. É um ato de extrema generosidade de Deus oferecer-nos um livro, no qual ele se revela a si mesmo em tal dimensão.  No entanto não se estuda a palavra de Deus como se deve, sem conhecimento da teologia.

I – DEFINIÇÕES DE TEOLOGIA

    O termo é usado hoje em um sentido restrito e também no sentido amplo. No sentido restrito “Teologia”, tem sua origem em dois vocábulos gregos, a saber: Theos e Logos, os quais significam respectivamente, Deus e tratado estudo etc. assim sendo, Teologia é um estudo ou tratado acerca de Deus.
     Porém no sentido mais amplo e mais comum, o termo vem a significar o estudo de todas as doutrinas cristãs.  Neste sentido podemos, portanto definir a teologia no sentido cristão, como: Estudo da verdade revelada.

     Além desta universal definição existem outras que pode ser objeto de reflexão dos estudantes de teologia.

     Vejamos algumas de diferentes autores:

Ø  Teologia é um discurso racional acerca de Deus (Agostinho);
Ø  Teologia é a ciência que trata do nosso conhecimento de Deus e de sua relação para com os homens (Adam S. Clark);
Ø  Teologia é um estudo acerca de Deus baseado na experiência do homem com Deus (Alva Langston);
Ø  Teologia é um tratado ou um discurso racional acerca de acerca de Deus  
 (Myer Pearlman).

As definições são uma forma de aclarar o pensamento, e não um fim em si mesmo.


    II - CONCEITO CRISTÃO DE RELIGIÃO

   Definição
    
      Avaliando no sentido universal, a palavra religião significa as atividades que “ligam”, o homem a Deus numa determinada relação, pois, religião vem da palavra latina “religare” que significa ligar novamente.

     Entretanto, quando se trata de definição cristã a palavra passa a ser mais prática do que teórica, ou seja, religião é a vida do homem nas suas relações sobre-humanas, isto é, em relação ao poder que o criou à autoridade Suprema acima dele, ao ser invisível com quem o homem almeja ter comunhão.

     Neste sentido, Religião é vida em Deus.

1 - Relação entre Religião e Teologia


     A teologia está relacionada com a religião, assim como a vida das plantas com a botânica ou a existência dos astros com a astronomia. Sem a vida das plantas não poderia haver botânica sem os astros seria impossível a astronomia. De igual modo, é impossível a existência da teologia sem a religião, aquela é uma consequencia desta.

    É, portanto, necessário que tenhamos uma idéia clara da religião, pois dela depende a teologia. Sem o entendimento nítido e objetivo de uma, não se pode compreender a outra.
    Há uma relação muito grande entre religião e teologia, já que religião é a prática daquilo que é ensinado pela teologia. A teologia e a religião deve sempre coexistir na verdadeira experiência cristã.
     A mensagem de Deus ao Teólogo é: “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (2 Tm 2.15).


III – DIVISÃO DA TEOLOGIA

     A teologia está praticamente dividida em quatro (4) grandes ramos:

1      - Teologia Natural ou Teodicéia

     A teologia natural é uma parte da teologia e da filosofia que procura conhecer a Deus por meio da observação da natureza e da razão, excluindo totalmente a revelação.


2      Teologia Bíblica

    A teologia Bíblica estuda a revelação dos grandes temas centrais da Bíblia, do Gênesis ao Apocalipse, de modo progressivo e indutivo.

    O campo de estudo dela abrange, as línguas originais (Hebraico, Aramaico e Grego), a geografia, a história a hermenêutica e a arqueologia bíblica.

     A teologia Bíblica se divide:

2.1  Teologia Bíblica do Antigo Testamento (TBAT)

     A teologia Bíblica do Antigo Testamento se caracteriza pela preocupação em estabelecer os fatos teológicos com base exclusiva nas escrituras do AT, levando sempre em consideração as línguas originais e a correlação que existe com o Novo Testamento.
      É o ramo mais difícil da teologia devido a uma série de problemas conceituais, históricos e metodológicos, que ainda não foram resolvidos pelos estudiosos da Bíblia.

2.2  Teologia Bíblica do Novo Testamento (TBNT)
     A teologia Bíblica do Novo Testamento é um estudo crítico, metódico objetivo e sistemático dos elementos evidentemente do NT no seu aspecto doutrinário, histórico, social e linguístico.
    Há vários pontos também na TBNT, que os teólogos não chegaram a uma conclusão como, por exemplo: as duas naturezas de Cristo entre outros.
3      - Teologia Histórica
     A teologia histórica estuda a história das doutrinas, o impacto das verdades bíblicas em sua trajetória.
     Inclui também um estudo analítico do abandono da fé e da verdade por parte dos teólogos liberais.

4      - Teologia Sistemática
     É a parte mais importante da teologia, estuda as doutrinas bíblicas em ordem progressiva, organizada e lógica, apresentando a totalidade da revelação bíblica através de um sistema de doutrinas bem elaborado e organizado.

Divisão da Teologia Sistemática
     A Teologia Sistemática por sua vez também se subdivide, podendo ser agrupada em dez (10) doutrinas ou unidades de ensino:
Bibliologia (Doutrina sobre a Bíblia);
2 - Teísmo (Doutrina de  Deus);
3 - Cristologia (Doutrina de Cristo);
4 - Pneumatologia ou Paracletologia (Doutrina do Espírito Santo);
5 - Angelologia (Doutrina dos anjos);
6 - Antropologia (Doutrina sobre a origem e natureza do homem);
7 - Hamartiologia (Doutrina do pecado);
8 - Soteriologia (Doutrina da salvação);
9 - Eclesiologia (Doutrina da Igreja);
10 - Escatologia (Doutrinas sobre as últimas coisas).

IV – AS TENDÊNCIAS TEOLÓGICAS MODERNAS
     Hoje existem muitos movimentos teológicos que estão em luta contínua e cruel para ganharem uma batalha que está sendo travada na mente das lideranças eclesiásticas e das pessoas pensantes dentro das Igrejas e nas Faculdades Teológicas. O motivo dos mesmos  é a concepção que eles teem da Bíblia Sagrada.
       Podemos destacar pelo menos três (3) que são defendidos com unhas e dentes, pelos Teólogos modernos:
1 - O Movimento Ortodoxo ou Conservador
       O Movimento Ortodoxo ou conservador ensina que a Bíblia é “A PALAVRA INERRANTE DE DEUS”, isto significa dizer, que a Bíblia é inspirada pelo Espírito Santo do Gênesis ao Apocalipse, defendendo também todos os aspectos da fé cristã.  Hoje ele se encontra bastante fragmentado.
Do movimento Ortodoxo surgiram outras correntes ou escolas teológicas importantes que hoje ainda são bastante praticadas como, por exemplo, o Fundamentalismo.
     O termo Fundamentalismo foi cunhado em 1915, quando professores de teologia da universidade de Princeton (EUA), publicaram uma pequena coleção de doze livros que vinha sob o título Fundamentals. Propunha um cristianismo extremamente rigoroso, ortodoxo, dogmático, como orientação contra a avalanche de modernização de que era tomada a sociedade norte-americana.
       A tese dos fundamentalistas radicais sempre foi e continua sendo a afirmação de que a Bíblia constitui o fundamento básico da fé cristã e deve ser tomada ao pé da letra. Cada palavra, cada sílaba e cada vírgula, dizem os fundamentalistas, é inspirada por Deus. Como Deus não pode errar então tudo na Bíblia é verdadeiro e sem qualquer mistura de erro. No entanto na visão de um fundamentalista radical, dogmático, a Bíblia não precisa ser interpretada, é só ler e colocar em prática todos os textos. Há uma verdade parcial em tudo isso, porém, não é bem assim, existem textos na Bíblia que realmente não precisa ser interpretado como, por exemplo, “Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa” (At 16.31). “Nesse caso, é simplesmente uma questão de fé, não precisa de interpretação.
      No entanto quando nos deparamos com textos como: Nada disponhais para carne, no tocante às suas concupiscências” (Rm 13.14), as pessoas nas culturas de idiomas europeus tendem logo a pensar que “a carne aqui significa o corpo”, e, portanto Paulo está se referindo aos apetites físicos.
      Mas a palavra “carne” conforme Paulo está empregando significa uma doença espiritual na maioria das vezes chamada “a natureza pecaminosa” logo entendemos que ao lermos um texto precisamos entender que, a Bíblia não somente precisa ser lida, mas, também entendida, ou seja, interpretada para depois então ser colocada em prática.
2 - O Movimento liberal ou Modernista
         O Movimento liberal prega que a Bíblia “CONTÉM A PALAVRA DE DEUS”
       Isto implica em dizer que, uma parte da Bíblia pode ter sido inspirada por Deus, e a outra parte ser pura invenção do homem.
     Friedrich Scheleirmarcher (1768-1834), Teólogo e filósofo alemão e Soren Kierkegaard (1813-1855), também Teólogo e filósofo de mesma nacionalidade, são os maiores expositores.
     Sendo Harry Emerson Fosdick, pastor batista americano o propagador mais influente no meio da Igreja.
     
     

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